Medvedeva, dorsal 34, e Lashmanova, 39, nos campeonatos da Mordóvia em 30-12-2014. |
O Centro
de Preparação Olímpica de Saransk, na Rússia, está sob forte pressão nacional e
internacional depois da forte suspeita de que atletas (e dirigentes) que se
encontravam a cumprir penas de suspensão devido a dopagem tomaram parte nos
Campeonatos de Marcha Atlética da República da Mordóvia em pista coberta, a 30
de Dezembro de 2014, no complexo desportivo de Saransk. A comparação de imagens
publicadas na rede social VKontakte (na conta Legkaya Atletika Mordoviya) com
os resultados divulgados revelavam evidente discrepância, surgindo a suspeita
de que as classificações tornadas públicas escondiam aquelas participações
irregulares.
A agência
noticiosa Associated Press (AP) relatou esta quinta-feira, a partir de Moscovo,
que a actual campeã olímpica de 20 km marcha, Elena Lashmanova, a cumprir
suspensão por dois anos devido a dopagem e uma das atletas que (pelo menos
aparentemente) alinharam nos Campeonatos da Mordóvia do mês passado, está a sob
investigação da Associação Internacional de Federações de Atletismo (AIFA), que
pretende apurar se de facto entrou em competição enquanto decorria o período de
suspensão que lhe foi imposto. A confirmar-se esse facto, a atleta terá violado
a Regra 40, art. 12.(a) da AIFA, ficando sujeita ao prolongamento da suspensão
por mais dois anos.
A ser assim,
Lashmanova ficaria impedida de competir até Fevereiro de 2018, perdendo a
oportunidade de participar nos próximos Jogos Olímpicos, que terão lugar no Rio
de Janeiro em 2016.
A mesma
informação da Associated Press revela haver um segundo atleta sob investigação,
mas cuja identidade ainda não é conhecida. Sabe-se, no entanto, que Ekaterina
Medvedeva, campeã mundial de juniores de 2012 (Barcelona), também a cumprir
suspensão por «doping» até 12 de Junho próximo, terá participado nos mesmos
campeonatos da Mordóvia, incorrendo na mesma irregularidade apontada a Elena
Lashmanova.
Entretanto,
a AIFA já fez saber que recebeu de várias fontes a informação de que um ou mais
atletas sob suspensão poderão ter competido numa prova realizada na Rússia no
mês passado, estando as acusações a ser investigadas pelo departamento médico e
antidopagem do organismo que superintende o atletismo mundial.
Por sua vez,
o presidente da Federação Russa de Atletismo, Valentin Balakhnichyov, declarou
à AP ter sido criada uma comissão para investigar o caso e que os resultados
serão divulgados em breve, manifestando dúvidas de que tenham validade as
alegações de que a atleta não participou na prova. «Nada de bom a espera», terá
comentado ao diário desportivo russo «Sovetsky Sport». «Lamentamos muito que
esta situação tenha acontecido.»