Montagem: O Marchador |
Longe vão os tempos em que as grandes marcas de calçado desportivo criavam modelos específicos para os praticantes de marcha atlética. Na década de 80 do século passado, a Tiger (Asics) e a Adidas produziram sapatos que tiveram grande sucesso entre os marchadores, sendo usados por grande parte dos melhores especialistas mundiais da modalidade.
Foi com uns Tiger TTW302 (na imagem, em baixo à esquerda) que o italiano Maurizio Damilano se sagrou campeão do mundo dos 20 km em Roma-1987, título que repetiria quatro anos depois, em Tóquio, mas com sapatos diferentes. Tratava-se de um modelo que tinha vindo substituir uns primeiros Tiger de marcha caracterizados por terem uma espécie de salto.
Três anos antes, em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, os mexicanos Ernesto Canto e Raúl González venceram respectivamente os 20 km e os 50 km marcha calçando uns Adidas Race Walk na versão azul-escura (na imagem, em baixo à direita, em versão azul-clara). Aliás, na prova dos 20 km, todos os três medalhados calçavam esse modelo de sapatos: Canto, González e Damilano.
Tanto a Tiger / Asics como a Adidas criaram depois outras versões desses modelos iniciais, mas pouco tempo durou a «teimosia» da criação de sapatos específicos de marcha atlética. Em Espanha e em Itália, a Joma e a Diadora tentaram seguir o exemplo daquelas duas marcas pioneiras no calçado dos marchadores, mas pelos vistos o mercado não deu retorno às empresas produtoras e a dinâmica parece ter-se perdido.
Nos anos mais recentes, os praticantes de marcha atlética têm-se servido de sapatos de corrida para a prática da sua especialidade, normalmente optando por modelos leves e baixos.
Quando em Sydney-2000 o polaco Robert Korzeniowski se sagrou pela segunda de três vezes campeão olímpico dos 50 km, calçava uns Reebok que constituíam um desenvolvimento do modelo usado quatro anos antes, em Atlanta, pela russa Elena Nikolaeva ao vencer os 10 km femininos dos Jogos da XXVI Olimpíada. O par de sapatos de Korzeniowski, devidamente autografado, faz hoje parte da colecção do Museu Olímpico de Lausana, que o mostra na exposição de longa duração. A Reebok foi uma marca que pouco tempo depois veio a entrar em dificuldades financeiras, acabando comprada pela Adidas, actual proprietária da marca, à qual atribuiu novo logótipo.
Entre as marcas e modelos mais populares nos tempos actuais e que têm sido opções de muitos marchadores um pouco por todo o mundo, podem considerar-se as doze que se indica de seguida (mostradas por ordem na imagem, da esquerda para a direita e de cima para baixo): Adidas Adizero Adios, Asics Gel-DS Racer, Brooks Hyperion, Diadora Mythos Racer Evo, Joma Marathon, Mizuno Wave Ekiden, New Balance Fresh Foam, Newfeel RW 900 Race (caso raro de marca que produz sapatos específicos para marcha atlética), Nike Zoom Speed Racer, Puma Speed, Saucony Type A9 e Skechers GOmeb Speed 3.
Se existir alguma característica comum a estes modelos será o facto de serem em cada marca os modelos menos aparatosos, isto é, são sapatos mais baixos (pelo menos na maior parte dos casos).
No entanto, há quem prefira outros modelos destas e de outras marcas, por vezes escolhendo sapatos mais robustos, com apoio mais espesso e calcanheira reforçada. Altra, Li-Ning e Pearl Izumi são outras marcas em que recentemente também têm vindo a apostar alguns atletas.
Os dados mencionados neste texto são meramente informativos, não tendo qualquer objectivo comercial ou promocional.
Actualizado em 22/4/2020, às 17h20, com nota sobre a produção de sapatos de marcha pela Newfeel.
Actualizado em 22/4/2020, às 17h20, com nota sobre a produção de sapatos de marcha pela Newfeel.