Um aspecto da sala na festa de 1984. Foto: arquivo «O Marchador» |
O ano de 1984 e, particularmente o mês de dezembro,
foi muito marcante para a marcha atlética portuguesa. Naquele mês e ano, o
Congresso da Federação Portuguesa de Atletismo aprovou importantes medidas no
sentido de desenvolver a especialidade e, com particular realce, introduzindo-a
nos Campeonatos de Clubes, com efeitos a partir de 1986.
Outra das importantes medidas aprovadas naquele
Congresso pelas Associações de Atletismo, por proposta federativa, foi a
realização, a partir do ano de 1985, de Campeonatos Regionais e Nacionais de
Marcha em estrada, com especial incidência na introdução da prova dos 50 km
marcha masculinos, a única que, até então, estava em branco quanto à atribuição
do título de Portugal, relativamente ao conjunto de provas que integram o
programa olímpico do atletismo.
A 1 de dezembro de 1984, o Clube Português de Marcha
Atlética, fundado dois anos antes, organizava a IV Festa Anual da Marcha, na
sede do Centro e Cultura e Desporto de Olivais Sul, onde hoje funciona a
Biblioteca Municipal dos Olivais, junto à Quinta Pedagógica.
Foi em ambiente de confiança e de confraternização que
os apaixonados pela marcha atlética se associaram á festa, que foi antecedida
de uma exposição de fotografias e passagem de slides e filmes alusivos aos primeiros
tempos da especialidade. A destacar a presença no evento de um representante
governamental e de membros de órgãos associativos e federativos.
Seguiu-se um colóquio no qual se passou em revista as
dificuldades da marcha mas realçando-se a importância que as medidas tomadas no
Congresso da FPA, realizado poucas horas antes, poderiam revestir-se para o
futuro.
Não faltou ainda, na referida festa, o momento
protocolar, com a tomada de posse dos novos dirigentes do CPMA, continuando a
presidir aos destinos do clube, Aires Denis (assembleia geral), Luís Dias
(direcção) e Joaquim Machado (conselho fiscal). Havia, então, a presença de
vários atletas nos órgãos sociais: Paulo Alves, José Dias, Henrique Mendes,
Jorge Esteves, Evelina Fernando, Ana Batuca, João Gomes e José Gonçalves,
enquadrados pelos “históricos”, Mário Pinto (pai do olímpico José Pinto), e
Carlos Meneses.
Outro dos momentos altos da festa, este com um
significado muito especial, foi o da atribuição de prémios a atletas,
dirigentes e clubes que mais se destacaram naquele ano, confirmando-se a
tendêndia de crescimento e descentralização da marcha por outras regiões do
país. Ao Clube Atlântico da Madalena, coletividade da região do Porto, foi
atribuído o título de “Clube do Ano”, numa homenagem, também, aos dirigentes
nortenhos, Fernando Ribeiro, José Luís Ribeiro, e António Teixeira.