O japonês Yukio Seki, um assistente e Jorge Salcedo. Foto: facebook de Y. Seki |
3 – Jorge Salcedo, que vai continuar a liderar a formação
na área dos Oficiais Técnicos Internacionais, refere-nos o que, nesta relevante
matéria, foi feito no seu anterior mandato, concretamente no Projeto TOECS – Sistema
de Educação e Certificação de Oficiais Técnicos.
Relativamente à nossa participação nas actividades do grupo
de trabalho do TOECS, estivemos envolvidos, entre outras, nas seguintes:
- Exames de ITOs, nível IAAF.
- Primeiro Seminário de preparação e actualização de
Delegados Técnicos de competições “de estádio”, Seminário co-organizado com a
EA.
- Acção de actualização dos “Juízes Internacionais de
Partida”, também realizada com a EA.
- Curso para prelectores de cursos do TOECS de nível II
(nível Área).
- Actualização do “Guia Internacional de Partidas” e do
“Guia dos Juízes Internacionais de Cronometragem Automática”.
- E, deste grupo, saiu uma ideia que classificaria como
excelente, e que foi aprovada pelo Conselho da IAAF, que é a de produzir um só
documento que integre as Regras de Competição (Capítulo V do Manual em vigor),
e as notas explicativas específicas actualmente existentes no “Juiz Árbitro”
(The Referee / Le Juge Arbitre), que “desapareceria” como documento
independente.
4 - Jorge Salcedo, de 62 anos, juiz internacional desde
1984, é o Chefe dos Oficiais Técnicos Internacionais nos mundiais de Pequim
(outro português, Samuel Lopes integrará a equipa), função que já desempenhou
em diversas ocasiões.
Quais as novas ideias para os próximos quatro anos?
Relativamente a novas ideias para o futuro mandato, ou se
quisermos, algumas que eu gostaria de implementar/finalizar realçaria:
- Alterar as definições “pista ao ar livre” e “pista
coberta”, para “pistas de 400m “ e “pistas de 200m”, com as adaptações das
Regras que se mostrem necessárias.
Mais cedo ou mais tarde (e já pensávamos que tal poderia
acontecer com os Mundiais de Doha), teremos estádios cobertos com pistas de
400m, pelo que esta adaptação se mostra necessária. Como é bem sabido, já
houve, há anos, uma alteração da Regra dos Recordes do Mundo, que implica que
um recorde obtido em “pista coberta” possa, se igual ou melhor que um obtido “ao
ar livre”, ser considerado como recorde absoluto. Como aconteceu, como mero
exemplo, com a marca obtida por Renaul Lavillenie, em Donetsk, em 15.02.2014.
- Tentar completar o “Manual de Calibração”, que incluirá
todos os parâmetros que devem ser cumpridos para que os equipamentos (lato sensu)
utilizados em competições de Atletismo sejam certificados.
- Tentar influenciar os produtores de equipamentos
utilizados (ou também utilizados) pelo Atletismo, para que se adequam, cada vez
mais, às nossas necessidades (superfícies sintéticas para queda de lançamentos,
VDM, gaiolas para lançamentos longos, etc.).
- Manter a colaboração técnica na formação, certificação e
avaliação, quando em funções, de Oficiais internacionais, nas suas diversas
vertentes.
-Relativamente às Regras de Competição, há aspectos “já em
carteira” para estudo pelo Comité Técnico, como também há, ao menos um, que
deverá entrar em fase de teste prático, para eventual passagem a Regra no
futuro. Para não ficarem com “água na boca”, direi que a ideia a testar a ideia
será a de ter, na última prova das Provas Combinadas, os atletas partindo com
intervalos de tempo correspondentes às diferenças pontuais existentes na
altura, terminando esta última prova pela ordem correspondente à classificação
final na prova combinada.
Há já 7 anos, apresentei ao Conselho, em nome do Comité, um
trabalho que tinha feito a este propósito, que foi aprovado pelo Conselho, mas
a verdade é que o que tinha sido proposto para ser testado nunca o foi. Mas
como houve agora um par de Federações que voltaram ao tema… Estou consciente
que há muitos que não concordam com a ideia e/ou consideram-na de muito difícil
concretização.
Para além de clarificações ou alterações em carteira (por
exemplo algo que considero importante realizar, que é o indicar, claramente, o
que é uma infracção técnica e uma disciplinar, já que há algumas que ….levantam
dúvidas), deveremos estar sempre atentos ao que se vai “passando” no nosso
Mundo, e que pode obrigar a alterações de Regras. Uma vez mais como (outro)
mero exemplo, temos a alteração da Regra relativa à marcha, que obrigava uma
prova a iniciar e a terminar com luz do dia, depois de se saber que era ideia
dos organizadores dos Mundiais de Doha de realizar as provas de marcha (como as
Maratonas), já de noite, para se serem evitadas as altas temperaturas diurnas.
Para terminar a loooonga resposta à questão (provavelmente
demasiado explicativa quanto ao que tentámos fazer….), a conclusão poderá ser
que estou satisfeito com o que, eventualmente, conseguimos.