quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Espanha é campeã olímpica de estafeta de marcha

O início da prova com os atletas masculinos, grupo feminino na liderança e a subida ao
pódio dos espanhóis Álvaro Martín e María Pérez. Fotos: David Ramos/Getty Images
e Xinhua/Song Yanhua e Li Gang. Montagem: O Marchador

Álvaro Martín e María Pérez sagraram-se esta quarta-feira campeões olímpicos da estafeta mista da maratona em marcha, formando a equipa com que Espanha triunfou na prova da distância, com o tempo final de 2.50.31 h. Equador (2.51.22) e Austrália (2.51.38) classificaram-se nos lugares seguintes, conquistando, respectivamente, as medalhas de prata e bronze.

Na fase inicial, o canadiano Evan Dunfee foi o primeiro animador da prova, isolando-se logo após o tiro de partida. Andou sozinho nos primeiros minutos de prova, foi depois alcançado pelo japonês Masatora Kawano, que entretanto saíra do grupo perseguidor para ir no encalço do marchador do Canadá. Um e outro seriam alcançados pelo primeiro grupo perseguidor pouco depois dos seis quilómetros.

Cerca dos dez quilómetros, Dunfee haveria de atrasar-se em relação aos atletas que o tinham alcançado, ficando então na liderança um quinteto composto por Kawano, Brian Pintado (Equador), Caio Bonfim (Brasil), Christopher Linke (Alemanha) e Álvaro Martín (Espanha).

Na primeira transmissão, concretizada por toque na colega que entrava para o troço seguinte, o quinteto do comando passou a ser constituído por Kumiko Okada (Japão), Glenda Morejón (Equador), Viviane Lyra (Brasil), Saskia Feige (Alemanha) e María Pérez (Espanha). Não foi preciso esperar que se cumprisse um quilómetro para que se lhes juntasse, primeiro, a chinesa Jiayu Yang e, logo a seguir, a italiana Antonella Palmisano, que tinham entrado em acção poucos segundos após as cinco primeiras.

Numa primeira definição de posições no segundo segmento, a alemã e a japonesa atrasaram-se da liderança. Mais para trás, a australiana Jemima Montag e a peruana Kimberly García faziam menção de aproximar-se da liderança, recuperando do atraso em que tinham sido deixadas pelos colegas do primeiro percurso. A junção dar-se-ia cerca dos 15 quilómetros, incluindo a mexicana Alegna González, pelo que o grupo da frente passou a octeto.

Até final do segundo percurso, a única incidência foi o atraso de Lyra e Palmisano já na penúltima volta antes da devolução da acção aos componentes masculinos das equipas, o mesmo acontecendo na volta seguinte com María Pérez e Glenda Morejón. Austrália, China, México e Peru eram os primeiros a transmitir para o terceiro percurso.

A formação italiana levaria várias voltas a retomar posição de destaque, mas sem se aproximar do primeiro lugar, enquanto Brian Pintado, pelo Equador, e Álvaro Martín, por Espanha, se isolavam na frente da prova, deixando Austrália, Peru e China em posição de imediatos perseguidores. Seria já perto dos 25 quilómetros que Massimo Stano (Itália) conseguiria atingir o terceiro lugar, mas com desvantagem crescente em relação à dupla da liderança.

Na aproximação às duas horas de prova e com cerca de 30 quilómetros percorridos, Pintado tentou forçar o andamento na frente, mesmo com o custo de alguma nota de desclassificação, para tentar descolar o espanhol e garantir posição de vantagem para Glenda Morejón sobre María Pérez no percurso final.

Massimo Stano, isolado no terceiro lugar a mais de 40 segundos da frente, tentava, por sua vez, segurar a posição de bronze para Itália, procurando, por outro lado, dar algum conforto à colega Palmisano no confronto que se antevia com a Austrália, o Peru e o Brasil no segmento final e tendo já a consciência de que a compatriota tinha revelado dificuldades no final do primeiro percurso.

No entanto, na volta final do terceiro segmento, Pintado acabaria por aligeirar o ritmo, certamente como cautela perante os avisos dos juízes, o que permitiu ao espanhol não só recuperar em relação ao atleta do Equador mas até ganhar-lhe uma vantagem de três segundos no momento da transmissão. Stano passou o testemunho Antonella Palmisano com 47 segundos de atraso para a liderança, mas com vinte de avanço para a dupla australiana Rhydian Cowley / Jemima Montag e mais vinte para as duplas do Peru (Augusto Rodriguez / Kimberly Garcia) e do Brasil (Caio Bonfim / Viviane Lyra).

