sábado, 12 de maio de 2018

Seminário sobre Marcha Atlética promovido pela IAAF foi um sucesso

Painel de apresentadores do seminário:Tim Berrett, Stéphane Bermon,
Maurizio Damilano, Jane Saville, Robert Korzeniowski e Luis Saladie.
Fotos: IAAF e O Marchador

Um dia antes da realização das provas do Campeonato Mundial de Seleções em Marcha Atlética, que teve lugar em Taicang, na China, no primeiro fim-de-semana deste mês de maio, a IAAF, com o suporte do seu Comité de Marcha, realizou pela primeira vez um seminário da especialidade destinado a definir-se o futuro rumo que a marcha atlética necessariamente terá de seguir, acompanhando os ritmos da evolução do atletismo da atualidade.

Nesta jornada, com vários temas em discussão, debatidos pela assistência, estimada em cerca de centena e meia de participantes, de 26 países, a moderação esteve a cargo do polaco Robert Korzeniowski, pentacampeão olímpico e atual membro do Comité de Marcha da IAAF, com Luis Saladie, o rosto mais visível da IAAF na área da disciplina, a esclarecer dúvidas de natureza técnica, colocadas pelos participantes.

Maurizio Damilano, presidente do Comité de Marcha da IAAF, campeão olímpico nos Jogos de Moscovo, em 1980, abriu a sessão dos trabalhos, invocando a necessidade de se adotarem medidas com vista a manter o vigor da disciplina como parte integrante da modalidade do atletismo, embora mantendo o espírito da marcha atlética no seio do atletismo, alicerçado em mais de 100 anos de inclusão nos principais eventos internacionais do atletismo. A inovação em meios tecnológicos é para Damilano um dos passos seguros para esse desígnio, dando conta do ponto da situação relativamente a tais matérias - palmilha eletrónica - que, embora concluídas, aguardam a conclusão de aspetos de natureza formal e administrativa.

Tim Berrett, membro do Comité de Marcha da IAAF, várias vezes atleta olímpico, expôs diversas opções no sentido de tornar a especialidade mais atrativa aos olhos dos media e do público, do grande potencial que representa a conjugação das atividades da caminhada e do fitness, assim como o de aumentar os índices de participação da juventude e “casar” a marcha atlética com os meios tecnológicos (os jovens, e não só, usam-nos cada vez mais) em dados informativos e de conhecimento junto do público referindo, em vários gráficos, as conclusões do inquérito preenchido pelos agentes da especialidade em todo o mundo. Também foi feita a abordagem – suportada em dados estatísticos – às participações nas Taças do Mundo/Mundiais de Seleções e nas provas do Challenge da IAAF.

Stéphane Bermon, do departamento Anti-doping da IAAF, Delegado-médico do evento, dissertou sobre a problemática do doping no atletismo e os métodos vanguardistas da modalidade relativamente a todos os outros desportos, a monotorização em mais de 10.000 atletas através do passaporte biológico, o grande número de testes efetuados em todo o mundo, com maior incidência em países com forte implantação em algumas das disciplinas – citou o Quénia no meio fundo e fundo e a Rússia na marcha atlética, e referiu números: testados 773 atletas de mais de 75 países (até março deste ano), representando todas as 47 disciplinas do atletismo num total de 5379 amostras recolhidas fora da competição. 62 marchadores foram testados até ao momento, 450 em 2017.

Jane Saville, membro do Comité de Marcha da IAAF, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, falou sobre o futuro da marcha atlética e as medidas que vão sendo testadas e implementadas nas questões do ajuizamento e da tecnologia a aplicar considerando que nos tempos de hoje o desporto é também um negócio, o que tem sido feito no âmbito da formação e certificação dos juízes de marcha, a redução progressiva do painel - em 2019 serão apenas 20 – de modo a obterem-se níveis de elevada consistência, os efeitos, considerados muito positivos, do Pit Lane nas provas de marcha, a introdução, daqui a poucos anos (todos os testes foram realizados com sucesso), da palmilha eletrónica nos marchadores, pelo menos em grandes competições internacionais, permitindo uma total objetividade na análise da suspensão, tipo do que se faz agora com o VAR no futebol, tendo exposto, de forma clara, o método que será observado.