Jonathan Riekmann. |
O anterior recorde brasileiro era de 3:55:36 e estava
na posse de Mário José dos Santos Junior desde 21 de março de 2015, também
estabelecido em Dudince, cujo percurso e as condições atmosféricas oferecidas
são apreciados pelos marchadores. Os dois e Caio Bonfim (4:01:42) constituirão
a seleção brasileira para o Rio de Janeiro na distância dos 50 km .
Riekmann, em entrevista concedida a “O Marchador”,
respondeu às questões colocadas da seguinte forma:
OM – Quando e como surgiu a possibilidade de
ingressares na marcha atlética?
JR - Em 2003 comecei a treinar marcha a nível
competitivo. Antes de ser federado, eu já teria aprendido a técnica da marcha
na escola. Treinei durante 2 anos corridas de fundo, e nesse meio termpo até
fiz algumas sessões de marcha, mas nada definitivo. Até que um dia me lesionei
numa prova de 2000m com obstáculos e não pude correr por uns dias devido a
queda. Então fiz algumas sessões de marcha para não perder muito
condicionamento, e aos poucos foi se notando mais potencial para a prova.
OM- Porquê os 50 km ?
JR - Eu sempre gostei mais dos 50km, tenho
características para a distância. Minha estreia foi muito precose na prova, aos
19 anos completei meu primeiro 50
km numa temperatura acima dos 35 graus e alta umidade.
Foi a estreia mais jovem e rápida da história do Brasil. Não tive problemas em
relação a isso, porque não fiz uma carga alta de treinamentos para essa
competição. Mas hoje, com minha experiência, eu não recomendo isso a ninguém.
OM- Qual a sensação de conseguir o índice para os
Jogos Olímpicos e de obter o recorde brasileiro na distância?
JR - Muito feliz em ter conquistado o índice e
ter batido o recorde brasileiro. Todos os meses de preparação e o preço alto
que tive que pagar, abrir mão de muitas coisas, hoje vejo que tudo valeu a
pena. Ser atleta olímpico sempre foi um dos meus sonhos.
OM – Que prespetivas para o Rio de Janeiro, em agosto
próximo?
JR - Eu sei das reais condições climáticas,
estará mais difícil que em Dudince, mas eu vejo que temos carga de treinamento
a serem incluídas, ainda não treinei tudo o que tinha pra treinar. Não vou
estipular um tempo e colocação, mas acredito que posso melhorar o tempo no Rio.
Não me recordo se algum brasileiro cinquenteiro já ficou entre os 20 primeiros.
Seria uma boa colocação, mas sabemos da dificuldade. Vou buscar a evolução nos
treinamentos, o nível que será alcançado, só saberei nas últimas semanas.
OM – Os apoios para a competição têm sido adequados às
tuas necessidades?
JR - Minha cidade, clube, empresários é que
apoiaram até conseguir o índice.
Depois que consegui o índice e bati o recorde brasileiro, continua a mesma coisa. Apenas as pessoas da minha cidade apoiam. Solicitei apoio a Confederação Brasileira de Atletismo e até hoje não tivemos nem respostas. Mas isso não vai mudar minha motivação, tenho pessoas que me ajudam muito na minha cidade, e tenho que focar na preparação. Meu macrociclo está definido até os Jogos Olímpicos e lá será o ápice, não vou mudar meu planejamento por causa de ninguém.
Depois que consegui o índice e bati o recorde brasileiro, continua a mesma coisa. Apenas as pessoas da minha cidade apoiam. Solicitei apoio a Confederação Brasileira de Atletismo e até hoje não tivemos nem respostas. Mas isso não vai mudar minha motivação, tenho pessoas que me ajudam muito na minha cidade, e tenho que focar na preparação. Meu macrociclo está definido até os Jogos Olímpicos e lá será o ápice, não vou mudar meu planejamento por causa de ninguém.
OM – Que provas se seguem até aos Jogos Olímpicos?
JR - Estou classificado para a Copa do Mundo nos
50km em Roma. Ainda não decidi se vou participar ou não. Fiz uma boa marca e
isso me trouxe tranquilidade para se preparar ao Rio. Queria fazer umas provas
em Maio, Junho na Europa de 20km como treinamento, mas como falei, dependo se a
Confederação vai me apoiar ou não. Se não tiver apoio, não terá problemas, eu
sei o que preciso fazer até os Jogos.
OM – Como vês a marcha atlética brasileira na
atualidade?
JR - A Marcha brasileira vive seu melhor
momento. Tivemos dois sextos colocados no último Mundial de atletismo. Medalhas
nos Jogos Panamericanos ano passado. Boas posições nos challenges da IAAF. E
nos 50km foram três anos consecutivos com quebra de recorde brasileiro. Grande
feito foi da Érica que acabou de quebrar o recorde panamericano nos 20km
feminino com expressiva marca 1h28:22.
O blogue “O Marchador”
agradece a Jonathan
Riekmann pela disponibilidade para a entrevista e formula votos de sucesso na
sua participação no Rio 2016.