terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Nacionais de Marcha em Estrada, acontecimento nacional de 2013

Mikel Odriozola corta a meta após 22 km a subir e 250 curvas.
Foto: O Marchador
Há na vida muitas coisas difíceis de compreender, entre todas avultando as oportunidades perdidas por quem tem interesse ou necessidade, sobretudo quando as falhas resultam de incúria, má-vontade e falta de empenho. Após os magníficos campeonatos nacionais de marcha em estrada levados a efeito em conjunto por Espanha e Portugal em 2012 e realizados em Pontevedra (Espanha), era de esperar que Portugal retribuísse em 2013 com igual qualidade. Ou, pelo menos, tentasse fazer de forma digna uns campeonatos que não desmerecessem o que a Espanha oferecera um ano antes.

Chamada a organizar o evento conjunto de 2013, a Federação Portuguesa de Atletismo entendeu que os campeonatos teriam lugar no Montijo, cidade que já recebera duas edições dos campeonatos portugueses, em 1988 e 1993, muito bem organizadas. E quando se esperava um desempenho organizativo ainda melhor do que esses em anos já remotos e que a experiência (a «doméstica» e a de cooperação ibérica) permitisse uma iniciativa de excelência, eis que os participantes foram brindados com uma das piores organizações de sempre de campeonatos nacionais de marcha em estrada.

Quem olhasse para a zona da meta mais não podia ver do que uma lona atravessada sobre o percurso, a uns três metros de altura, mencionando o nome de um clube montijense dedicado à prática da ginástica. Nada identificava de forma visível os campeonatos que ali estavam a ter lugar. À falta de um pórtico insuflável (ou de coisa que lhe pudesse equivaler) juntou-se ainda a ausência de qualquer dispositivo de contagem de tempo de prova para orientação de atletas e de público. Pórtico e cronómetro são hoje apetrechos que nenhuma organização descura quando leva a efeito provas importantes de estrada.

A locução, elemento fundamental de animação e de informação num evento deste género, foi praticamente inexistente. Esse tinha sido um pormenor muito valorizado pela organização espanhola de 2012 e traduziu-se então na utilização de mais do que um locutor, a transmitir permanentemente dados de interesse sobre o decorrer das provas e sobre os atletas em competição. No Montijo, nada mais houve do que chamadas para partidas e para cerimónias protocolares. Ainda para mais através de uma instalação sonora que se circunscreveu à zona da meta. E neste contexto era difícil que as cerimónias de entrega de prémios pudessem ter a dignidade e a atenção que, de facto, faltaram no Montijo. Recorde-se: tratava-se de cerimónias protocolares envolvendo a consagração de campeões nacionais (de Portugal e de Espanha).

Mas se o aspecto apenas formal fosse o único ponto negativo destes campeonatos, estaríamos menos mal. O problema foi que houve muito pior. E desde logo revelou-se um tremendo fracasso a escolha do percurso. Com tanto espaço plano à volta do sítio escolhido para a prova, a solução adoptada acabou por recair num circuito de apenas mil metros e que, apesar de inscrito sobre o perímetro mínimo oficial, não deixou de incluir cinco curvas, três das quais obrigando a dar meia volta. Nos mil metros de cada volta, cerca de 450 metros eram cumpridos a subir e outros tantos a descer. Talvez fosse um circuito a considerar para um futuro campeonato de rampas. Ou de montanha...

O piso revelou-se em estado impróprio para campeonatos nacionais, com buracos aos quais os atletas tinham de estar atentos e fugir em cada uma das voltas ao circuito. Não foram poucos os atletas (tanto portugueses como espanhóis, note-se) que nas semanas seguintes se queixaram do tempo anormalmente longo de que precisaram para a recuperação muscular após as provas daqueles campeonatos. Só a simpatia e a boa educação levaram os atletas do país vizinho a referir-se ao circuito apenas com o termo «difícil». Nós podemos pôr de lado a fineza do trato e exclamar (para que a situação não se repita): «difícil» é treinar; aquele circuito era simplesmente tenebroso!

Ou seja, a FPA, responsável primeira e última pela organização daqueles campeonatos, não acautelou o interesse dos atletas participantes. Não era difícil à estrutura técnica verificar que as condições não eram as adequadas para o efeito, impondo-se uma tomada de posição que ninguém terá sido capaz de assumir em defesa dos atletas e dos próprios campeonatos. E desta responsabilização não ficam isentas as entidades parceiras da FPA, nomeadamente a Associação de Atletismo de Setúbal (proponente da candidatura) e a Câmara Municipal do Montijo, cada uma com uma quota-parte de culpa na proporção da responsabilidade de cada uma.

Contas feitas para a competição de maior distância (os 50 km), é fácil perceber que os concorrentes a esta prova tiveram de fazer a enormidade de 250 curvas, sendo 150 de inversão de sentido de marcha. E, tendo em conta a inclinação do circuito, 45 quilómetros da prova foram feitos a subir ou a descer, apenas cinco quilómetros em plano. Faça-se a proporção para a distância das restantes provas e também se perceberá o que foi exigido como esforço suplementar a quem competiu sobre menor número de voltas. Custa acreditar que a federação tenha aceitado aquele circuito para um campeonato nacional de marcha.

