Memórias fotográficas de Podebrady 1997. Fotos: arquivo «O Marchador» |
19 de abril de 1997. A primeira das duas jornadas da décima oitava edição da Taça do Mundo de Marcha. Em Podebrady, na República Checa, cidade com uma larguíssima tradição na marcha atlética. Ainda no século XIX, no ano de 1894, dois anos antes da realização dos primeiros Jogos Olímpicos, a cidade acolheu a chegada dos participantes da prova dos 50 km marcha que tivera Praga como ponto de partida.
No dia de hoje, data em que passam 23 anos sobre a realização daquela exemplar edição da Taça do Mundo de Marcha, que assinalava também o 100.º aniversário da fundação da Federação de Atletismo do país, recordamos, em jeito de homenagem, algumas passagens fotográficas do evento.
Nos 20 km marcha masculinos, o equatoriano Jefferson Pérez, considerado um dos melhores marchadores mundiais de todos os tempos (na foto, no lugar mais alto do pódio) ganhara com um excecional tempo de 1:18:24 – um ano antes sagrou-se campeão olímpico - numa prova onde os seis primeiros realizaram marcas abaixo da uma hora e vinte minutos. Daniel García (México) foi segundo e Ilya Markov, terceiro, e o melhor português, Sérgio Vieira, estabelecia um novo recorde nacional com 1:20:58.
Nos 50 km marcha masculinos, o espanhol Jesús Ángel García vencera com o magnífico tempo de 3:39:54, o melhor registo pessoal. Na foto, o momento que antecedeu a partida dos 50 km e onde se veem os portugueses Luís Ribeiro, na segunda das três edições da Taça do Mundo em que tomou parte, José Pinto (meio encoberto), que assinalaria em Podebrady a sua derradeira prova em representação da seleção nacional, numa carreira internacional que se iniciara em 1982, nos Europeus de Atenas, José Magalhães, na sua quarta participação em seis Taças do Mundo, e Virgílio Soares, na sua segunda presença (de três) no evento.
Na outra foto veem-se José Dias (à esquerda), dirigente que chefiou a delegação portuguesa, e Luís Dias (à direita), então o treinador nacional de marcha, ladeando quatro dos juízes internacionais de marcha que tomaram parte no evento: Yaping Zhao (China), Doo An Chun (Coreia do Sul), Khoo Chong Beng (Malásia) e Joseph Ochieng (Quénia).
Concluímos com o registo fotográfico de duas das grandes figuras do atletismo mundial, convidados de honra do evento, no momento dos cumprimentos que antecederam a receção oficial que tivera lugar no sumptuoso salão nobre da Câmara Municipal de Podebrady:
Emil Zátopek, conhecido como a “locomotiva humana”, sagrou-se em 1952, nos Jogos de Helsínquia, campeão olímpico nos 5.000m, 10.000m e na maratona. Nascido na então Checoslováquia, hoje no território que daria lugar à República Checa, já havia conquistado, quatro anos antes, nos Jogos de Londres, a medalha de ouro nos 10.000m. Na sua brilhante carreira desportiva alcançou 15 recordes mundiais.
Primo Nebiolo, nascido em Turim (Itália), foi o dirigente que marcou o atletismo mundial dos tempos modernos, revolucionando por completo a modalidade. Em 1961 foi eleito presidente da Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU). Em 1969 tornou-se presidente da Federação Italiana de Atletismo (FIDAL), cargo que exerceu até 1989. Em 1972 integrou o Conselho Executivo da IAAF e em 1981 foi eleito presidente deste organismo, sucedendo ao holandês Adrian Paulen, cargo que exerceria até à sua morte, ocorrida em 7 de novembro de 1999.
Sobre a participação portuguesa no evento recordamos aqui.