sábado, 26 de novembro de 2022

O Japão no bom caminho para os Mundiais de Budapeste em 2023

Os japoneses Kawano, Yamanishi, Ikeda, nos mundiais de Eugene, Oregon-2022.
Fotos: Getty Images/World Athletic. Montagem: O Marchador

Os marchadores do país do sol nascente têm tido um papel de grande destaque no panorama internacional e prometem continuar a dar cartas nos próximos Campeonatos Mundiais de Atletismo, que terão lugar no próximo ano em Budapeste. O muito metódico trabalho realizado pela Federação Japonesa de Atletismo a todos os níveis estão a dar os seus frutos.

Nas principais competições realizadas no Japão, invariavelmente em Kobe, no mês fevereiro (20 km), em Wajima, em abril (35 km) e em Takahata, em outubro (35 km), os tempos registados nessas provas seriam sempre muito impressionantes em qualquer outro país quando, com regularidade, por exemplo, nos 20 km, há quatro ou cinco atletas, pelo menos, com marcas abaixo da uma hora e dezanove minutos.

Mesmo nos 35 km dos recentes campeonatos de Takahata, que Yamanishi venceu com o tempo de 2:26:18, 11º na lista mundial do ano e 17ª na lista de todos os tempos, isto em final de época, com Maruo a registar 2:27:33 e Ishida a completar o pódio com 2:30:37, fica provado que as possibilidades de resultados ao mais alto nível são boas para os próximos mundiais.

Yamanishi, o campeão mundial de Eugene, nos 20 km marcha, referiu claramente a sua intenção de, futuramente, se inclinar seriamente para os 35 km, onde apontará para o recorde mundial na distância. Se Yamanishi tem dúvidas se fará as duas distâncias em Budapeste, já o vice-campeão mundial dos 35 km de Oregon, Masatora Kawano admite poder candidatar-se às duas se lhe for dada essa oportunidade na exigente concorrência no plano nacional, atento o intervalo temporal entre ambas, e Eugene foi um exemplo disso mesmo.

Há, pois, boas razões para se acreditar que num dia bom os homens podem voltar a evidenciarem-se na capital húngara, mantendo clara hegemonia na disciplina atualmente mais forte no Japão e que nas últimas quatro edições dos Mundiais proporcionou nada menos de 7 medalhas (uma em Pequim, duas em Londres, duas em Doha e três em Eugene), três delas de ouro, sendo a Suécia o país que mais se aproximou com as três medalhas conquistadas por Perseus Karlström.

E até nas mulheres o progresso é notório com a sua melhor representante nos 20 km de Oregon, Nanako Fujii, de 23 anos de idade, a classificar-se na sexta posição, melhorando o seu sétimo lugar de Doha, em 2019 e igualando o melhor resultado de sempre que Kumiko Okada obtivera nestes Mundiais.

O futuro da marcha atlética japonesa parece ser muito promissor como o revelam as excelentes prestações alcançadas nos 10.000 metros marcha femininos dos Mundiais Sub-20 de Cali pelas jovens nipónicas, Ai Ooyama e Ayane Yanai, medalhadas de prata e bronze respetivamente, a primeira a ser uma das mais jovens medalhadas de sempre na história dos campeonatos, com apenas 16 anos de idade e que quase obtinha o ouro, e a segunda ainda com 18 anos.

Texto baseado no artigo de Paul Warburton para a World Athletics.