sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Hong Liu, campeã mundial dos 20 km marcha. Cabecinha, quarta

Liu, Lu e Olyanovska comemoram após a chegada à meta.
Cabecinha, quarta classificada, ainda em fase inicial da prova.
Fotos: Getty Images. Montagem: O Marchador
A atleta chinesa Hong Liu venceu esta madrugada (hora de Lisboa), em Pequim, os 20 km marcha femininos dos mundiais de atletismo, terminando a competição com 1.27.45 h. O mesmo tempo foi atribuído à compatriota Xiuzhi Lu, enquanto a ucraniana Lyudmyla Olyanovska registava 1.28.13 h para a medalha de bronze. A portuguesa Ana Cabecinha concluiu a prova na quarta posição, com 1.29.29 h.

As duas atletas chinesas conduziram a prova deliberadamente ao ataque desde o tiro de partida, cumprindo o primeiro quilómetro em 4.34 m. O ritmo não parecia muito elevado mas foi o suficiente para que apenas a checa Anežka Drahotová tentasse acompanhá-las. Mais tarde se veria com que preço.

No final da primeira légua, Lu e Liu comandavam destacadas, com 22.24 m, dois segundos adiante de Anežka Drahotová e com sete segundos de vantagem sobre Eleonora Anna Giorgi. Já as portuguesas revelavam um início de prova muito prudente, com Ana Cabecinha na 8.ª posição, a 22 segundos das líderes e atrás da brasileira Érica de Sena, enquanto Inês Henriques passava na 14.ª posição, com 28 segundos de atraso, e Vera Santos era 25.ª, a 34 segundos.

Sempre com o predomínio da dupla chinesa, o meio da prova seria cumprido em clarificação de posições, com Lu e Liu isoladas na frente (44.19). Mais atrás, Drahotová, Sena, Olyanovska e as italianas Giorgi e Elisa Rigaudo formavam um quinteto de perseguidoras, que começaria a desfazer-se quando a checa e a brasileira, pouco depois, cederam perante as transalpinas e a ucraniana.

Ana Cabecinha completava meia prova no oitavo posto (44.59), num momento em que Inês Henriques baixava para 17.ª (45.35) e Vera Santos passava a 29.ª (46.25).

Seria a caminho dos 15 quilómetros que Lyudmyla Olyanovska iria desferir o ataque que lhe permitiu destacar-se de Giorgi e Rigaudo, acabando estas desclassificadas pouco depois. Era também o momento em que a melhor colocada das portuguesas se aproximava dos lugares medalhados, enquanto Inês Henriques já surgia mais atrasada (21.ª, 1.09.27 aos 15 km) e Vera Santos (27.ª, 1.10.19) compensava a pequena quebra de ritmo com ganho de alguns lugares.

Na légua final, as posições foram-se confirmando, com Liu e Lu a regressarem ao estádio com mais algumas advertências dos juízes e, por isso, mais empenhadas em não forçar demasiado a fim de se protegerem de eventuais desclassificações. Terminaram quase sem «sprint», depois de à entrada do túnel terem parecido combinar tréguas para garantirem os dois primeiros lugares, com vantagem para Hong Liu, que assim rematou com o título de campeã mundial uma época em que também bateu o recorde do mundo da distância (1.24.38, Corunha, 6 de Junho). Quanto a Olyanovska, tinha o terceiro lugar garantido pela vantagem adquirida anteriormente, terminando com pouco mais de cem metros de desvantagem em relação às primeiras.

Entretanto, nos quilómetros finais e enquanto as compatriotas eram desclassificadas, tinha surgido na luta pela quarta posição a italiana Antonella Palmisano, de quem Ana Cabecinha só no último quilómetro conseguiria desenvencilhar-se. A portuguesa registava dessa forma o seu melhor desempenho em mundiais de atletismo, com um quarto lugar que, em análise histórica, é superado unicamente pelo terceiro posto averbado por Susana Feitor em Helsínquia-2005.

