A equipa portuguesa de atletismo dos I Jogos da Trissomia. Foto: ANDDI-Portugal |
A delegação portuguesa aos I Jogos da Trissomia, realizados em Florença (Itália) entre 15 e 22 de Julho, regressa a Portugal com sete medalhas conquistadas nas provas de marcha, num total de 22 na globalidade do atletismo e entre as 33 obtidas em quatro modalidades.
Nos 800 metros marcha masculinos, Francisco Gouveia e André Silva, respectivamente nas classes mosaico e T21, ganharam ambos as medalhados de prata. Francisco Gouveia registou 5.41,49 m, marca que constitui recorde europeu em mosaico, superando o anterior registo que já lhe pertencia e desde 2008 se cifrava em 5.47,62 m. A vitória foi para o sul-africano Hannes de Klerk, com 5.12,19 m, novo recorde mundial, melhorando os 5.45,82 m averbados pelo mesmo atleta em 26 de novembro de 2015. Em T21, André Silva fez a sua melhor marca de sempre com 5.10,62 m, tendo sido superado apenas pelo italiano Stefano Lucato, que com 4.59,04 m bateu o recorde mundial que já detinha desde 2015 e valia 5.00,25 m, facto que significa ter-se tornado o primeiro portador de trissomia 21 a cumprir a distância em menos de cinco minutos.
Nesta mesma prova, Bruno Leitão foi terceiro, conquistando a medalha de bronze com 5.18,20 m. No sector feminino, Helena Soares foi segunda classificada, com 6.28,95 m, atrás da italiana Giulia Pertile, que com 5.58,14 m não só se sagrou campeã mundial como ainda bateu o recorde do mundo que desde 2014 pertencia à portuguesa Maria João Silva e estava cifrado em 5.58,81 m.
Na distância mais longa da marcha nestes campeonatos, os 1500 metros, André Silva foi segundo e assim conquistou a medalha de prata na classe T21, com o novo recorde pessoal de 10.36,36 m. O vencedor foi Stefano Lucato, com 9.45,18 m, resultado que lhe permitiu fazer história também nesta distância, dado ter sido o primeiro atleta do escalão em todo o mundo a baixar os 10 minutos – o anterior recorde, que estava na sua posse desde 2015, era de 10.00,66 m.
No escalão de mosaico, Francisco Gouveia foi terceiro, com 10.41,69 m, tendo a vitória sorrido ao sul-africano Charles Mailula, com 9.50,13 m. Tanto Mailula como o compatriota Hannes de Klerk (2.º, 10.07,22) superaram o anterior máximo mundial, datado de 25/11/2015 e que se encontrava na posse precisamente do madeirense Francisco Gouveia, que em Bloemfontein (África do Sul) registara 10.23,59 m, marca que permanece, assim, como recorde europeu.
Nas senhoras, Helena Soares foi segunda em T21, com 13.10,66 m, atrás de Giulia Pertile, vencedora com 12.01,34 m.
O atletismo valeu a Portugal 22 medalhas (2 de ouro, 12 de prata e 8 de bronze), num total de 33 (6/15/12) alcançadas pelos atletas portugueses no cômputo geral das quatro modalidades em que esteve representado. Ainda no atletismo, a África da Sul triunfou colectivamente, com 295 pontos, contra 257 de Portugal e 218 de Itália.
Os I Jogos da Trissomia registaram a presença de atletas de 39 países, dos cinco continentes, resultando da junção dos campeonatos do mundo de atletismo, futsal, ginástica artística, ginástica rítmica, judo, natação pura, natação sincronizada, ténis e ténis de mesa. A delegação portuguesa esteva cargo da ANDDI-Portugal e foi composta de 27 atletas, competindo em atletismo, judo, natação e ténis de mesa. A provas de atletismo tiveram lugar no Estádio Ridolfi.