De repente, pareceu que a FPA desaprendeu tudo o que aprendeu em 27 anos de experiência prévia na organização de campeonatos de marcha em estrada. Assim, os nacionais de marcha do Montijo ficam como o acontecimento nacional de 2013 no que à marcha atlética diz respeito. Mas, é claro, acontecimento negativo.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

João Vieira, figura nacional de 2013

João Vieira. Foto: Lusa
Seria muito difícil a qualquer marchador português, masculino ou feminino, conseguir uma época com melhor desempenho do que João Vieira conseguiu. No plano nacional nada do que pudesse ser atingido lhe escapou; a nível internacional, só lhe faltou ter uma equipa para registar o sucesso das colegas femininas.

Ainda a época ia no adro e já o marchador do Sporting marcava devidamente a sua posição, a começar pelo averbamento da melhor marca nos nacionais de clubes de pista coberta, durante os campeonatos da I Divisão, realizados em Pombal a 9 de Fevereiro. Uma semana depois repetiria a dose, triunfando nos Campeonatos de Portugal em coberto, com a marca que ficaria como a melhor nacional do ano: 19.29,06 m.

Já na época de estrada, João Vieira sagrou-se no Montijo campeão nacional dos 20 km, com uma marca apenas fácil (1.26.36), já à espera do Grande Prémio de Rio Maior, daí a três semanas. E muito bem esperou por essa oportunidade na sua terra de adopção, bem aproveitada para um triunfo em 1.21.08 h, melhor marca portuguesa de 2013.

A época interna seria rematada por mais um título nacional, neste caso nos Campeonatos de Portugal, realizados em Leiria a 27 de Julho. A marca, 40.02,78 m, era já um prenúncio do excelente fecho de época que se avizinhava.

Entretanto, tivera lugar a 19 de Maio, em Dudince (Rep. Checa), a Taça da Europa de Marcha, onde ao sétimo lugar do recordista nacional nos 20 km masculinos correspondeu a marca de 1.23.03 h.

Até aqui, as boas marcas e as boas classificações causavam excelente impressão mas não justificavam, por si só, o reconhecimento incontestável de João Vieira como atleta do ano. Havia mais, no sector feminino, quem também tivesse averbado bons resultados, boas classificações e títulos, a que se juntaram bons desempenhos internacionais. Mas a balança pendeu definitivamente a favor do sportinguista no momento em que, nos mundiais de Moscovo, cortou a meta no quarto lugar dos 20 km marcha, uma classificação que poucos conseguiram prever, apesar dos indícios deixados pelo caminho até à Rússia.

Tratou-se da melhor classificação de sempre de João Vieira em campeonatos do mundo de atletismo, mesmo à porta do pódio e das medalhas. Foi o momento mais alto da temporada não apenas para a marcha portuguesa mas para todo o atletismo português, num ano em que, com maior ou menor razão, se chegou a dizer que «neste momento, em Portugal o atletismo é a marcha».

Terá sido de algum modo uma afirmação exagerada mas no que ela tivesse de verdade havia também um contributo de João Vieira, que viu o seu nome ainda no segundo lugar da classificação final do Challenge de Marcha da federação internacional. Por tudo isto, João Vieira é a figura nacional da marcha atlética em 2013, ano em que o atleta do Sporting cumpriu 20 anos de carreira internacional, iniciada em 1993 num encontro de selecções de juvenis realizado em Salamanca.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Robert Heffernan, figura internacional de 2013

Robert Heffernan em Moscovo, a caminho
do título mundial. Foto: Eurosport
Com a vitória alcançada nos mundiais de Moscovo, enriquecida pela magnífica marca que a proporcionou, o irlandês Robert Heffernan tornou-se a figura mundial de 2013 na marcha atlética. O sucesso registado na capital russa não representou apenas a conquista do título de campeão na mais importante competição do ano (os campeonatos do mundo de atletismo): ela significou também a obtenção do melhor registo mundial do ano na distância mais longa do programa olímpico do atletismo, os 50 km marcha, graças às 3.37.56 h marcadas na meta.

Mas a vitória de Heffernan nos mundiais de Moscovo teve ainda outro aspecto a conferir-lhe brilho: tratou-se de uma rara imposição à selecção russa, que «jogava em casa» e não perdia uma medalha de ouro nas provas de marcha dos mundiais de atletismo desde os campeonatos realizados em Ósaca, em 2007. Nessa ocasião, o australiano Nathan Deakes prevaleceu nos 50 km e o equatoriano Jefferson Pérez tinha feito o mesmo nos 20 km masculinos, tendo os russos a sua vitória apenas nos 20 km femininos, através de Olga Kaniskina. Depois disso, tanto em Berlim-2009 como em Daegu-2011, a Rússia «cilindrou» a concorrência, vencendo as três provas em ambas as ocasiões.

Desta vez Robert Heffernan foi o único estrangeiro a vencer na marcha dos mundiais de Moscovo, perante os sucessos de Aleksandr Ivanov nos 20 km masculinos e de Elena Lashmanova nos 20 km femininos. Mas não foi fácil a tarefa do irlandês, que além de bater os recordes pessoal e nacional, teve ainda de superar a resistência determinada do jovem Mikhail Ryzhov, que com apenas 21 anos teve de ser a ponta da lança russa numa prova em que as «estrelas» eslavas ficaram em casa.

Num ano em que Elena Lashmanova continuou a passear a superioridade pelos locais onde foi competindo e Ryzhov conseguiu este desempenho notável para um atleta tão jovem, não era fácil eleger outro atleta como figura do ano, mas Heffernan fez por merecer a escolha, coroando aos 35 anos uma carreira longa, com altos e baixos, é certo, mas onde desde sempre faltava a medalha. Em Moscovo, os quartos lugares deixaram de ser a sina do melhor marchador irlandês, que superou igualmente os segundos lugares das compatriotas Gillian O'Sullivan e Olive Loughnane, respectivamente nos mundiais de Paris-2003 e de Berlim-2009.

