sexta-feira, 5 de junho de 2020

Conhecendo por dentro a organização do Grande Prémio da Corunha

O Seminário Online do Comité Nacional de Juízes da RFEA, com Antonio Pérez,
Dolores Rojas e Guillermo Sandino. Imagens: YouTube. Montagem: O Marchador
O Comité Nacional de Juízes da Federação Espanhola de Atletismo levou ontem (4/6) a efeito mais uma sessão formativa online, desta vez centrada nos aspetos organizativos de um Grande Prémio de Marcha Atlética, no caso o que se realiza na Corunha desde 1987 e que no ano passado mereceu da parte da World Athletics a distinção com a Placa de Património Mundial de Atletismo, sendo por aquele organismo considerado em 2019 o melhor evento mundial da especialidade.

Dolores Rojas e Guillermo Sandino, ambos juízes internacionais de marcha, a primeira do painel da World Athletics e o segundo do painel da European Athletics, com muita experiência na montagem dos Cantones e na planificação do júri da prova, foram os preletores da iniciativa que contou com a moderação de Antonio Pérez, Presidente do CNJ e Oficial Técnico Internacional.

Num muito interessante seminário, ricamente documentado e excelentemente apresentado, que contou com a assistência de cerca de duas centenas de amantes da modalidade, da Europa e também, pelo menos, da América Central e do Sul, falou-se da história da competição, das condições necessárias à homologação do circuito, do júri da prova nas várias facetas, da composição da equipa internacional de juízes de marcha e do trabalho futuro.

Abordaram-se especificamente todas as condições exigidas pelo regulamento da WA para a homologação de um recorde mundial (a chinesa Hong Liu estabeleceu na edição de 2015 o recorde mundial feminino dos 20 km marcha, que ainda se mantém), falou-se da zona envolvente à prova, do programa competitivo e do horário das provas, dos meios humanos e materiais colocados à disposição, dos chips, das zonas de refrescamento, da câmara de chamada, etc., etc.

Ao nível específico do ajuizamento das provas de marcha, que em 2019 tiveram uma participação recorde de 113 atletas na prova masculina e de 78 na prova feminina que obrigou, pela primeira vez, à separação das duas provas, foram apresentados mapas com a indicação dos juízes internacionais que atuaram em 2018 e os que estavam designados para a edição deste ano (6 juízes, além da juiz-chefe), entretanto anulada pelos motivos de todos conhecidos.

Igualmente útil foi a explanação de como no futuro funcionará o sistema eletrónico de comunicação das notificações das faltas (notas de desclassificação) e das raquetas amarelas, com cada juiz a dispor de um terminal e cujas informações serão direcionadas para um computador manuseado pelo Secretário do Juiz-chefe de Marcha, assim dando a indicação do momento preciso em que um atleta tenha de entrar na Zona de Penalização ou que tenha de ser desclassificado. Antonio Pérez informou que a aplicação eletrónica de comunicação das informações dos juízes de marcha, que foi criada e é usada pelo CNJ da RFEA nas principais provas de âmbito nacional, passará a estar disponível também para todos os diferentes comités autonómicos.

A sessão poderá ser visualizada no site da RFEA, na página do Comité Nacional de Juízes. A 11 deste mês, pelas 17:30 horas portuguesas, será a vez de escutarmos Jorge Salcedo (Oficial Técnico Internacional da World Athletics e membro da equipa de trabalho para a área da regulamentação da WA), que falará sobre as últimas alterações produzidas no regulamento técnico da WA, nesta muito boa iniciativa do Comité Nacional de Juízes da RFEA.