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| Miguel Ángel López vitorioso nos 20 km em Zurique. Foto: Michael Buholzer/AFP |
O espanhol Miguel
Ángel López conquistou esta manhã, em Zurique, o título de campeão da Europa de
20 km marcha, triunfando com 1.19.44 h na prova da distância dos campeonatos
europeus de atletismo, que decorrem naquela cidade suíça. No final de uma prova
emocionante, o espanhol impôs-se aos russos Aleksander Ivanov e Denis Strelkov
e ainda ao ucraniano Ruslan Dmytrenko. Os portugueses João e Sérgio Vieira
desistiram.
Foi com chuva que a
manhã se iniciou em Zurique, com os marchadores a utilizarem um circuito de mil
metros delineado no centro da cidade, muito estreito em algumas zonas, para uma
prova totalmente disputada fora do estádio. A competição iniciou-se em ritmo
moderado, com muitos atletas integrados no grupo da frente ao longo de muitas
voltas. Revelando não estar nas melhores condições, João Vieira desistiu logo
cerca dos quatro quilómetros. No final da primeira légua, Aleksander Ivanov
passava com 20.33 m, comandando um grupo de 22 unidades. Sérgio Vieira seguia
então junto à cauda desse primeiro pelotão, na 20.ª posição.
Com um ritmo
ligeiramente mais elevado na segunda légua, o meio da prova foi vencido em
40.43 m pelo grupo de oito que se apresentava na liderança, com Ivanov à
frente, seguido de Strelkov, Dmytrenko, dos espanhóis López e Álvaro Martín, do
italiano Giorgio Rubino, do alemão Christopher Linke e do francês Kevin
Campion. Sérgio Vieira passava no 14.º lugar, com 40.52 m e os primeiros bem à
vista.
Sempre com Ivanov a
impor o ritmo, era já só três os seus companheiros de liderança aos 15
quilómetros: Strelkov, López e Dmytrenko. Daí até final nada mais se definiria
antes do «sprint», apesar dos ataques de López pouco antes da entrada no último
quilómetro. Tecnicamente muito correcto, o espanhol voltaria a forçar pouco
depois, sem sucesso. Ivanov contratacou a 500 metros do final, mas também aí
ninguém descolou, apesar das aparentes dificuldades do compatriota Strelkov,
sempre em quarto, por vezes quase a atrasar-se.
Num final
emocionante, Miguel Ángel López conseguiu por fim ganhar dois ou três metros
decisivos a Ivanov, enquanto Strelkov se impunha ao ucraniano Ruslan Dmytrenko
na luta pelo terceiro lugar. Os parciais de 40.43 m e 39.01 m para cada dez
quilómetros de López são a confirmação de que a primeira metade foi bem mais
lenta que a segunda.
Com alguma confusão
final entre estreiteza do percurso, carris de carro eléctrico, pinos de
marcação de vias e estendimento da fita de meta, apenas dois segundos separaram
o primeiro do quarto, numa demonstração do grande equilíbrio deste quarteto,
com Dmytrenko a acabar por ficar com a fava do bolo.
Após a prova, Miguel
López mostrava-se feliz pelo sucesso. «É um feito muito importante para mim e
vem reforçar a minha autoconfiança. Antes da prova, a minha ideia era lutar
pelas medalhas, mas só nos quilómetros finais comecei a sentir que a vitória
era possível. No último quilómetro, tudo podia acontecer. Mas senti-me bem e
como não tinha notas de desclassificação não tive medo de aumentar o ritmo.»
Dedicando a medalha à
família e ao treinador, «que são as pessoas mais importantes para mim», Miguel
Ángel López adiantou que até aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro,
continuará concentrado nos 20 km, mas depois quererá experimentar os 50 km.
Classificação
20 km
masculinos
1.º, Miguel Ángel López, 1988 (Espanha),
1.19.44
2.º, Aleksandr Ivanov, 1993 (Rússia), 1.19.45
3.º, Denis Strelkov, 1990 (Rússia), 1.19.46
4.º, Ruslan Dmytrenko, 1986 (Ucrânia), 1.19.46
5.º, Christopher Linke, 1988 (Alemanha), 1.21.00
6.º, Alvaro Martin, 1994 (Espanha), 1.21.41
7.º, Andriy Kovenko, 1973 (Ucrânia), 1.21.48
8.º, Giorgio Rubino, 1986 (Itália), 1.22.07
9.º, Erik Tysse, 1980 (Noruega), 1.22.19
10.º, Luís Alberto Amezcua, 1992 (Espanha),
1.22.26
11.º, Kevin Campion, 1988 (França), 1.23.04
12.º, Tom Bosworth, 1990 (Grá-Bretanha),
1.23.17
13.º, Dzianis Simanovich, 1987
(Bielorrússia), 1.23.35
14.º, Nazar Kovalenko, 1989 (Ucrânia),
1.23.51
15.º, Hagen Pohle, 1992 (Alemanha), 1.24.00
16.º, Rafal Fedaczynski, 1980 (Polónia),
1.24.28
17.º, Perseus Karlström, 1990 (Suécia),
1.24.41
18.º, Marius Šavelskis, 1994 (Lituânia),
1.24.54
19.º, Matteo Giupponi, 1988 (Itália), 1.25.04
20.º, Antón Kucmín, 1984 (Eslováquia),
1.25.07
21.º, Antonin Boyez, 1984 (França), 1.25.31
22.º, Marius Žiukas, 1985 (Lituânia), 1.25.43
23.º, Arnis Rumbenieks, 1988 (Letónia),
1.27.07
24.º, Genadij Kozlovskij, 1991 (Lituânia),
1.27.45
25.º, Máté Helebrandt, 1989 (Hungria),
1.27.54
26.º, Massimo Stano, 1992 (Itália), 1.29.14
27.º, Nils Gloger, 1990 (Alemanha), 1.29.44
28.º, Patrik Spevák, 1994 (Eslováquia),
1.31.30
Desistentes: Andreas Gustafsson, 1981
(Suécia), Aléxandros Papamihaíl, 1988 (Grécia), Sándor Rácz, 1986 (Hungria),
João Vieira, 1976 (Portugal), Sérgio Vieira, 1976 (Portugal).
Desclassificado: Håvard Haukenes, 1990
(Noruega).
