Imagens: World Athletics e LOC Muscat-2022. Montagem: O Marchador |
Pela primeira vez, o evento vai arrancar em março (4 e 5) e não no início de maio como era habitual, pelo menos desde a edição de 1999 e também pela primeira vez o Mundial de Seleções de Marcha vai ter lugar num país do Médio Oriente, concretamente em Omã, na capital Muscat, um país lindíssimo da Península Arábica com uma vista magnífica sobre as águas azul-turquesa do Golfo.
A primeira edição da então designada Taça do Mundo de Marcha teve lugar na cidade suíça de Lugano, em 1961, sendo a 29ª edição da prova. Há poucos dias o comité organizador do evento divulgou um guia de viagem para quem vai visitar o país, com muita e detalhada informação.
A competição vai contar com os melhores especialistas do planeta, sendo a marcha atlética uma das disciplinas mais universais no atletismo. Como refere, e bem, a World Athletics, nos grupos de eventos de atletismo temos em mente dois ou três países cujo poderio se faz notar anualmente. Se imaginarmos as provas de sprint, pensamos imediatamente no poderio de nações como a Jamaica ou os EUA. Se pensarmos nas distâncias de corridas meio fundo e fundo, veem-nos à cabeça países como o Quénia ou a Etiópia e se, por exemplo, estivermos a referirmo-nos aos lançamentos, nomeadamente o do dardo, olhamos para os atletas da Finlândia ou da Alemanha. E assim por diante…
Na marcha atlética, já não é assim. Além de ser uma disciplina atraente para atletas de vários países no mundo, também atrai desportistas das mais diversas idades, mostrando a força da sua universalidade como comprovam os dados estatísticos, se extraídos de Mundiais de Seleções de Marcha, Campeonatos Mundiais de Atletismo ou Jogos Olímpicos.
Na história dos Mundiais de Seleções de Marcha atletas de 28 diferentes países subiram ao pódio e na última edição do evento, em 2018, 11 diferentes países, representando os cinco continentes, subiram ao quadro de medalhas individuais e coletivas.
Nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, só para nos referirmos à última edição, em Doha, em 2019, atletas de 15 países de todas as seis áreas continentais (América do Norte e Central, América do Sul, Europa, Ásia, África e Oceânia) figuraram entre os 20 melhores na disciplina. E nos Jogos Olímpicos há exemplos claros e abundantes da abrangência mundial da marcha atlética.
A nível dos jovens e também no plano sénior, países como o Equador, a Guatemala, o México ou a Colômbia, intrometem-se no poderio de nações como a China e o Japão, ou a Espanha e a Itália, mas vemos também, como aconteceu nos últimos Mundiais Sub20, que atletas da Índia ou do Quénia têm emergido ao mais alto nível.
E por falarmos em idades, vemos que foram várias as jovens atletas que participaram nos principais eventos internacionais dos 20 km e com resultados ao mais alto nível e que, por outro lado, temos o português João Vieira a conquistar, aos 43 anos de idade, a medalha de prata nos 50 km marcha dos Mundiais de Doha e o espanhol Jesus Ángel García Bragado a ficar em oitavo lugar na mesma prova, poucas semanas antes de completar o seu 50º aniversário.