segunda-feira, 30 de julho de 2018

David Hurtado – da desilusão ao sonho tornado realidade

Em Tampere, David Hurtado e o seu treinador Javier Cayambe.
Fotos: Comité Olímpico Ecuatoriano
Montagem: O Marchador

A desforra era comigo mesmo. Senti que tinha de dar um salto em frente no plano qualitativo, antes de ingressar na categoria sénior”, assim se referiu o jovem marchador equatoriano David Hurtado, em entrevista concedida à jornalista Manuela Santos (Comité Olímpico Equatoriano), a propósito da conquista da medalha de prata nos Campeonatos Mundiais Sub-20, que recentemente tiveram lugar em Tampere, na Finlândia.

A marcha atlética no Equador tem registado uma notável evolução desde que um dos mais brilhantes marchadores mundiais de todos os tempos - Jefferson Pérez -, conquistou para o seu país a primeira medalha olímpica, e logo a de ouro, nos Jogos de Atlanta, em 1996, a que se seguiram outros notáveis desempenhos. Agora, em Tampere, além de Hurtado, a júnior de primeiro ano, Glenda Morejón esteve em excelente plano ao conseguir a medalha de bronze na prova dos 10.000 metros marcha, isto depois de, apenas há um ano, nos Mundiais Sub-18, em Nairobi, no Quénia, ter subido ao lugar mais alto do pódio.

David Hurtado, de 19 anos (nasceu a 21 de abril de 1999), preparou-se redobradamente para a prova de Tampere depois de em maio deste ano, no Mundial de Seleções, disputado na China, ter sido desclassificado quando lutava pela melhor posição possível (viu ser-lhe mostradas cinco raquetas amarelas, e registou quatro notas de desclassificação ou cartões vermelhos em apenas 14 minutos, a última delas a pouco mais de um quilómetro do final da competição.

A partir daquele momento tivemos (com o treinador, Javier Cayambe) de colocar um maior enfâse na técnica da marcha o que nos obrigou, inclusivamente, a sair do país a fim de realizar um estudo biomecânico, melhorando o que havia a melhorar a fim de subir a um lugar no pódio de uma competição a nível mundial”.

Depois do sabor amargo de Taicang, provou-se que a lição estava bem estudada para Hurtado. “Sabia, porque estudamos previamente, quem seriam os meus maiores rivais, o japonês Sho Sakazaki, com a melhor marca do ranking mundial, e o chinês Yao Zhang. A prova foi muito competitiva, primeiro enfrentei o africano (Dominic Ndjiti), depois os chineses (Zhang e Wang), e a seguir o da Guatemala (José Ortiz). Foi uma batalha quase corpo a corpo e confiei nas minhas capacidades”.

Agradecendo a todos os equatorianos, ao seu treinador, que sempre esteve com ele nos momentos difíceis, e à sua equipa de trabalho, Hurtado vai preparar a transição, como atleta sénior no próximo ano, para a disciplina dos 20 km marcha. Mas para já, está focado na primeira prova na distância. Que serão os Sul-americanos Sub-23, em outubro próximo, na Argentina, e depois somar os pontos necessários no ranking mundial para marcar presença em Tóquio, nos Jogos Olímpicos de 2020.