Depois dos quartos lugares na Taça da Europa de Metz-2009 (20 km), nos europeus de Barcelona (20 e 50 km) e nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 (50 km), Robert Heffernan foi a Moscovo buscar a consagração que lhe faltava, conquistando o título mundial, a liderança anual e, com isso, a condição de figura internacional de 2013.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Nacionais de Marcha regressam ao Algarve

Os 20 km femininos dos nacionais de Olhão, em 2010.
Foto: blogue A Arlapa
Quarteira vai receber a edição n.º 34 dos Campeonatos Nacionais de Marcha, em estrada, o primeiro grande evento nacional da especialidade na presente época. Marcado para 1 de fevereiro de 2014, a competição englobará provas para os escalões de juvenis, juniores, seniores e veteranos, disputando-se, paralelamente, o Torneio “Marchador Jovem”, para os escalões de infantis e iniciados.

É a terceira vez que o Algarve acolhe a competição depois de Olhão, em 2010, e Quarteira, em 2012. Das 33 edições realizadas, por distritos, Aveiro é o distrito que mais vezes (6) recebeu a prova: em 1987, 1991, 1996, 1998, 2003 e 2008. Setúbal (5), em 1988, 1993, 1999, 2005 e 2013, Porto (3), em 1986, 2002 e 2004, Santarém (3), em 1992, 1995 e, 1997, Beja (2), em 2004 e 2007, Lisboa em 1985 (edição inaugural) e 1994, Leiria em 2011, Portalegre em 2000 e Viana do Castelo em 2006, são os outros distritos do país que já albergaram a mais importante competição nacional.

Tradicionalmente, estes campeonatos, organizados pela Federação Portuguesa de Atletismo, registam um número muito expressivo de atletas, várias vezes superando a casa das duas centenas de participantes. Deseja-se que a competição algarvia se situe em patamares organizativos dignos de uma competição desta natureza, fazendo esquecer a má imagem patenteada na edição deste ano.

Um aspeto que tem causado preocupação entre atletas e treinadores, pelo menos, é o da marcação da prova para um sábado de manhã, com início pelas 8.00 horas. Depois de, na edição deste ano, o programa de provas ter sido agendado para um domingo à tarde, corrigido posteriormente, para sábado, não se entendem os motivos que terão estado na origem de tal agendamento, sabendo-se que a esmagadora maioria dos atletas participantes, com particular incidência para os especialistas de 50 km marcha (a única vez que a prova se realiza no nosso país), são puramente amadores e residem nas zonas centro e norte do país.

Outro aspeto negativo para a competição é fazer-se a junção das provas masculinas de 20 e 50 km marcha. Ideia colocada em prática há alguns anos, tem feito com que se diminua a qualidade da participação na prova maior do calendário nacional da especialidade. Seria muito mais vantajoso incluir-se a prova dos 20 km marcha no programa de um dos grandes prémios organizados em Portugal, com óbvias vantagens no plano competitivo e promocional.

Programa-horário (sábado - 1 de fevereiro de 2014):
  8.00 - 50 km Seniores (M) 
  8.00 - 20 km Seniores / Sub 23 (M)
  8.00 - 10 km Juniores (M)
  8.15 - 10 km Juvenis  (M)
  8.15 - 10 km Veteranos (M)
10.15 - 20 km Seniores / Sub 23 (F)
10.15 - 10 km Juniores (F)
10.15 - 5 km Juvenis (F)
10.15 - 5 km Veteranos (F)
Torneio “Marchador Jovem”
  9.15 - 4 km Iniciados (M)
  9.45 - 4 km Iniciados (F)  
10.55 - 3 km Infantis (F)
11.15 - 3 km Infantis (M)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Tim Seaman com 11.52,31 na pista coberta de Long Island

Em cima, o casal Seaman – Rachel e Tim.
Em baixo, atletas em pistas separadas,
com Tim na 1.
Fotos: facebook dos próprios
O norte-americano Timothy Seaman, de 41 anos de idade, ao registar 11.52,31 aos 3.000 metros marcha dos campeonatos de juniores (abertos) de Long Island em pista coberta disputados em Huntington, Nova Iorque, bateu o seu próprio recorde mundial da categoria M40, que estava fixado em 12.08,65 desde 3 de Março do corrente ano, em Albuquerque/EUA.
 
Nas senhoras, boas prestações das primeiras classificadas, Rachel Lavallee Seaman, do Canadá, esposa de Tim e que foi mãe no passado mês de Maio, com 12.38,16, a impor-se a Maria Michta por 4 segundos (12.42,97).
 
Para além dos citados atletas olímpicos, foi curioso notar no público a assistir a presença de um quarto olímpico, Bruce MacDonald, participante em Melbourne-1956 (20 km), Roma-1960 (50 km), Tóquio-1964 (50 km).
 
Jack Lazor, juvenil (15.38,38) e Bill Vayo, M45 (16.15,25) foram os segundo e terceiro classificados da prova masculina, enquanto a júnior Molly Josephs fechava o pódio da prova absoluta feminina com uma marca abaixo dos 15 minutos (14.50,19).
 
