quinta-feira, 29 de julho de 2021

As provas de marcha nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Foto: TMZ Sports. Mapa: Architecture of the games
Montagem: O Marchador

Nos dias 5 e 6 de agosto, a cidade de Sapporo, na ilha de Hokkaido, a 800 quilómetros a norte do Japão, que recebeu em 1972 os Jogos Olímpicos de Inverno, vai acolher as provas de marcha atlética, no dia 5 os 20 km masculinos, às 16:30 horas locais, e no dia 6 os 50 km masculinos, às 5:30 horas, e os 20 km femininos às 16:30 horas, menos 8 horas em Portugal continental.

As provas vão realizar-se bem no centro da cidade, numa zona muito arborizada, com partida e chegada no Parque Odori, as provas de 20 km disputadas num perímetro de mil metros, no sentido de ida e volta, e as dos 50 km estendendo-se por outros mil metros, também ida e volta, com amplas curvas de viragem.

Os campeões olímpicos em título são, no setor masculino, o chinês Wang Zhen, nos 20 km, nos 50 km masculinos o eslovaco Matej Tóth e, no setor feminino, nos 20 km, a chinesa Liu Hong.

Os 50 km marcha vão realizar-se pela última vez nos Jogos Olímpicos, dando lugar nos Jogos de 2024, em Paris, a uma prova mista, em distância ainda a saber. Incluídos pela primeira vez no programa olímpico de Los Angeles, em 1932, o único atleta a vencer o evento em mais do que uma ocasião foi o polaco Robert Korzeniowski, em 1996, 2000 e 2004.

Referência especial, ainda na prova dos 50 km, para o espanhol Jesús Ángel García Bragado, o atleta mais velho a competir na modalidade do atletismo nos presentes Jogos. Aos 51 anos, 9 meses e 20 dias apenas será superado, na história dos Jogos Olímpicos, pelo maratonista canadiano Percy Wyer, que participou nos Jogos de Berlim, no longínquo ano de 1936, então com 52 anos de idade.

Por outro lado, García Bragado converter-se-á no atleta da modalidade com mais Jogos Olímpicos realizados, nada menos de oito, desempatando com a velocista Marlene Ottey (Eslovénia/Jamaica), com sete presenças. Bragado competiu pela primeira vez nuns Jogos em 1992, obtendo os seu melhor resultado (4.º) nos 50 km dos Jogos de Pequim’2008. Foi campeão mundial em 1993, conquistando ainda medalhas de prata nas edições de 1997, 2001 e 2009.

Serão 9 os juízes internacionais de marcha do Painel da World Athletics, que atuarão nos Jogos: Frédéric Bianchi, da Suíça (juiz-chefe) e que já atuou em Pequim’2008, na mesma função, Anne Fröberg, da Finlândia, Daniel Michaud, do Canadá, que vai para a sua terceira participação consecutiva (antes, em 2012 e 2016), Dolores Rojas, de Espanha, repetindo Atenas’2004 e Londres’2012, Jean-Pierre Dahm, que esteve nos dois últimos Jogos, José Dias, de Portugal, que vai para a sua quarta presença, depois de 2004, 2008 e 2016, Pierce O’Callaghan, da Irlanda, também nos seus quartos Jogos, depois de 2008, em que foi Assistente do JC, 2012 e 2016, Wang Tak Fung, de Hong Kong, e Zöe Eastwood-Bryson, da Austrália.

Na preparação de um muito necessário trabalho de retaguarda, incluindo os secretários dos juízes de marcha, estarão 63 juízes japoneses, incluindo os dois Assistentes do Juiz-chefe, os internacionais Tomoya Ishii e Hideo Yamada, o responsável máximo da Zona de Penalização, Akira Fujisaki, recordando, aqui, que algum(a) atleta que registe três faltas (notas de desclassificação) deverá permanecer na dita ZP por um período de 2 ou 5 minutos, consoante se trate de provas de 20 ou 50 km. A medição das referidas distâncias esteve a cargo de Hideaki Karikomi, medidor de Grau A do Painel da AIMS/WA.

Também, em relação aos outros oficiais portugueses, saliente-se a quinta participação olímpica de Jorge Salcedo, que esteve nos Jogos de Sydney, em 2000, Atenas, em 2004, Pequim, em 2008, e Rio de Janeiro, em 2016 e que agora, em Tóquio, chefiará a equipa dos Oficiais Técnicos, e de António Costa, que se estreará nuns Jogos Olímpicos e que estará escalado tanto para as provas de pista da capital nipónica como para as provas de estrada, em Sapporo.