Isilda Gonçalves, Sofia Avoila e José Ganso, distinguidos na Gala da AsAS. Fotomontagem: O Marchador |
Isilda Gonçalves, atleta olímpica em Barcelona 1992, Sofia Avoila, campeã europeia Sub-20 em Nyíregyháza (Hungria) 1995, e José Ganso, Juiz Internacional de Marcha, foram algumas das personalidades homenageadas no passado domingo (22/10), na Gala da Associação de Atletismo de Setúbal, comemorativa dos 40 anos da sua existência.
A cerimónia, bem organizada, decorreu em Palmela, no belo Cineteatro São João, e contou com a presença de cerca de duas centenas de pessoas, entre as quais figuravam alguns dos fundadores da Associação, um vasto conjunto de jovens atletas internacionais, e ainda presidentes e representantes de vários órgãos autárquicos do distrito de Setúbal.
José Ganso, Juiz Internacional de Marcha, um elemento ativo desde os primórdios da Associação e um dos seus fundadores, foi o primeiro dos referidos homenageados a subir ao palco, recebendo das mãos de António Tavares, presidente do Conselho de Arbitragem da AA Setúbal, uma medalha de reconhecimento pelos serviços prestados à modalidade, situação idêntica a Rui Loução e a Samuel Lopes, Árbitros Gold da WA, este último ausente por estar em atuação no estrangeiro.
Sofia Avoila e Isilda Gonçalves, montijenses treinadas então por Francisco Mariano, duas das melhores marchadoras portuguesas de todos os tempos, foram chamadas ao palco e aí, nas muito elogiosas palavras proferidas por José Serrano, presidente da Associação de Atletismo de Setúbal, foi destacado o simbolismo da sua presença em grandes eventos internacionais, poucos anos após a criação da AS.A.S., em 1983. Muito significativo, em 1995, o surpreendente e espetacular triunfo de Sofia Avoila nos Campeonatos Europeus de Sub-20 e o muito emocionante momento vivido por todos, especialmente pela Sofia, aquando da subida ao mastro da bandeira portuguesa e a audição do hino nacional.
Isilda Gonçalves, que foi várias vezes campeã nacional de marcha e que representou Portugal em Jogos Olímpicos, Europeus e Mundiais de Atletismo, Taças da Europa e do Mundo de Marcha, quis dar o seu testemunho aos muitos jovens que se perfilavam no palco lembrando o que Mariano lhe disse no início da sua carreira: “não tens grandes qualidades como atleta, mas tens a força, a coragem, a resiliência e espírito de sacrifício que muitos não têm”, referindo ainda que não ganhou medalha nos Jogos, mas foi uma grande conquista ter lá estado, terminando as suas muito apreciadas palavras, que suscitaram uma salva de palmas da assistência, ao apelar aos jovens, olhos nos olhos, para que nunca desanimem nem nunca desistam dos seus sonhos.
Finalmente, a encerrar a cerimónia, a que se seguiu um beberete oferecido pela AA Setúbal, alguns dos presentes usaram da palavra, realçando-se as proferidas por Fernando Rebelo, o primeiro presidente da AS.A.S., e por José Tadeu de Freitas, antigo atleta internacional do Sporting Clube de Portugal, que teve um papel relevantíssimo no desabrochar da Associação e explicou como tudo aconteceu, referindo a “extraordinária ajuda” de Fernando Mota, então presidente da FPA, e não esquecendo os que com ele e com a sua mulher, Francelina Anacleto, também internacional pelo SCP, puseram “mãos à obra”: Fernando Ferreira, Carlos Sustelo e Raúl da Conceição, entre outros, com o suporte do Vitória de Setúbal, e de entre todos, o destaque para o saudoso Fidelino de Almeida pelo notável trabalho realizado.