Classificações
3.000 metros masculinos (pista 1)
1.º, Tim Seaman (NYAC), 11.52,31
2.º, Jack Lazor (Connecticut RW), 15.38,38
3.º, Bill Vayo (Shore AC), 16.15,25
 
3.000 metros femininos (pista 3)
1.ª, Rachel Seaman (Canadá), 12.38,16
2.ª, Maria Michta (WalkUSA), 12.42,97
3.ª, Molly Josephs (Missouri Baptist/WalkUSA), 14.50,19
4.ª, Katie Michta (WalkUSA), 15.04,51
5.ª, Monika Farmer (WalkUSA), 15.05,18
6.ª, Alexa Kleupfel (Walk USA), 15.55,13
7.ª, Brittany Collins (WalkUSA), 16.13,31
8.ª, Kaitlin Martins (Walk USA), 16.16,42
9.ª, Natalie DeQuarto (WalkUSA), 16.16,44
10.ª, Allie Bennett (Walk USA), 16.30,34
11.ª, Sydney Siros (Auburn Walkers), 16.34,51
12.ª, Maryanne Daniel (Connecticut Race Walkers), 16.34,76
13.ª, Allison McConville (Walk USA), 16.49,83
14.ª, Nicole Court-Menendez (Maine Race Walkers), 16.54,23
15.ª, Kayla Allen (Auburn Walkers), 16.54,23
16.ª, Katharine Newhoff (WalkUSA), 17.01,81
17.ª, Cheryl Armstrong (Raleigh Walkers), 18.45,31

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Há 30 anos era assim...

A equipa do CCD Olivais Sul que participou na prova de
Vila Franca de Xira. Foto: arquivo O Marchador.
Ano marcante para a marcha atlética, o de 1983. Sob o ponto de vista do aumento exponencial de praticantes, na vertente da qualidade de alguns deles, e na progressiva integração da especialidade no programa dos campeonatos nacionais para os diversos escalões etários.

Entre os melhores, havia, no setor masculino, o José Pinto, o Hélder Oliveira, o Francisco Reis, o Paulo Alves... no setor feminino, a Paula Gracioso, as irmãs Batuca Toureiro, Fátima e Ana..., enquanto Jorge Esteves, Paulo Santos e Luísa Correia afirmavam-se.

Daqueles, foi José Pinto (CF Belenenses) o primeiro a merecer posição de algum destaque no panorama internacional. Em 1982 fazia história no atletismo português que, pela primeira vez, inscrevia um seu representante a uma prova de marcha de uma grande competição internacional: os Europeus de Atenas, na distância de 20 km. E em 1983 abriam-se-lhe  novos horizontes ao alcançar os mínimos (Mundiais de Atletismo, em Helsínquia), na primeira competição de 50 km, realizada em Portugal, que venceu folgadamente. Os organizadores tiveram como propósito fundamental o de proporcionar ao tri-campeão português de 20 km o desejado objetivo.

Nessa histórica prova, que teve lugar em Alenquer, de onde eram naturais Francisco Reis e Paulo Santos, a organização coube ao (muito ativo) Clube Português de Marcha Atlética e ao Sporting Clube de Alenquer. Também Paulo Alves, um dos pioneiros da atividade no nosso país, atleta do Clube de Futebol de Santa Iria, estrear-se-ia na distância, classificando-se na segunda posição.

A especialidade ia merecendo destaques na imprensa desportiva. Manuel Arons de Carvalho, numa extensa reportagem sobre o tema (maio de 1983) diria, a certo passo: “Muitas vezes rejeitados, eles foram teimando, insistindo, organizando. As provas começaram a surgir aqui e ali, aproveitando a receptividade deste e daquele clube e a ajuda (preciosa) da Associação de Atletismo de Lisboa (que quase tem funcionado como Federação da especialidade). Folhas informativas, folhetos, boletins, anuários, foram sendo executados, no sentido de ir sensibilizando técnicos e jornalistas. Festas da marcha, eleições dos melhores especialistas, acções de informações foram outras das iniciativas tendentes a reforçar a unidade entre os marchadores, uma autêntica família dentro do atletismo.”

As parcerias com Juntas e Câmaras Municipais iam dando frutos. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira organizou, naquele ano, em colaboração com o departamento de marcha da Associação de Atletismo de Lisboa, numa iniciativa tendente a estimular a prática do exercício físico, uma prova de 5 km marcha que contou com a presença de 150 atletas, número invulgar para a época. A competição, denominada “Prova de Marcha para Todos” percorreu as principais artérias da vila, com muito público a assistir, e terminou junto à Praça de Touros onde decorria a feira anual do concelho. O C.C.D. de Olivais Sul, o Caniços, a A.D. Oeiras, o G.D. Amupa e a A.D. Leões Apelaçonenses, foram os clubes com maior número de participantes, com destaque para a representação lisboeta, a maior de todas, que então tinha a sua sede no Palácio do Contador-Mor.  

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

BOAS FESTAS


São os votos da equipa do blogue «O Marchador»,
Carlos Gomes, José Dias e Luís Dias.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

“Nunca imaginei treinar na Rússia”

Hiago Garcia. Foto: blogue do Carlos Brito.
Hiago Garcia, jovem marchador de Petrolina, cidade do interior de Pernambuco, no Brasil, não cabe em si de felicidade. Foi convidado a treinar-se no Centro Olímpico de Marcha Atlética da Rússia, em Penza. A partida estava prevista para o mês passado, no entanto Hiago adiou a ida para janeiro próximo a fim de participar nos campeonatos brasileiros de marcha atlética, que terão lugar em Santa Catarina, a 18 e 19 daquele mês.

