Matej Tóth, o novo campeão mundial de 50 km. Fotos: Getty Images. Montagem: O Marchador |
Fazendo jus à condição de
detentor da melhor marca mundial do ano dos 50 km marcha, o eslovaco Matej Tóth
conquistou esta noite o título de campeão do mundo da distância, ao realizar em
Pequim a marca de 3.40.32 h.
O marchador da Eslováquia
comandou a prova desde o segundo quilómetro, saindo do estádio numa posição de
liderança que jamais iria perder até final. A monotonia da prova seria quebrada
apenas por algumas variações de posição nos lugares secundários e por uma
inesperada visita do líder à casa de banho pouco depois dos 30 quilómetros.
Ao final da primeira légua, Tóth
registava 22.57 m, detendo nessa altura oito segundos de vantagem sobre um
primeiro grupo composto por 14 atletas. Mais uma légua cumprida e o eslovaco
passava aos 10 quilómetros com 45.22 m, já com 27 segundos de avanço para o
mesmo grupo, mas reduzido a dez elementos.
Daí para diante tratou-se
unicamente de ver aumentar a vantagem até atingir cerca de minuto e meio por
volta dos 45 quilómetros. No grupo perseguidor ia diminuindo a quantidade de
componentes, ficando claro por volta dos 40 quilómetros que o australiano Jared
Tallent iria assegurar o segundo posto e o japonês Takayuki Tanii conquistaria
a medalha de bronze.
Pelo meio, o irlandês Robert
Heffernan foi fazendo figura de relevo na perseguição ao líder, mas acabando
por desaparecer da luta pelas medalhas no início do último terço de prova.
Na meta, Matej Tóth registaria
3.40.32 h, contra 3.42.17 de Jared Tallent e 3.42.55 de Takayuki Tanii. Depois
do segundo japonês, Hirooki Arai (4.º, 3.43.44), chegaria Heffernan (3.44.17),
o campeão de Moscovo-2013. Para o australiano, terceiro classificado em
Daegu-2011 e Moscovo-2013, esta foi a melhor classificação em mundiais de
atletismo.
Com uma prova desenvolvida sempre
em posições de evidência e demonstrando boa qualidade técnico-regulamentar, o
equatoriano Andrés Chocho foi o único participante a terminar com novo recorde
nacional (recorde do Equador e da América do Sul), ao registar na oitava
posição 3.46.00 h, imediatamente atrás dos chineses Lin Zhang (6.º, 3.44.39) e
Wei Yu (7.º, 3.45.21).
Enorme proeza foi cometida pelo
espanhol Jesús García, que, quase aos 46 anos, coroou a 12.ª participação em
mundiais de atletismo (um informal recorde mundial) com um nono lugar,
carimbado em 3.46.43 h. Notável feito de um atleta que foi campeão do mundo
desta distância em Estugarda-1993 e vice-campeão em Atenas-1997, Edmonton-2001
e Berlim-2009.
Pedro Isidro, o único
representante português, cumpriu a prova em ritmo muito regular e ascendente,
conseguindo chegar na 21.ª posição, com novo máximo pessoal de 3.55.44 h (antes 3.56.15 em Taicang-2014). Com
23.52 m na légua inicial, cumpriria os trechos seguintes com
23.53+23.52+24.01+23.40, para atingir a meia prova em 1.59.18 h. Mercê de uma
segunda metade a explorar a contenção inicial, o marchador do Benfica
despacharia os segundos 25 quilómetros em 1.56.28 h, ou seja, quase três minutos melhor
nas segundas cinco léguas do que nas primeiras cinco.
Melhorando sete lugares a
classificação dos mundiais de 2013, Pedro Isidro, que tinha à partida a 40.ª
marca entre os participantes, conseguiu a melhor marca de sempre dos
marchadores portugueses em provas de 50 km marcha de campeonatos do mundo de
atletismo.
Classificação
50 km masculinos
1.ª, Matej Tóth (Eslováquia),
3.40.32
2.ª, Jared Tallent
(Austrália), 3.42.17
3.ª, Takayuki Tanii
(Japão), 3.42.55
4.ª, Hirooki Arai (Japão), 3.43.44
5.ª, Robert Heffernan (Irlanda),
3.44.17
6.ª, Lin Zhang
(China), 3.44.39
7.ª, Wei Yu (China),
3.45.21
8.ª, Andrés Chocho (Equador),
3.46.00
9.ª, Jesús Ángel García (Espanha),
3.46.43
10.ª, Quentin Rew (Nova Zelândia),
3.48.48
11.ª, Adrian Blocki
(Polónia), 3.49.11
12.ª, Evan Dunfee
(Canadá), 3.49.56
13.ª, Chris Erickson
(Austrália), 3.51.26
14.ª, Qianlong Wu (China),
3.51.35
15.ª, Ivan Banzeruk
(Ucrânia), 3.52.15
16.ª, Marco De Luca (Itália),
3.53.02
17.ª, Matteo Giupponi
(Itália), 3.53.23
18.ª, Veli-Matti Partanen
(Finlândia), 3.54.28
19.ª, Serhiy Budza (Ucrânia),
3.55.10
20.ª, Luis Fernando López
(Colômbia), 3.55.43
21.ª, Pedro Isidro (Portugal),
3.55.44
22.ª, Tadas Šuškevicius (Lituânia),
3.56.27
23.ª, Chilsung Park (Coreia do Sul),
3.56.42
24.ª, Håvard Haukenes (Noruega),
3.56.50
25.ª, Teodorico Caporaso (Itália),
3.56.58
26.ª, Sandeep Kumar (Índia), 3.57.03
27.ª, Manish Singh (Índia), 3.57.11
28.ª, Rafal Augustyn (Polónia),
3.57.30
29.ª, Jaime Quiyuch (Guatemala),
3.57.41
30.ª, Dušan Majdan (Eslováquia),
3.58.57
31.ª, Mathieu Bilodeau (Canadá),
4.01.35
32.ª, Jarkko Kinnunen (Finlândia),
4.02.07
33.ª, Marc Mundell (África do Sul),
4.02.41
34.ª, Yuki Yamazaki (Japão), 4.03.54
35.ª, Francisco Arcilla (Espanha),
4.07.23
36.ª, Luis Angel
Sanchez (Guatemala), 4.09.26
37.ª, John Nunn
(E.U. América), 4.09.44
Desclassificados: Lukás Gdula (República
Checa), Erick Barrondo (Guatemala), Brendan Boyce (Irlanda), Lukasz Nowak
(Polónia), Martin Tištan (Eslováquia) e Igor Glavan (Ucrânia).
Desistentes: Mario José dos Santos Jr
(Brasil), Benjamín Sánchez (Espanha), Aleksi Ojala (Finlândia), Carl Dohmann
(Alemanha), Aléxandros Papamichaíl (Grécia), Alex Wright (Irlanda), Marius
Cocioran (Roménia), Anders Hansson (Suécia) e Anatole Ibañez (Suécia).