Vários dos participantes nas provas de marcha atlética na Ilha de Santo Antão. Fotos: Ruben Pinto. Montagem: O Marchador |
Foram cerca de três centenas as crianças e jovens as que participaram em provas de marcha atlética no passado dia 27/11, na simbólica distância de um quilómetro, isto, em diferentes ilhas do território cabo-verdiano, sob o impulso da Federação Cabo-verdiana de Atletismo (FCA) e de várias Associações de Atletismo das ilhas do arquipélago, num projeto inédito e assertivo, coordenado por Glenda Letícia Aguilar, técnica da FCA, e que ainda abrangeu, no mesmo dia, a realização de alguma atividade do género em Portugal.
“A apresentação da MARCHA em Cabo Verde foi um espetáculo pelo que todos os envolvidos estão de parabéns”, assim mesmo se expressou Glenda Letícia, sintetizando o balanço da introdução da atividade no país da morna e das águas quentes e cristalinas.
Uma das Associações que aderiu ao repto foi a da Ilha de Santo Antão, uma das nove habitadas de Cabo Verde, a segunda maior do arquipélago em superfície e a terceira em população. Só aqui, participaram 80 alunos de diferentes escolas, representando os três concelhos (Ribeira Grande, Paul e Porto Novo) e de idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos.
O internacional cabo-verdiano Eliseu Fortes, que é professor de Educação Física na Ribeira Grande (Santo Antão), e um dos grandes dinamizadores do atletismo na região, realça, com propriedade, na sua página de Facebook, o mérito da iniciativa, que o deixou muito bem impressionado, sublinhando que “o primeiro passo já foi efetuado e agora é pensar nos próximos, e de forma bem articulada, com a formação e com as competições”. O responsável técnico por uma escola de atletismo da região enfatiza a necessidade da introdução da especialidade em Cabo Verde, de forma organizada, criando-se raízes sólidas, sobretudo no plano técnico.
Quem sabe se deste trabalho, que se espera se prolongue no tempo, possa dar frutos e evidenciar, num futuro mais ou menos breve, um conjunto de jovens, que parece já os haver, com qualidades para evoluírem ainda mais na especialidade, sob o tal ponto de vista técnico e competitivo, participando, num momento posterior, em provas da especialidade fora do seu país de origem, naturalmente adequadas ao respetivo escalão etário e com outros índices competitivos.