Aos 18 anos de idade, o prometedor atleta, que já conquistou vários títulos nacionais na especialidade e é vice-campeão sul-americano, apenas há quatro anos iniciou o seu percurso na marcha atlética. Na Rússia usufruirá de uma bolsa de estudos que lhe permitirá frequentar a Universidade da Mordóvia, num contrato que durará, em princípio, até 2018. Despesas relacionadas com estadia, refeições e viagens, estarão asseguradas.

 “Nunca imaginei treinar com o campeão sul-americano quanto mais com os campeões olímpicos”, comentou Hiago à TV Globo, confiante que aproveitará a experiência, o melhor que lhe seja possível, e com isso a obtenção de resultados relevantes no plano internacional.

Agora, o desafio coloca-se na adaptação a uma nova realidade, a um novo estilo de vida, num país que é desconhecido para o atleta e onde as condições climáticas são substancialmente diferentes daquelas a que está habituado. No entanto, o trabalho já começou: o atleta tem dedicado algumas horas diárias na aprendizagem da língua russa, com o auxílio de uma professora, através da internet.

Hiago, que foi descoberto pela Associação Petrolinense de Atletismo, através do projeto governamental de descoberta de talentos, tendo em vista a possibilidade de seleção para os Jogos Olímpicos do Brasil, em 2016, passou a viver no Recife e é treinado por Vanthauze Marques, um dos bons treinadores da especialidade no Brasil.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Walk Central, mais notícias sobre marcha

Está em linha há poucas semanas e vai-se revelando como uma fonte de informação a considerar no domínio da marcha atlética. No cabeçalho revela o nome Walk Central e funciona, de facto, como uma central de notícias sobre a marcha que se vai fazendo por esse mundo fora (aqui).
 
Logo na página de abertura, o Walk Central atribui a si próprio a missão de «instituir-se como central 'online' para todo o noticiário sobre a marcha atlética. Da marcha para a saúde à marcha dos atletas mais rápidos do planeta».
 
O «site» abre com uma página de noticiário, onde a informação é disponibilizada por títulos que formam ligações para páginas interiores com o corpo da notícia, geralmente ilustrada por uma ou mais imagens.
 
A barra de navegação ao cima da página apresenta botões que ligam para informação complementar, que vai de uma introdução histórica e técnica à marcha atlética até apontamentos técnicos relacionados com o ajuizamento e o treino, passando por notas sobre nutrição e tópicos relativos a calçado, roupa e acessórios adequados à marcha.
 
E, naturalmente, lá estão as ligações para resultados e calendários das principais competições internacionais de marcha atlética, além de um espaço de entrevistas que deverá ir-se enriquecendo com o tempo.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Jogos do Sudeste Asiático com recordes na marcha

O pódio masculino, com Hendro no lugar mais alto, e
Saw Nwe a concluir a sua prova de forma radiante.
Fotos: TEMPO/Imam Sukamto e facebook de
Malo Sardjito. Montagem: O Marchador.
Termina hoje, no Myanmar, a 27.ª edição dos Jogos do Sudeste Asiático (iniciados a 11 deste mês), também conhecidos como os Sea Games, tendo constado do programa do atletismo, as provas masculina e feminina dos 20 km marcha, ambas disputadas no Complexo Desportivo de Wunna Theikdi, em Naypyidaw, capital do país.

A competição, cuja primeira edição remonta ao ano de 1959, é um evento multi-desportivo, envolvendo 35 modalidades, e que se realiza de dois em dois anos. Tem como participantes os países daquela região da Ásia, nomeadamente, Myanmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia, Timor-Leste, e Vietname.

No atletismo, na prova feminina dos 20 km marcha, Saw Mar Lar Nwe, do Myanmar, ao obter o tempo de 1.35.03 h obteve a medalha de ouro, estabelecendo um novo recorde nacional,  também recorde dos Jogos. Thi Thanh Phuc Nguyen, do Vietname, conquistou a medalha de prata, com 1.37.08 h enquanto Kay Khine Myo Tun, do Myanmar, arrecadou a de bronze, com a marca de 1.40.15 h. 

Nos 20 km masculinos, o atleta da Indonésia, Hendro Hendro, sagrou-se campeão do Sudeste Asiático, com o tempo de 1.29.41 (novo recorde dos Jogos), apenas 6 segundos mais que a sua melhor marca (1.29.35), obtida no ano passado e que constitui recorde do seu país. Xuan Vinh Vo, do Vietname (1.33.30) e Myo Min Thina, do Myanmar (1.36.18) ocuparam as posições seguintes.

Classificações
20 km femininos
1.ª, Saw Mar Lar Nwe (Myanmar), 1.35.03
2.ª, Thi Thanh Phuc Nguyen (Vietname), 1.37.08
3.ª, Kay Khine Myo Tun (Myanmar), 1.40.15
4.ª, Tanaphon Assawawongcharoen (Tailândia), 1.44.46

20 km masculinos
1.º, Hendro Hendro (Indonésia), 1.29.41
2.º, Xuan Vinh Vo (Vietname), 1.33.30
3.º, Myo Min Thina (Myanmar), 1.36.18
4.º, Kittiphong Chonduang (Tailândia), 1.37.03
5.º, Choon Sieng Lo (Malásia), 1.38.15
6.º, Kyaw Zaw Oo (Myanmar), 1.41.19
Desclassificados: Muhammad Khairil Harith Harun (Malásia) e Thanh Ngung Nguyen (Vietname).

sábado, 21 de dezembro de 2013

Jovens franceses vencem Taça de Natal em Yverdon

Martin Côme e Jeanne Billa em actuação e comemoração.
Em baixo, Emmanuel Tardi, um participante vestido a «rigor».
Fotos: Emmanuel Tardi. Montagem: O Marchador.
O júnior Martin Côme, do Athletique Club Tassin, com 45.41, e a juvenil Jeanne Billa, do EA.Bourg-en-Bresse, com 52.06, venceram de forma destacada as provas de 10 km da tradicional Taça de Natal, em 30.ª edição, realizada no domingo (15) na localidade suíça de Yverdon-les-Bains, nas margens do lago Neuchâtel.

