quinta-feira, 1 de abril de 2021

Marchadores olímpicos portugueses (1984-2016): Pedro Martins e Jorge Costa

Pedro Martins (2000-2004) e Jorge Costa (2004).
Fotos: FPA e Lusa. Montagem: O Marchador

Pedro Martins

Enfermeiro de profissão, nasceu em Angola, a 12 de janeiro de 1968, tendo-se iniciado na especialidade aos 28 anos (1996), se bem que com uma passagem esporádica em 1990, pelo Inatel. Especializou-se nos 50 km marcha e teve a sua primeira experiência nos Campeonatos de 1998, em Cacia, Aveiro, logo conquistando o título nacional. Treinado por Luís Dias, representou, enquanto marchador, o CDC Pinheiro, de 1996 a 1999, e o CA Seia, de 2000 a 2018.

Porque se decidiu pela marcha? “Quando desisti na minha 5ª maratona de corrida, resolvi dedicar-me exclusivamente à marcha. Para isto foi importante o conterrâneo Albertino Quinaz que vivia em Lisboa e que conhecia muito bem o José Urbano e o Luís Dias, e que tive a sorte de ser encaminhado logo para os ‘Melhores do panorama nacional da Marcha Atlética.”

Foi oito vezes campeão nacional de marcha, de 1998 a 2003, em 2005 e 2015, e vice-campeão nacional nos anos de 2012, 2013 e 2014, sempre na disciplina dos 50 km marcha onde, ainda nos dias de hoje, é o quinto melhor atleta português de todos os tempos com uma marca de 3:55:29, obtida na Taça do Mundo de Marcha de 2004, disputada na cidade alemã de Naumburg.

Atingiu as 27 internacionalizações, 24 das quais em provas de 50 km, com destaque para a presença em dois Jogos Olímpicos, os de Sydney, em 2000, e os de Atenas, em 2004.

Em 15 anos de atividade internacional ao mais alto nível, participou ainda, em representação da seleção portuguesa, nos Campeonatos do Mundo de 1999, 2001, 2003 e 2005, bem como nos Campeonatos da Europa de 2002 e 2006.

Num registo muito regular, integrou a seleção de Portugal nas Taças do Mundo de 1997, 1999, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2012, e nas Taças da Europa de 1996, 1998, 2000, 2001, 2003, aqui, o melhor classificado da seleção nacional (10º) que conquistou a medalha de bronze, em Cheboksary (Rússia), 2005, 2007, 2009, 2001, 2013 e 2015.

Após o términus da carreira, Pedro Martins manteve-se ligado à modalidade, na qualidade de treinador de marchadores e meio fundistas, entre as quais as irmãs Inês e Carla Monteiro, que representaram a seleção nacional, tendo ainda tirado o curso de juiz de atletismo, possuindo a categoria nacional.

Recordes pessoais nas distâncias olímpicas: 20 km, 1.26.31 (1997); 50 km, 3.55.29 (2004).

Fonte: Estatísticas do Atletismo Português, por Manuel Arons de Carvalho


Jorge Costa

Carteiro de profissão, nasceu em Faro, a 20 de março de 1961. Era treinador de velocidade e saltos da equipa de atletismo do Vilamoura e fazia corrida de vez em quando.

Foi aos 34 anos de idade que se iniciou na especialidade, aproveitando a oportunidade de realização de uma prova de marcha de apuramento para o Campeonato Europeu de Carteiros, em Coimbra, onde foi terceiro e entrou na seleção. No Europeu também foi terceiro e nos anos seguintes venceu a competição, daí apostando a sério na marcha.

Especializando-se nos 50 km marcha, foi treinado por Paulo Murta e representou ao longo da sua atividade na marcha atlética, o Inatel, de 1994 a 1997, os CTT de Faro, de 1998 a 2010, e o Clube Oriental de Pechão, de 2011 a 2012.

Foi 18 vezes internacional, sempre competindo nos 50 km marcha, distância na qual se sagrou campeão nacional nos anos de 2007 e 2011 e foi vice-campeão nacional de 2001 a 2006 e em 2009 e 2010, além de dois segundos lugares nos 20 km marcha. É o sexto melhor atleta de todos os tempos nos 50 km, com um tempo de 3:55:31, obtido em Namburg, na Alemanha, aquando da Taça do Mundo de Marcha de 2004.

Jorge Costa integrou a seleção nacional nos Campeonatos do Mundo de 2001, 2005 e 2007, nos Campeonatos da Europa de 2002 e 2006, nas Taças do Mundo de Marcha de 1999, 2004, 2006, 2008 e 2010, e nas Taças da Europa de Marcha de 2000, 2001, 2003 (aqui, contribuindo para a medalha de bronze coletiva de Portugal), 2005, 2007, 2009 e 2011.

A “cereja no topo do bolo” foi, sem dúvida, a presença nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, onde competiu na prova dos 50 km marcha, aos 43 anos de idade, fruto da vida regrada que levou, da sua perseverança e dedicação ao treino. A prova dos 50 km da Taça da Europa de Marcha, realizada em Olhão, em 2011, marcou a sua despedida da alta competição, mas continuou ligado à especialidade, apoiando no Clube Oriental de Pechão as jovens gerações de atletas algarvios.

Recordes pessoais nas distâncias olímpicas: 20.000 m, 1.26.09,4 (2001); 50 km, 3.55.31 (2004).

Fonte: Estatísticas do Atletismo Português, por Manuel Arons de Carvalho