Heristone Wanyonyi e Sylvia Kemboi estiveram em destaque na quarta e última série de eventos em pista, levada a efeito desta vez na cidade de Mumias (19/3), iniciativa da Federação de Atletismo do Quénia e que teve o intuito de proporcionar o surgimento de talentos e o de preparar os seus melhores atletas para as grandes competições internacionais deste ano.
Nos 10.000 metros masculinos, Wanyonvi, no seu último ano no escalão Sub-20, venceu com o tempo de 44:27.76. 4.º classificado nos recentes Mundiais de Seleções de Marcha, em Muscat, a apenas quatro segundos do italiano Giampaolo e estabelecendo um novo recorde na categoria para o seu país na vertente de estrada, protagonizou uma grande surpresa nos Mundiais de pista, disputados em Nairobi, ao conquistar o título com uma marca de 42:10.84, apostando as suas forças para os Mundiais de Cali, em agosto próximo, naqueles que serão a sua última prova antes de passar à categoria sénior.
Ainda na mesma prova de Mumias, e completando o pódio, classificaram-se, na segunda posição, Samson Dominic Ndigiti, o primeiro marchador jovem queniano a dar nas vistas num grande evento internacional quando, em 2017, nos Mundiais Sub-18, em Nairobi, obteve a medalha de bronze nos 10.000m, obtendo agora o tempo de 44:30.98, e na terceira posição, Stephen Ndangili, com 45:06.66.
Nos 10.000 metros femininos, a novata Sylvia Kemboi ganhou com o tempo de 48:56, uma vantagem de mais de um minuto sobre Naomi Kipkorir, que completou a prova no tempo de 49:58. A medalha de bronze foi conquistada por Asukta Ekale, com 51:52.
Sylvia Kemboi, a jovem estrela da marcha queniana, disciplina que está a popularizar-se no país, conhecido essencialmente pelas suas proezas mundiais em provas de meio fundo e fundo, ambiciona poder integrar a seleção nacional num grande evento mundial, sejam eles os Jogos de África, os Jogos da Commonwealth ou mesmo os Mundiais de Atletismo.
Vencedora no meeting de Kisumu, segunda no de Nyayo, Kemboi treina sozinha em Kaptagat e é com os planos de treino de Ndigiti e Wanyonvi que vai fazendo a sua preparação na disciplina da marcha atlética, que abraçou em 2017. Os três acreditam que trabalhando juntos poderão alcançar as metas pretendidas.
De facto, o Quénia vai demonstrando possuir grandes potencialidades para a marcha atlética. A nosso ver, e concordando com o que afirmou recentemente a marchadora Emily Wamusyi Ngii, atual campeã dos Jogos Africanos e que foi 19ª classificada nos Mundiais de Omã, é necessário que se realizem no país mais provas, monitorizadas por juízes internacionais de marcha (nos Jogos Olímpicos de Tóquio os seus melhores atletas não puderam estar presentes, apesar de terem realizado os mínimos, mas a prova não foi validada por insuficiência de juízes internacionais), que os melhores atletas se desloquem ao estrangeiro com uma maior assiduidade e que possam ser acompanhados por técnicos estrangeiros qualificados na área.
Fonte: The Star
Colaboração: George Kariuki