Imagens: FPA, WA e Clipart-Library. Montagem: O Marchador |
A recente divulgação do calendário de competições para 2023/2024 pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), em versão que surge publicada no site institucional com data de 4 de outubro, aponta para a realização de dois campeonatos nacionais de marcha em estrada. Os primeiros serão a 7 de janeiro, em local a determinar, e incluirão as distâncias mais longas (35 km, no caso dos seniores). Os segundos estão agendados para 4 de fevereiro, também em local a designar, e terão o programa das provas mais curtas (20 km, para os seniores). Pode acrescentar-se ainda a menção à Taça de Portugal de Marcha Atlética, marcada para 10 de março, também aqui sem local determinado.
Esta informação, à qual não se associa qualquer nota explicativa complementar, evidencia desde logo um problema: nada é dito acerca da nova prova de estafeta mista de marcha na distância da maratona. Pode concordar-se ou não com a ideia desta novidade (que o blogue O Marchador já classificou como «aberração» em publicação anterior); pode gostar-se ou não dessa solução – mas o certo é que foi aprovada há meio ano a respectiva inclusão no programa dos Jogos Olímpicos de Paris, no próximo ano. Esse é motivo suficiente para que devesse estar delineada alguma estratégia de abordagem da nova prova para o planeamento federativo da nova época e para que atletas, treinadores e clubes saibam com o que podem contar neste novo ano competitivo (ainda para mais, ano olímpico).
Cabe perguntar: quando é que a FPA vai tomar decisões sobre este assunto? Que orientações vai dar? Que objectivo estabelece para os mundiais de seleções a realizar em Antália, onde vão ser apurados quase todos os participantes nesta prova dos Jogos Olímpicos de Paris? Como pensa organizar-se no sentido de garantir condições aos atletas portugueses que venham eventualmente a estabelecer o objectivo do apuramento olímpico nesta nova prova?
Estamos a meio de outubro, os planeamentos da época estão (ou deveriam estar) feitos pelos atletas e respectivos técnicos, mas ninguém sabe como vai ser trabalhada a questão da estafeta mista.
É certo que a própria federação internacional (World Athletics) está numa tremenda confusão sobre esta matéria, com orientações avulsas (entre o formal e o informal) que pretendem assumir-se como regulamentos, mas com evidente falta de rigor. Mas tal circunstância só em parte justifica o atraso da FPA, que neste momento já deveria ter emitido informação concreta sobre o assunto.
A não ser que esteja a querer copiar os piores exemplos, deixando as orientações para as vésperas do momento decisivo. Ou seja, para demasiado tarde.