Nos primeiros momentos do percurso decisivo, Morejón pareceu recuperar em relação à espanhola, mas logo María Pérez impôs outra determinação e tratou de acelerar para aumentar a vantagem de cerca de dez metros para um crescendo de 50 metros, 100 e mais ainda. Mesmo com mais de uma légua para cumprir, a posição relativa entre as duas primeiras parecia começar a definir-se, mas mais complicada tornava-se a situação da Itália (Palmisano), com a vantagem sobre a Austrália (Montag) a diminuir rapidamente e o Peru (García) a aproximar-se também.

Iam decorridos 36 quilómetros quando Jemima Montag alcançou e ultrapassou a italiana, tentando ao mesmo tempo segurar a posição em relação a Kimberly García, que ainda vinha dois lugares atrás mas iria também, seguramente, ultrapassar Antonella Palmisano e ameaçar a terceira posição da australiana.

Nem um quilómetro demoraria a ultrapassagem da italiana pela peruana, com Kimberly García a rolar ao mesmo ritmo da líder María Pérez e por isso a chegar-se a Jemima Montag na luta pela medalha de bronze.

Na légua final, María Pérez teve apenas de gerir a vantagem na frente para assegurar a conquista do título olímpico com Álvaro Martín, vendo mesmo assim o avanço crescer para o segundo lugar, enquanto a australiana reagia e garantia o terceiro posto, mantendo o Peru a distância que acabou por voltar a crescer na parte final.

Até à meta, a Itália foi ainda ultrapassada pelo México, com Brasil e Japão a fecharem os lugares com direito a diploma.

Classificação
Estafeta mista de marcha (42,195 km)
1.º, ESP - Espanha (Álvaro Martín / María Pérez), 2:50:31
2.º, ECU - Equador (Brian Daniel Pintado / Glenda Morejón), 2:51:22
3.º, AUS - Austrália (Rhydian Cowley / Jemima Montag), 2:51:38
4.º, PER - Peru (César Augusto Rodríguez / Kimberly García León), 2:51:56
5.º, MEX - México (Ever Jair Palma Olivares / Alegna González), 2:52:38
6.º, ITA - Itália (Massimo Stano / Antonella Palmisano), 2:53:52
7.º, BRA - Brasil (Caio Bonfim / Viviane Lyra), 2:54:08
8.º, JPN - Japão (Masatora Kawano / Kumiko Okada), 2:55:40
9.º, ESP - Espanha (Miguel Ángel López / Cristina Montesinos), 2:56:10
10.º, GER - Alemanha (Christopher Linke / Saskia Feige), 2:56:14
11.º, FRA - França (Aurélien Quinion / Clémence Beretta), 2:56:54
12.º, COL - Colômbia (Mateo Romero / Lorena Arenas), 2:57:54
13.º, JPN - Japão (Kazuki Takahashi / Ayane Yanai), 2:58:08
14.º, CHN - China (Xianghong He / Shijie Qieyang), 2:59:13
15.º, CHN - China (Jun Zhang / Jiayu Yang), 3:00:43
16.º, POL - Polónia (Maher Ben Hlima / Olga Chojecka), 3:00:55
17.º, UKR - Ucrânia (Ivan Banzeruk / Lyudmila Olyanovska), 3:01:50
18.º, SVK - Eslováquia (Dominik Černý / Hana Burzalová), 3:03:54
19.º, COL - Colômbia (César Herrera / Laura Cristina Mojica Chalarca), 3:03:56
20.º, CAN - Canadá (Evan Dunfee / Olivia Lundman), 3:04:57
21.º, HUN - Hungria (Bence Venyercsán / Rita Récsei), 3:05:18
22.º, AUS - Austrália (Declan Tingay / Rebecca Henderson), 3:09:21
23.º, TUR - Turquia (Mazlum Demir / Ayşe Tekdal), 3:14:53
Desistentes: CZE - República Checa (Vít Hlaváč / Eliška Martínková) e IND - Índia (Suraj Panwar / . Priyanka).

Duas versões das classificações finais nos formatos do LOC estão disponíveis aqui e, com mais detalhe, aqui.