sábado, 25 de abril de 2020

Apoteose mexicana na Taça do Mundo de Marcha em Monterrey 1993

Em Monterrey, México, Carlos Mercenario, prestes a triunfar
nos 50 km, e o início dos 20 km, com Daniel García (dorsal 98),
o vencedor. Fotos: arquivo «O Marchador»
27 anos depois, recordamos a Taça do Mundo de Marcha em Monterrey, no Estado de Nuevo León, disputada no fim de semana 24/25 de abril de 1993, evento que glorificou a seleção masculina do México, com vitórias individuais e por equipas nos 20 km e 50 km, e no global destas duas provas designado como «Lugano Trophy».

Foram mais de 300 atletas de 36 países que tomaram parte neste importante evento mundial, com as marcas alcançadas a ficarem condicionadas pela elevada temperatura, que chegou aos 30 graus Celsius, uma humidade entre os 60 e 70%, numa cidade com cerca de 600 metros de altitude.

A prova de 10 km senhoras, pelas 15.30 horas de sábado (24) foi a primeira do programa, com 98 participantes, e levada de vencida pela chinesa Wang Yan, com 45.10, seguida da finlandesa Sari Essayah, com 45.18, e da russa Yelena Nikolayeva, com 45.22. Susana Feitor, com 18 anos de idade, seria oitava classificada. Coletivamente, o triunfo da «Eschborn Cup» pertenceu à Itália (Ileana Salvador, Annarita Sidoti, Elisabeta Perrone, Cristina Pellino e Erika Alfridi), com 196 pontos, seguida da China, com 193 pontos, e da Rússia, com 193 pontos. O México foi 7.º classificado e Portugal estreou-se no evento com o 11.º lugar entre 24 equipas (ver peça própria, aqui).

O ambiente estava agora ao rubro para os 20 km homens, com 107 atletas a alinharem na partida e a culminar com a vitória do mexicano Daniel García, com 1.24.26. O espanhol Valentin Massana concluiria na segunda posição com 1.24.32, e cinco segundos depois entrava na terceira posição outro mexicano, Alberto Cruz, com 1.24.37. Coletivamente, o México venceu com 265 pontos (D.Garcia, A. Cruz, Ignacio Zamudio, Jose Sanchez e Ruben Aricado), a Itália foi segunda, com 244 pontos, e a Espanha terceira. Com 240 pontos.

Chegados ao domingo (25/4), logo pelas 7 horas da manhã, era dada a partida dos 50 km masculinos, com 100 participantes. Numa prova muito emotiva e com diferentes líderes, aos 45 km o mexicano Carlos Mercenario já marchava destacado para a vitória, terminando em apoteose, com, 5.50.28, e uma vantagem de 2 minutos e 16 segundos. No segundo lugar entra o espanhol Jesus Angel García, com 3.52.44, e no terceiro, em dificuldade, o mexicano German Sanchez, com 3.54.15, vendo o seu compatriota Miguel Rodríguez terminar apenas 7 segundos depois (3.54.22). Coletivamente, vitória natural do México, com 275 pontos (C. Mercenario, G. Sanchez, M. Rodríguez, Martín Bermude e Miguel Solis). Espanha e França preenchem o pódio coletivo, com 251 e 245 pontos, respetivamente.

O Troféu Lugano (20km + 50 km masculinos) seria erguido em ambiente triunfal pela seleção do México, somando 540 pontos. Nas segunda e terceira posições do pódio subiram a Espanha (491 pontos) e a Itália (487 pontos). Foram 30 os países participantes no setor masculino. Portugal ficou de fora pela polémica e questionável decisão da Federação Portuguesa de Atletismo em não se fazer representar.