Dionísio Ventura (ao centro) em Viana do Castelo-2006. Foto: arquivo O Marchador |
DIONÍSIO
VENTURA (50 km)
Clube:
CIAIA (Faial)
Treinador:
Jorge Costa
Recorde
pessoal e nacional: 3.59.28 (2006)
Títulos
conquistados nos 50 km: 3
(Viana
do Castelo-2006, Canidelo/Gaia-2009 e Olhão-2010)
Outros
lugares do pódio de 50 km: 3
(3.º
- Ferreira do Alentejo-2007, 2.º - Mealhada-2008 e 3.º - Montijo-2013)
Número
de internacionalizações em 50 km: 6
(TM
- Corunha-2006, TM - Cheboksary-2008, TE - Metz-2009, TM - Chihuahua-2010, TM -
Saransk-2012 e TE - Dudince-2013)
Campeão de Portugal
dos 50 km marcha, com três títulos conquistados nos anos de 2006 (Viana do
Castelo), 2009 (Gaia), e 2010 (Olhão), Dionísio Ventura não esconde o orgulho
por ter sido o primeiro e único atleta alentejano na história dos campeonatos a
figurar na reduzida lista de detentores de títulos nacionais.
Começou a praticar o
atletismo na Juventude Desportiva das Neves. Recorda bem as primeiras
sapatilhas por si usadas em competições, oferecidas pelo prof. Silveira, que
teve um papel preponderante nessa fase da sua actividade desportiva.
Especializou-se na
distância (Francisco Mariano, o primeiro treinador), devido, em parte, à
convivência que manteve, durante anos com os seus companheiros de treino, Jorge
Costa, Pedro Martins, e outros, o que constituiu motivação extra. A edição de
Viana do Castelo, em 2006, a única realizada em terras do Minho, ficou-lhe
gravada na sua memória.
“Foi o momento mais marcante e positivo do meu
percurso desportivo em Portugal. Por razões de natureza pessoal e profissional,
não competi entre os anos de 2002 e 2004, e foi o Jorge Costa quem me
incentivou a regressar, orientando-me, tecnicamente, desde então. Foi um
período de muito trabalho, mas que valeu a pena”.
De menos positivo,
recorda a edição dos campeonatos no Montijo, em 2013. Preparou-se
afincadamente, com o propósito de alcançar mais um título nacional de 50 km e
estabelecer uma boa marca, mas as coisas não lhe correram totalmente de feição.
Sentiu-se desencantado. Teve a consolação no recebimento da medalha
correspondente ao terceiro lugar do pódio.
Reconhecendo que
poderia ter ido mais além, confessa que “a
minha vida profissional tem passado por momentos altos e baixos. Não é fácil a
preparação para uma prova como esta se o tempo que disponho para o efeito não é
o desejável, tanto mais que em condições normais, julgo valer uma marca ao
nível do meu melhor”.
Com meia dúzia de
competições de 50 km realizadas, o atleta alentejano ambiciona o regresso à
seleção nacional e a participação na Taça da Europa. Quando pensa na seleção
vem-lhe logo à memória a Taça do Mundo, na Corunha, em 2006:
“Foi fantástico. Eu, o Jorge (Costa), e o Pedro
(Martins), ajudámo-nos mutuamente naqueles 50 quilómetros, que nunca
esquecerei. O espírito de seleção foi magnífico. Cá fora, a Ana Cabecinha e
outros, davam o seu apoio com palavras de incentivo. Fiz o meu recorde pessoal
com uma marca abaixo das quatro horas (3.59.28
h)”.
Dionísio Ventura,
técnico de electricidade, faz um reparo à FPA, lembrando que os atletas devem
ser apoiados quando têm potencialidades e estão a subir na carreira e não,
apenas, quando se encontram nos lugares cimeiros.
Sobre a prova de 35
quilómetros, marcada para o último sábado de janeiro, considera importante a
sua participação por entender que pode ser uma prova competitiva e indicadora
do estado de forma dos melhores atletas para os 50 km.