Yohann Diniz, Yusuke Suzuki e Liu Hong. Fotos: Emmanuel Tardi, MacauDaily Times e Ecns Montagem: O Marchador |
Poucas vezes na história da marcha atlética houve
recordes mundiais batidos nas distâncias olímpicas com tão pouco tempo de
intervalo. É certo que chegou a haver dois recordes batidos no mesmo dia (9 de
Junho de 1979), menos de um mês após a queda de outros dois registos mundiais
(13 e 19 de Maio). Mas não deixa de ser invulgar o sucedido em 8 e 15 de Março
de 2015, quando o francês Yohann Diniz e o japonês Yusuke Suzuki estabeleceram novos
máximos mundiais dos 20 km marcha masculinos.
Em Arles, tomando parte nos Campeonatos de França de
Marcha em Estrada, Yohann Diniz retirou 14 segundos à marca averbada pelo russo
Vladimir Kanaykin em Saransk, a 29 de Setembro de 2007, assumindo a liderança
da lista mundial de sempre com 1.17.02 h. Um resultado a que se reconhece valia
acrescida por vir daquele que era já o recordista mundial dos 50 km. Mas,
exactamente uma semana mais tarde, nos campeonatos do Japão, seria Yusuke
Suzuki a assenhorear-se da liderança mundial de todos os tempos, ao sagrar-se
campeão nipónico com 1.16.36 h. Uma marca que causou surpresa até pelo facto
de, no dia 15 de Fevereiro, em Kobe, Eiki Takahashi ter melhorado o recorde
nacional do Japão para 1.18.03 h. O próprio Suzuki tinha um máximo pessoal de
1.18.17 h, de 2014, o que equivale a dizer que de uma assentada, bateu o
recorde pessoal por mais de minuto e meio, o recorde nacional por quase outro
tanto e o recorde mundial por 26 segundos, além de ter baixado de uma vez só a
casa de 1h18 e a de 1h17. Surpreendente!
Mas não só nos masculinos o ano de 2015 conheceu novos
recordes mundiais de 20 km. No sector feminino, a chinesa Liu Hong, que em
Agosto viria a sagrar-se campeã do mundo da distância, estabeleceu novo máximo
mundial dos 20 km femininos, registando 1.24.38 h, marca com que venceu a sua
prova no XXIX Grande Prémio Internacional de Marcha Cantones de A Coruña. O
novo registo superou por nove segundos o máximo estabelecido pela russa Elmira
Alembekova a 27 de Fevereiro, em Sóchi.
Num ano que continuou a ser de desmascaramento de numerosos
casos de dopagem (mas ainda, certamente, com muito caminho para andar), esta
sucessão de recordes de Yohann Diniz, Yusuke Suzuki e Liu Hong ficará para a
história mundial da marcha atlética, instituindo-se como acontecimento
internacional do ano de 2015.