segunda-feira, 22 de maio de 2023

Fortunato e Itália triunfam nos 20 km masculinos dos europeus de seleções de marcha

Nos 20 km masculinos, Francesco Fortunato, o vencedor, Perseus Karlström (2.º)
e Massimo Stano (3.º). Imagens: European Athletics e Sergio Mateo/FIDAL
Montagem: O Marchador

O italiano Francesco Fortunato sagrou-se vencedor dos 20 km masculinos dos Campeonatos Europeus de Seleções de Marcha, este domingo em Podebrady, (República Checa). O italiano averbou 1.18.59 h, impondo-se ao sueco Perseus Karlström (1.19.27) e ao compatriota Massimo Stano (1.20.07), seus companheiros no pódio individual.

Foi, no entanto, Stano quem começou ao ataque, com 3.54 m no primeiro quilómetro, para uma liderança isolada. Só Fortunato se atreveu a segui-lo, com uns quatro metros de atraso, enquanto para trás ficava o grupo principal, liderado pelo sueco Perseus Karlström e no qual se incluíam, entre outros, os espanhóis Diego García, Luis Alberto Amezcua e Paul McGrath e os restantes italianos, Andrea Cosi e Gianluca Picchiotinno. Afigurava-se assim uma jornada altamente competitiva entre Itália e Espanha na luta pela vitória por equipas.

Nas voltas seguintes, a diferença entre os dois primeiros e o grupo perseguidor foi-se cavando. No final da primeira légua, Massimo Stano liderava com 19.34 m, com três segundos de avanço sobre Fortunato. Karlström estava isolado no terceiro lugar, a 17 segundos do líder e cerca de dez metros adiante do pequeno grupo composto pelo espanhol García, pelo francês Gabriel Bordier e pelo turco Salih Korkmaz.

A caminho dos dez quilómetros manteve-se a posição relativa entre os três primeiros, mas com aproximação de Fortunato e de Karlström a Stano, enquanto mais atrás se verificava o reagrupamento dos três primeiros espanhóis, próximos de Bordier e na companhia do terceiro italiano, Cosi. O meio da prova foi cruzado já com Stano e Fortunato juntos, com 39.27 m, e o sueco cerca de trinta metros atrás. João Vieira era então o melhor dos portugueses, ocupando a 13.ª posição com 40.52 m e em subida na classificação, num momento em que Rui Coelho era 40.º, com 44.41 m.

Na aproximação aos 12 quilómetros, o sueco alcançaria a dupla de italianos e não se deteve, seguindo para a liderança isolada, sem resposta aparente de Fortunato ou Stano. Mas Francesco Fortunato reagiria pouco depois, para seguir Karlström a distância de poucos metros. Acabariam por juntar-se antes do final da volta seguinte, a 13.ª, com perto de 40 metros de vantagem sobre Stano, para, volvida mais uma volta, Fortunato já se encontrar destacado na liderança, com pouco menos de dez metros de avanço, enquanto Massimo Stano se encontrava 70 metros para trás.

A terceira légua seria cumprida em 59.08 m pelo comandante da prova, menos seis segundos que o sueco e menos 21 segundos que o compatriota, que se encontrava agora a quase cem metros de distância.

Até final, pouca variação ocorreria na posição relativa dos três primeiros, apenas flutuando o ritmo a que as distâncias entre cada um iam crescendo. A emoção ficou então centrada na disputa coletiva entre Itália e Espanha, aguçada pela aproximação do primeiro espanhol, Luis Amezcua, a Massimo Stano, ameaçando o terceiro lugar do italiano.

À entrada para a volta final de mil metros, o espanhol estava a pouco mais de vinte metros de Stano, que teria de recorrer às reservas de energia para resistir ao ataque de Amezcua. Na frente, Fortunato ia aumentando o avanço sobre Perseus Karlström, segurando o primeiro lugar. Mais atrás, a seguir a Amezcua encontrava-se Paul McGrath, o segundo espanhol, com a formação ibérica a pôr em causa a vitória transalpina na classificação coletiva.

No momento decisivo, os italianos revelaram-se bravissimi e conservaram tanto o primeiro lugar individual como o da classificação por equipas. Francesco Fortunato registou na meta 1.18.59 h, melhor marca europeia do ano, contra 1.19.27 h de Karlström e 1.20.07 h do campeão olímpico Massimo Stano. Apesar da segurança tática posta em prática, Luis Amezcua falharia o último lugar do pódio por 17 segundos.

Com Paul McGrath no quinto lugar (1.21.15) e Diego García no sétimo (1.21.42), a Espanha fechava a equipa antes da Itália, mas os azzurri fariam melhor pontuação (15 pontos) que os espanhóis (16), conquistando o título europeu por um ponto. No terceiro lugar ficaria a Alemanha, com 45 pontos, tendo tido em Nils Brembach, oitavo (1.21.54), o melhor colocado individual.