Depois de Palmisano (5.ª, 1.29.34), realce ainda para o excelente sexto lugar de Érica de Sena (1.30.06), para o recorde pessoal da lituana Brigita Virbalyté (7.ª, 1.30.20) e para o afinal não tão relevante oitavo lugar de Anežka Drahotová (1.30.32).

Mercê da quebra final de Inês Henriques, Vera Santos (5.ª em Berlim-2009) acabaria por ser a segunda portuguesa, ocupando o 21.º lugar da classificação final, com 1.34.01 h, dois lugares adiante da antiga colega de clube, creditada com mais 46 segundos.

Uma palavra final para o único recorde nacional batido nesta prova, obra da neozelandesa Alana Barber, 18.ª classificada, com 1.33.20 h (antes, 1.35.07 em Adelaide, na Austrália, a 22 de Fevereiro deste ano).

Classificação
20 km femininos
1.ª, Hong Liu (China), 1.27.45
2.ª, Xiuzhi Lu (China), 1.27.45
3.ª, Lyudmyla Olyanovska (Ucrânia), 1.28.13
4.ª, Ana Cabecinha (Portugal), 1.29.29
5.ª, Antonella Palmisano (Itália), 1.29.34
6.ª, Erica De Sena (Brasil), 1.30.06
7.ª, Brigita Virbalyté (Lituânia), 1.30.20
8.ª, Anežka Drahotová (República Checa), 1.30.32
9.ª, Alejandra Ortega (México), 1.31.04
10.ª, María José Poves (Espanha), 1.31.06
11.ª, Nadiya Borovska (Ucrânia), 1.31.18
12.ª, Mirna Ortíz (Guatemala), 1.31.32
13.ª, Rachel Seaman (Canadá), 1.31.39
14.ª, Raquel González (Espanha), 1.32.00
15.ª, Viktória Madarász (Hungria), 1.32.01
16.ª, Paola Pérez (Equador), 1.32.12
17.ª, Jingjing Nie (China), 1.32.40
18.ª, Alana Barber (Nova Zelândia), 1.33.20
19.ª, Sandra Arenas (Colômbia), 1.33.24
20.ª, Maria Michta- Coffey (E.U. América), 1.33.24
21.ª, Vera Santos (Portugal), 1.34.01
22.ª, Wendy Cornejo (Bolívia), 1.34.12
23.ª, Inês Henriques (Portugal), 1.34.47
24.ª, Claudia Stef (Roménia), 1.34.51
25.ª, Kumiko Okada (Japão), 1.34.56
26.ª, Miranda Melville (E.U. América), 1.35.19
27.ª, Yeongeun Jeon (Coreia do Sul), 1.35.48
28.ª, Maritza Poncio (Guatemala), 1.35.53
29.ª, Cisiane Lopes (Brasil), 1.36.06
30.ª, Maria Czaková (Eslováquia), 1.36.08
31.ª, Emilie Menuet (França), 1.36.17
32.ª, Laura García-Caro (Espanha), 1.36.22
33.ª, Laura Polli (Suíça), 1.36.26
34.ª, Rachel Tallent (Austrália), 1.36.27
35.ª, Jeong Eun Lee (Coreia do Sul), 1.36.52
36.ª, Lucie Pelantová (República Checa), 1.38.34
37.ª, Khushbir Kaur (Índia), 1.38.53
38.ª, Agnieszka Dygacz (Polónia), 1.39.06
39.ª, Mayra Carolina Herrera (Guatemala), 1.39.23
40.ª, Marie Polli (Suíça), 1.39.49
41.ª, Mária Gáliková (Eslováquia), 1.40.06
42.ª, Olena Shumkina (Ucrânia), 1.41.30
Desclassificadas: Beki Smith (Austrália), Claudia Balderrama (Bolívia), Sapana Sapana (Índia), Eleonora Giorgi (Itália), Elisa Rigaudo (Itália) e Neringa Aidietyte (Lituânia).
Desistente: Kimberly García (Peru).