Yohann Diniz. Foto: facebook do próprio |
O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 mantém Yohann Diniz confinado a casa, em Soissons, mas não o impede de procurar manter-se em forma e até de experimentar novas actividades. O recordista mundial dos 50 km marcha dizia há poucos dias à Rádio Monte Carlo (RMC) que está a procurar tirar partido deste período especial para experimentar a apneia.
Para o marchador francês, o adiamento dos Jogos até pode ter funcionado como uma espécie de «pausa» na preparação, mas é preciso não baixar os braços e, mesmo aos 42 anos, procura manter a actividade física apesar das particularidades da época que se atravessa. Em Soissons, onde se mantém com a família, Diniz faz por passar uma hora no exterior. «Dei uma volta aqui ao pé de casa, mas não há por cá ninguém. É difícil cruzar-se com alguém. Limito-me a fazer alguma manutenção», declarou à RMC.
Mas o actual contexto também dá espaço para novas experiências e foi assim que Yohann Diniz decidiu dar atenção ao mergulho livre, variante do mergulho feita em apneia, ou seja, sem apoio à respiração, ao contrário do mergulho autónomo, em que se usa máscaras e botijas de oxigénio.
O interesse de Diniz pelo mergulho livre tem já alguns anos e vem do tempo em que conheceu Guillaume Nery, que apelida de «papa do mergulho livre». «Trocámos correspondência, falámos do treino da respiração. Ele deu-me vários conselhos para melhorar a minha capacidade pulmonar», recorda Yohann Diniz.
Amante da natação, o ex-campeão mundial dos 50 km marcha (Londres-2017) aproveita o tempo de que dispõe para ver vídeos de mergulho. Quanto a praticar, limita-se por agora a usar uma esferográfica para exercícios de respiração. «Aprendemos a fazer circular o ar mais devagar. Fazemos isso por períodos de tempo, que podem ser de 30 segundos, depois 45, um minuto, um minuto e 15, minuto e meio...», afirma.
A apneia está muitas vezes associada a façanhas de nadadores em mar aberto, mas Yohann Diniz não se considera nenhum Jacques Mayol, uma das grandes figuras da história do mergulho sem botijas de ar. Prefere, isso sim, concentrar-se na esferográfica, que deixa entrar apenas uma quantidade mínima de ar. «Permite economizar e é esse o objectivo do exercício. No final aumenta a capacidade ventilatória da caixa torácica», explica.
Uma melhoria da capacidade respiratória que, depois do confinamento, numa fase de carreira com os últimos desafios, poderá fazer grande diferença.