Sob uma temperatura de 5 graus centígrados, elevada humidade e bastante nevoeiro, tanto Martin Côme como Jeanne Billa superaram por larga margem os seus melhores registos pessoais que eram de 46.37 e 58.13, respectivamente. De notar que Jeanne é campeã francesa em título na categoria de cadetes e detém 25.17 aos 5 km.

Na prova masculina, o veterano Urbain Girod (CM.Monthey) obteve a segunda posição com 49.43, enquanto o português Luís Correia (CM Cour Lausanne), sénior, foi o terceiro a cortar a meta com 50.10. Já na prova feminina, Corinne Henchoz (CM.Cour Lausanne), com 55.19 e Sylvie Regnier (EA.Bourg-en-Bresse), com 59.19, ambas veteranas, ocuparam os restantes lugares do pódio.

O evento contou com cerca de oito dezenas de atletas em provas para mais jovens e menos jovens, e ainda 5 km na vertente caminhada, esta significativamente participada por praticantes do TRT Athlétisme Monthey. A boa adesão a esta Taça de Natal terá sido motivo de satisfação para a organização, o clube de marcha atlética local e, em particular, para um elemento desta, Daniel Brot, antigo marchador internacional da Suíça.

Classificações das provas de 10 km
Masculinos
1.º, Martin Côme, u20 - 1995 (Athletique Club Tassin / França), 45.41
2.º, Urbain Girod, vet - 1963 (CM.Monthey / Suíça), 49.43
3.º, Luís Manuel Correia, sén - 1978 (CM Cour Lausanne / Portugal), 50.10
4.º, Clement Gonod, u18 - 1996 (EA:Bourg-en-Bresse / França), 53.37
5.º, Bernard Lovis, vet - 1961 (CM.Monthey / Suíça), 57.44
6.º, Cédric Hugi, sén - 1982 (CME La Poste La Tour-de-Peilz / Suíça), 59.11
7.º, Gérard Biarese, vet - 1968 (UAVH Aubagne / França), 1.00.54
8.º, Claude Berner, vet - 1963 (CME La Poste La Tour-de-Peilz / Suíça), 1.02.54
9.º, Michel Latapie, sén - 1980 (Célestat / França), 1.03.45
10.º, Daniel Pasche, vet - 1953 (CM.Monthey / Suíça), 1.05.49
11.º, Alexis de Coppet, vet - 1938 (CM.Yverdon-les-Bains / Suíça), 1.06.29
12.º, Joseph Bianco, vet - 1941 (CM.Monthey / Suíça), 1.07.17
13.º, Emmanuel Tardi, vet - 1967 (LP.Longjumeau / França), 1.07.40
14.º, Sylvain Mellet, sén - 1979 (Yverdon-les-Bains / Suíça), 1.11.56
15.º, Gérald Boos, vet - 1954 (CM.Yverdon-les-Bains / Suíça), 1.13.38

Femininos
1.ª, Jeanne Billa, u18 - 1996 (EA.Bourg-en-Bresse / França), 52.06
2.ª, Corinne Henchoz, vet - 1943 (CM.Cour Lausanne / Suíça), 55.19
3.ª, Sylvie Regnier, vet - 1962 (EA.Bourg-en-Bresse / França), 59.19
4.ª, Brigitte de Coppet, vet - 1946 (CM.Yverdon-les-Bains / Suíça), 1.05.32
5.ª, Beatrice Petetin, sén - 1969 (Morez RCHJM / França), 1.05.56
6.ª, Christine Metraux, vet - 1964 (Yverdon-les-Bains / Suíça), 1.10.47
7.ª, Helène Baptiste, vet - 1950 (CM.Yverdon-les-Bains / Suíça), 1.11.03
8.ª, Nathalie Bourgoin, vet - 1959 (NL.Carling / França), 1.12.10

Colaboração: Emmanuel Tardi

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Marc Tur e María Jose Poves destacaram-se em Getafe

A partida dos 10 km com Álvaro Martín a liderar um numeroso
pelotão. Marc Tur, dorsal 15, e María Jose Poves, dorsal 1,
foram os vencedores. Foto: Juan Ramilo.
Excelentes prestações foram produzidas no XVI Troféu Associación Deportiva Cerro de Buenavista, em estrada, realizado no último sábado em Getafe, arredores de Madrid, e que contou, nesta edição, com participação de atletas italianos e lituanos.

Considerados globalmente os resultados dos atletas, destacam-se os vencedores dos 10 km, Marc Tur (40.17), na prova masculina, mas, igualmente, com excelentes prestações de Álvaro Martín (40.28) e de Diego Garcia (40.55), enquanto na prova feminina há a realçar o triunfo de Maria Jose Poves (45.27), seguido da lituana Brigita Virbalyte (45.47) e de Ainhoa Pinedo (46.47).

Seguindo as normas da IAAF que validam recordes nacionais, de acordo com a idade do atleta até 31 de dezembro, Marc Tur estabeleceu um novo recorde espanhol na categoria júnior, enquanto Diego Garcia fixou uma nova marca do país vizinho, agora na categoria juvenil, ambos estando a competir, esta época, nas categorias imediatamente superiores.

