Foto: Pedro Rocha / Global Imagens / DN |
O Diário de Notícias, um dos títulos mais importantes da
imprensa nacional, com 150 anos de história, dá hoje grande destaque, pela pena
do jornalista Rui Marques Simões, à atleta Susana Feitor, prestigiada marchadora
portuguesa, com um percurso desportivo, no plano nacional e internacional, de
inegável qualidade. Com a devida vénia, “O Marchador” transcreve um excerto da referida
peça.
A
ícone da marcha nacional concilia o desporto com um curso de gestão. Em 2016
quer participar nos Campeonatos do Mundo e não descarta Jogos Olímpicos
Se,
em 1990, tivessem dito àquela miúda "inocente, inexperiente no atletismo e
na vida" que ia passar os 25 anos seguintes entre a elite nacional e
mundial da marcha atlética, ela não teria acreditado - "de maneira
nenhuma". Mas o tempo passou, desde que conquistou o título mundial de
juniores e, aos 40 anos, com 15 medalhas internacionais no currículo, ela lá
continua. Susana Feitor começa a abrandar o ritmo - para conciliar a alta
competição com o curso de Gestão - mas não a ambição: em 2016 quer participar
no novo Campeonato do Mundo de equipas (antiga Taça do Mundo) e não descarta os
Jogos Olímpicos.
"Estou
numa fase de transição. Como uma larva que se transforma em borboleta, estou a
deixar o casulo, a minha zona de conforto, que é praticar desporto de alto
rendimento", descreve a marchadora ao DN. Mas, ao contrário do que
acontece na natureza, a metamorfose não é assim tão simples. "Não está a
ser fácil. Estou a adaptar-me. Ando cansada, sempre com vontade de
dormir...", descreve Susana Feitor, sobre o processo de conciliar os
treinos diários com as aulas na Escola Superior de Desporto de Rio Maior.
A
nova vida chega aos 40 anos, quando a atleta começa a pensar no adeus à marcha
- que ainda não tem data marcada. "Para conseguir resultados desportivos
de alto nível o foco na performance tem de ser total. Por isso é que não tenho
um curso ainda: adiei, adiei...", recorda Susana Feitor, que não conseguiu
fazer mais do que "uma ou duas cadeiras por ano", enquanto esteve
inscrita em Ciências do Desporto, na Faculdade de Motricidade Humana da
Universidade de Lisboa. Agora, o foco mudou: a marchadora voltou à
cidade-natal, escolheu Gestão para poder aplicar a experiência adquirida em mais
de duas décadas de ligação ao atletismo e ao movimento olímpico, e tem de
conciliar os dois mundos.