domingo, 14 de novembro de 2021

Cabo Verde num passo histórico para a promoção da marcha atlética

Cartaz: fb Federação Cabo-verdiana de Atletismo. Montagem: O Marchador

Serão momentos históricos para a disciplina da marcha atlética em Cabo Verde os que ocorrerão a 27 do corrente mês de novembro, data agendada para a realização das primeiras provas de marcha atlética no país, na distância de 1 quilómetro e destinadas aos escalões etários Sub-12, Sub-14 e Sub-16, organizadas pela sua Federação de Atletismo.

As provas terão lugar, em princípio, nas ilhas de São Vicente, Santiago, Santo Antão, Sal e Brava, prevendo-se a adesão à iniciativa de muitos jovens cabo-verdianos.

Na notícia da última quinta-feira (11/11), na sua página de Facebook, a Federação Cabo-verdiana de Atletismo (FCA) começa por destacar que “mais uma iniciativa da esfera do atletismo começa a ganhar corpo, gosto e preferência no seio dos mais jovens em algumas regiões desportivas do país”, apelando à participação em simultâneo e em igual distância, tanto dos jovens cabo-verdianos como dos jovens portugueses.

Glenda Leticia Aguilar, professora de Educação Física e técnica da FCA na área do desenvolvimento, responsável pelo Kids Athletics, foi uma das principais impulsionadoras do projeto, que surgiu no âmbito da recente realização, na Cidade da Praia, de um Curso para Treinadores de Atletismo da World Athletics (CECS Nível I), no qual foi uma das formadoras (a par de Daniel Leandro), e a que aderiram outros treinadores em diferentes regiões do país.

Recordamos que a primeira e única referência à participação de marchadores cabo-verdianos em grandes eventos internacionais deu-se nos 20 km marcha dos Jogos Africanos, que tiveram lugar no ano de 2011, em Maputo, e esteve a cargo de Nilson Tavares, nascido na Assomada, Ilha de Santiago.

Vivendo no Algarve e a representar o Clube Desportivo da Quarteira, o Nilson foi treinado por Artur Domingos e competiu nos 20 km marcha dos referidos Jogos, onde foi sétimo classificado, batendo o recorde cabo-verdiano na especialidade, com o tempo de 1:57:45. Melhorou substancialmente a sua anterior melhor marca, que estava fixada em 2:10:32 e que constituiu, então, o primeiro tempo registado na distância olímpica por um atleta de Cabo Verde, quando participou, naquele mesmo ano de 2011, nos Campeonatos de Portugal, realizados na Batalha.

Quem sabe se desta fornada de jovens entusiastas atletas saia alguém com potencialidades para participar nuns futuros Jogos Olímpicos, quando é sabido que já há treinadores, originários de Cabo Verde, que orientaram atletas na maior competição planetária, ou juízes internacionais de marcha que já atuaram em várias edições dos Jogos.