Resultados dos 10km.
10 km absolutos masculinos
1.º, Marc Tur Pico, 1994 (Soc. Gimnástica de Pontevedra), 40.17 - 1.º, sénior
2.º, Álvaro Martín Uriol, 1994 (Playas de Castellón), 40.28 - 2.º, sénior
3.º, Diego Garcia Carrera, 1995 (AD Marathon), 40.55 - 1.º, júnior
4.º, Massimo Stano, 1992 (Polizia di Stato - Itália), 41.08 - 3.º, sénior
5.º, Leonardo Dei Tos, 1992 (Aterno Pescara - Itália), 42.06 - 4.º, sénior
6.º, Mirko Dolci, 1985 (Aeronautica Militare - Itália), 42.46 - 5.º, sénior
7.º, Ivan Pajuelo Paredes, 1993 (AD Marathon), 42.51 - 6.º, sénior
8.º, Mario Sillero Mesonero, 1990 (Huracan Fent Cami), 44.31 - 7.º, sénior
9.º, Manuel Bermudez Jimenez, 1997 (UCAM Athleo Cieza), 44.35 - 1.º, juvenil
10.º, Daniele Todisco, 1995 (Geas Atletica - Itália), 45.57 - 8.º, sénior
11.º, Tomaso Romagnoli, 1993 (Centotori - Itália), 46.13 - 9.º, sénior
12.º, David Mateos Redondo, 1981 (ATCO Pamplona), 46.30 - 10.º, sénior
13.º, Diego Galvez Jimeno, 1981 (Hinaco Monzon), 48.00 - 11.º, sénior
14.º, Josu Gomez Ezeiza, 1994 (Tolosa Club Futbol), 49.27 - 12.º, sénior
15.º, Pedro De La Mata Maria, 1996 (CAP Alcobendas), 49.34 - 2.º, júnior
16.º, Carlos Tur Monge, 1998 (CA Pitius), 52.29 - 2.º, juvenil
17.º, Oscar Crespo Romo, 1979 (AA Mostoles), 53.49 - 13.º, sénior
18.º, Iñigo De Juan Razkin, 1997 (Tolosa Club Futbol), 57.10 - 3.º, juvenil

10 km absolutos femininos
1.ª, Maria Jose Poves, 1981 (Simply Scorpio), 45.29 - 1.ª, sénior
2.ª, Brigita Virbalyte Dimsiene, 1985 (Interwalk - Lituânia), 45.47 - 2.ª, sénior
3.ª, Ainhoa Pinedo Gonzalez, 1983 (AD Marathon), 46.47 - 3.ª, sénior
4.ª, Julia Tackacs, 1989 (Playas Castellon), 47.33 - 4.ª, sénior
5.ª, Lorena Luaces Barril, 1984 (ATCO San Sebastian), 47.33 - 5.ª, sénior
6.ª, Valentina Trapletti, 1985 (Esercito - Itália), 47.55 - 6.ª, sénior
7.ª, Laura Garcia-Caro Lorenzo, 1995 (Bidezabal Atmo), 48.42 - 1.ª, júnior
8.ª, Amanda Cano Gomez, 1994 (Ucam Athleo Cieza), 49.19 - 7.ª, sénior
9.ª, Lidia Sanchez-Puebla Fernandez, 1996 (Playas Castellon), 50.28 - 2.ª, júnior
10.ª, Marta Gustran Cortes, 1990 (Juventud Elche Arosa), 51.26 - 8.ª, sénior
11.ª, Alessia Constantino, 1994 (AT Reggina), 51.48 - 9.ª, sénior
12.ª, Laura Jimenez Elipe, 1991 (C UCAM Cartagena), 51.51 - 10.ª, sénior
13.ª, Mar Chillon Camaño, 1996 (CA Vila De Cangas), 51.59 - 3.ª, júnior
14.ª, Melisa Sanchez Bermejo, 1996 (UCAM Athleo Cieza), 53.39 - 4.ª, júnior
15.ª, Alicia Cristobal Muñoz, 1990 (CA Valladolid), 53.51 - 11.ª, sénior
16.ª, Macarena Martin Uriol, 1992 (Club Atletica Elche), 54.40 - 12.ª, sénior
17.ª, Carla Santaelena Garcia, 1996 (CAS Cajasegovia), 54.48 - 5.ª, júnior
18.ª, Laura Sanchidrian Martinez, 1994 (CA Villaviciosa), 54.52 - 13.ª, sénior
19.ª, Coral Aja Perez, 1993 (Pielagos Inelecma), 57.02 - 14.ª, sénior
20.ª, Elena Diaz Velazquez, 1985 (Oviedo Atmo), 57.04 - 15.ª, sénior
21.ª, Irene Montejo Garces De Marcilla, 1998 (Ca Oasis Tres Cantos), 57.35 - 1.ª, juvenil
22.ª, Miriam Costas Gomez, 1993 (Ca Femenino Celta), 57.52 - 16.ª, sénior
23.ª, Lucia Corral Ribera, 1997 (CA Colmenar Viejo), 57.57 - 2.ª, juvenil
24.ª, Irene Santamaria Olivera, 1995 (ISN Pamplona Atco), 58.32 - 6.ª, júnior
25.ª, Esmeralda Corredoira Herbello, 1997 (CA Vila De Cangas), 58.50 - 3.ª, juvenil
26.ª, Alicia Del Rio Hernandez, 1996 (AD Marathon), 1.00.00 - 7.ª, júnior
27.ª, Marta Tejedor Puentes, 1997 (CAS Cajasegovia), 1.01.11 - 4.ª, juvenil
28.ª, Cristina Castellanos Montealegre, 1997 (CA Alacazar-Aquaolympic), 1.01.50 - 5.ª, juvenil
29.ª, Adela Martinez Gomez, 1981 (UD Benalmadena), 1.04.07 - 17.ª, sénior
30.ª, Enara Ibarra Plaza, 1997 (Super Amara), 1.04.07 - 6.ª, juvenil
31.ª, Marina Soriano Zamora, 1995 (CAP Alcobendas), 1.04.37 - 8.ª, júnior
32.ª, Iris Elena Blasco Smaranda, 1994 (CA Oasis Tres Cantos), 1.06.44 - 18.ª, sénior

