Abdon Pamich na atualidade e quando da vitória nos 50 km marcha dos Jogos Olímpicos de Tóquio 1964. Fotos: Goran Žiković/La Voce del popolo e Azzurri di Gloria. Montagem: O Marchador |
Um dos grandes nomes do desporto italiano, Abdon Pamich, que foi recordista mundial nos 50 km marcha, em 1960, campeão olímpico nos Jogos de Tóquio, em 1964, campeão europeu em 1962 e 1966, sempre naquela distância, 43 vezes internacional pelo seu país e que o levou a ser o seu porta-bandeira nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, cumpre 90 anos de idade, motivo pelo qual a equipa de “O Marchador” endereça-lhe os PARABÉNS!
Nascido em Fiumi, hoje com o nome de Rijeka, atual Croácia, então sob jurisdição italiana, Pamich é ainda nos dias de hoje considerado um dos melhores marchadores italianos de todos os tempos no atletismo transalpino. Participou em 5 Jogos Olímpicos, de forma consecutiva, e além da medalha de ouro em Tóquio, começou por conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1960, em Roma, tendo também triunfado nos 50 km da Taça do Mundo de Marcha de 1961. No plano interno, conquistou 40 títulos, isto no período temporal de 1955 a 1968.
Depois de dar por encerrada a sua carreira desportiva, ele que tirara a licenciatura em psicologia e sociologia, trabalhou para a Federação Italiana de Andebol na qualidade de psicólogo e também foi treinador de marcha atlética e gestor do Centro Federal de Ténis de Latina.
Mas Pamich não esquece o seu passado de refugiado quando, na companhia do seu irmão, Giovanni, teve de fugir da guerra, na Jugoslávia de Tito, em setembro de 1947, percorrendo de noite e durante várias horas os trilhos de comboio entre Rijeka e Divaccia, numa escuridão total, num frio de rachar com uma simples camisa e bermudas e com o risco de serem descobertos pelos holofotes dos soldados, que disparavam ao vazio, apanhando, finalmente, o comboio para Trieste, fixando-se em Génova, onde já lá estava o pai. Ele próprio, um dia, ao responder a uma pergunta sobre qual a marcha mais difícil na sua carreira, responderia que não foi certamente a dos 50 km de Tóquio, mas a sua fuga aos 13 anos de idade naquelas dificílimas condições.
Tanti auguri Abdon Pamich!!!