Živilė Vaiciukevičiūtė. Fotos: J. Stacevičiaus/LRT e Alfredo Pliadžio/LLAF Montagem: O Marchador |
Zivile justificou a sua decisão com o cansaço acumulado ao longo de anos e muitos meses fora de casa, mas com planos bem definidos para o seu futuro. Sempre dedicada e cumpridora a atleta não imaginava continuar a sua vida no desporto e ponderara dedicar-se à família depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, supostamente em 2020.
Só que a pandemia de COVID-19 e o cancelamento ou adiamento de provas mudou-lhe os planos, com Zivile a tomar a decisão e a contactar a sua federação. Esta, perante o inesperado e até mesmo inacreditável, pediu à atleta algum tempo para que pudesse repensar a sua decisão, no intuito de completar o ciclo olímpico. Porém a decisão estava ponderada e tomada, com Zivile a agradecer ao treinador Viktoras Meskauskas por todo o trabalho e tempo dedicado.
Zivile, irmã de outras também marchadoras, a gémea Mónika e Gintare, mais velha, cedo entrou no mundo da marcha atlética. Ambas evidenciaram-se ainda como infantis e bateram muitos recordes nacionais, e já nas categorias de sub-18 e sub-20 participavam em muito eventos internacionais, em campeonatos, Taças do Mundo e da Europa de Marcha.
Mas Zivile conseguiu ir mais longe e em 2016, com apenas 20 anos da idade, qualificou-se e participou nos Jogos Olímpicos em Rio de Janeiro. Embora a classificação tenha sido modesta (56.º lugar), a experiência foi valiosa e no ano seguinte a atleta obteve a medalha de bronze nos Campeonatos da Europa de Atletismo Sub-23 em Bydgoszcz, algo inédito para marcha atlética na Lituânia. Em 2018 alcançou um fantástico 5.º lugar nos 20 km marcha dos Campeonatos da Europa em Berlim, registando a segunda melhor marca de sempre do seu país, com 1.28.07.
Sempre com a motivação em alta enfrentou «em casa», em Alytus, as suas principais adversárias na Taça da Europa de Marcha de 2019, obtendo uma histórica vitória e a marca de 1:29:48 que lhe proporcionava a qualificação directa para Tóquio. Seguiu-se a participação nos mundiais de Doha, aquém do esperado pois cedo se quedou por posições recuadas (seria 23.ª classificada), mas o seu foco era a preparação para os Jogos Olímpicos.
Em recente entrevista, Zivile Vaciukeviciute referiu que apesar dos êxitos conseguidos, e em especial depois de vencer a Taça da Europa de Marcha, nunca se sentiu verdadeiramente recompensada, portanto a decisão de terminar a carreira não foi difícil de tomar.
O Blogue «O Marchador» formula a Zivile votos de muitas felicidades na sua vida pessoal e sucesso profissional.
Colaboração: Kristina Saltanovic