Pelo meio ainda se classificou o finlandês Veli-Matti Partanen, que com uma prova bastante regular, beneficiou de não ter entrado em loucuras e foi subindo até à sexta posição, com 1.21.26 h.

Sendo o mais velho dos atletas em prova, o português João Vieira conseguiu aos 47 anos concluir em décimo lugar, com 1.22.08 h, a melhor marca pessoal da época, oito segundos atrás de Bordier.

Rui Coelho, finalizou na 36.ª posição, com 1.32.09 h, com evidente quebra na segunda metade (44.41 + 47.28) mas ainda assim a recuperar quatro lugares em relação aos primeiros dez quilómetros.

Classificação individual
20 km masculinos
1.º, Francesco Fortunato, 1994 (ITA - Itália), 1:18:59
2.º, Perseus Karlström, 1990 (SWE - Suécia), 1:19:27
3.º, Massimo Stano, 1992 (ITA - Itália), 1:20:07
4.º, Alberto Amezcua, 1992 (ESP - Espanha), 1:20:24
5.º, Paul Mcgrath, 2002 (ESP - Espanha), 1:21:15
6.º, Veli-Matti Partanen, 1991 (FIN - Finlândia), 1:21:26
7.º, Diego García Carrera, 1996 (ESP - Espanha), 1:21:42
8.º, Nils Brembach, 1993 (GER - Alemanha), 1:21:54
9.º, Gabriel Bordier, 1997 (FRA - França), 1:22:00
10.º, João Vieira, 1976 (POR - Portugal), 1:22:08
11.º, Andrea Cosi, 2001 (ITA - Itália), 1:22:48
12.º, Salih Korkmaz, 1997 (TUR - Turquia), 1:23:12
13.º, Leo Köpp, 1998 (GER - Alemanha), 1:23:59
14.º, Maryan Zakalnytskyy, 1994 (UKR - Ucrânia), 1:24:27
15.º, Serhii Svitlychnyi, 1994 (UKR - Ucrânia), 1:24:28
16.º, David Kenny, 1999 (IRL - Irlanda), 1:24:31
17.º, Mazlum Demir, 2003 (TUR - Turquia), 1:24:46
18.º, Joni Hava, 1999 (FIN - Finlândia), 1:24:46
19.º, Alexandros Papamichail, 1988 (GRE - Grécia), 1:24:52
20.º, Gianluca Picchiottino, 1996 (ITA - Itália), 1:25:47
21.º, Dominik Černý, 1997 (SVK - Eslováquia), 1:26:18
22.º, Oisin Lane, 2002 (IRL - Irlanda), 1:26:26
23.º, Adam Zajíček, 2003 (CZE - República Checa), 1:26:37
24.º, Karl Junghannß, 1996 (GER - Alemanha), 1:26:53
25.º, Arnis Rumbenieks, 1988 (LAT - Letónia), 1:26:57
26.º, Aleksi Ojala, 1992 (FIN - Finlândia), 1:27:06 p.z.
27.º, Jaromír Morávek, 2003 (CZE - República Checa), 1:27:33
28.º, Jerry Jokinen, 2002 (FIN - Finlândia), 1:27:35
29.º, Brendan Boyce, 1986 (IRL - Irlanda), 1:27:57
30.º, Mukola Rushchak, 2003 (UKR - Ucrânia), 1:28:52
31.º, Raivo Saulgriezis, 1994 (LAT - Letónia), 1:28:59
32.º, Abdülselam İmuk, 1999 (TUR - Turquia), 1:29:11
33.º, Artur Mastianica, 1992 (LTU - Lituânia), 1:30:15
34.º, Johannes Frenzl, 2001 (GER - Alemanha), 1:31:04
35.º, Viktor Shumik, 1998 (UKR - Ucrânia), 1:31:36
36.º, Rui Coelho, 1994 (POR - Portugal), 1:32:09
37.º, Álvaro López, 1999 (ESP - Espanha), 1:33:05
38.º, Ignas Dumbliauskas, 2003 (LTU - Lituânia), 1:35:39
39.º, Norbert Tóth, 2001 (HUN - Hungria), 1:39:17
40.º, Dávid Józsvai, 1985 (HUN - Hungria), 1:41:31
41.º, Imre Csontos, 1992 (HUN - Hungria), 1:42:01
42.º, Deividas Balevičius, 1999 (LTU - Lituânia), 1:42:13
Desistentes: Matthew Glennon, 2003 (IRL - Irlanda), Łukasz Niedziałek, 2000 (POL - Polónia), Michal Morvay, 1996 (SVK - Eslováquia), Kevin Campion, 1988 (FRA - França) e Martin Madeline-Degy, 2001 (FRA - França).
Desclassificado: Marius Žiūkas, 1985 (LTU - Lituânia).