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Kim Mottrom é o novo campeão australiano de 50 km

Kim Mottrom, o novo campeão da
Austrália de 50 km marcha.
Foto: Simon Baker / Heel and Toe
Competindo pela primeira vez na distância, Kim Mottron sagrou-se este domingo, 15 de Dezembro, campeão da Austrália de 50 km marcha, ao vencer o campeonato realizado em Melbourne. O atleta do estado da Austrália do Sul concluiu a prova em 4.28.12 h, um recorde pessoal numa estreia do atleta de 29 anos, que antes nunca tinha competido acima de 30 quilómetros.

A prova começou por ter a liderança de Ian Rayson, que aos 20 quilómetros comandava com quase oito minutos de vantagem, passando nessa distância intermédia com 1.37.24 h. No entanto, o marchador de Nova Gales do Sul viria a ser desclassificado por volta dos 35 quilómetros, deixando Mottrom como único atleta em prova para a distância longa e para o seu primeiro título nacional, depois de quatro segundos lugares enquanto júnior em campeonatos de 10 km e 20 km. A marca não é muito expressiva tendo em consideração a qualidade dos melhores marchadores australianos, mas Kim Mottrom explicou ter estado lesionado nas últimas semanas e ter precisado de competir em Melbourne com uma ligadura a proteger um dos nervos ciáticos.

Nas provas extracampeonato, realce para a presença dos consagrados Jared Tallent e Chris Erickson nos 20 km. Mas acabaria por ser Brendon Reading a triunfar, em 1.26.29 h, depois de se ter destacado de Tallent quando este, ainda a recuperar de uma lesão muscular, teve de fazer uma paragem forçada para utilizar uma casa-de-banho. O multimedalhado olímpico terminaria na segunda posição, com 1.27.23 h. Com a desistência de Erickson, Nick Dewar ascendeu ao terceiro lugar, terminando com 1.31.21 h.

Competindo sobre a mesma distância no sector feminino, a sueca Mari Olsson impôs-se com 1.39.34 h, à frente das australianas Lauren Bourke (1.42.25) e Jillian Hosking (1.44.53). Olsson conseguiu desta forma corresponder à marca de referência exigida pela federação do seu país com vista à formação da selecção sueca da distância para a Taça do Mundo de Taicang.

Nas provas dos mais jovens, referência para os 10 km dos juniores, com vitória, no sector feminino, para Tayla-Paige Billington em 49.08 m, contra 49.22 m da segunda, a mais jovem Jemima Montag, de 15 anos, creditada com 49.22 m. Com a mesma idade de Montag, Tyler Jones foi terceiro no sector masculino, com 44.47 m, atrás de Jesse Osborne (42.16) e de Nathan Brill (43.43).

Reportagens com mais pormenores podem ser lidas (em inglês) no «site» da Federação Australiana de Atletismo (aqui) e no boletim «Heel and Toe» publicado no «site» do Victorian Race Walking Club (aqui).

Classificações
50 km, Campeonato da Austrália
1.º, Kim Mottrom, 4.28.12
Desclassificado: Ian Rayson

Provas extracampeonato
20 km femininos
1.ª, Mari Olsson (Suécia), 1.39.34
2.ª, Lauren Bourke, 1.42.25
3.ª, Jillian Hosking, 1.44.53
4.ª, Shannon Jennings, 1.45.25.
5.ª, Kirsty Klein, 1.49.15
Desistentes: Erin Taylor-Talcott (EUA), Cheryl Webb, Stephanie Stigwood, Rachel Tallent.
Desclassificada: Jessica Pickles.

20 km masculinos
1.º, Brendon Reading, 1.26.29
2.º, Jared Tallent, 1.27.23
3.º, Nick Dewar, 1.31.21
4.º, Kyle Malone, 1.31.36
5.º, Simon Evans, 1.52.18
6.º, Jason Kozica, 1.59.10
Desistente: Chris Erickson.

10 km juniores femininos
1.ª, Tayla-Paige Billington, 49.08
2.ª, Jemima Montag, 49.22
3.ª, Elizabeth Hosking, 49.43
4.ª, Jasmine Dighton, 52.06
Desistentes: Jemma Potezny e Stephanie George.

10 km juniores masculinos
1.º, Jesse Osborne, 42.16
2.º, Nathan Brill, 43.43
3.º, Tyler Jones, 44.47
4.º, Jay Felton, 45.21
5.º, Carl Gibbons, 48.02
6.º, Adam Garganis, 48.06
7.º, Kyle Bird, 50.28

5 km juvenis femininos
1.ª, Emily Hamilton, 29.12


5 km juvenis masculinos
1.º, Dylan Richardson, 25.19
2.º, Lucas Taylor, 27.14