A vitória feminina na edição de Chihuahua-2010, com Susana Feitor, Vera Santos, Inês Henriques e Ana cabecinha. Foto: blogue S. Feitor |
Nas últimas seis edições das Taças do Mundo de Marcha/Mundiais de
Seleções, a seleção nacional feminina obteve resultados de grande expressão
internacional, sempre nas quatro primeiras posições, alicerçados na figura de
quatro grandes marchadoras, Susana Feitor, Vera Santos, Inês Henriques e Ana
Cabecinha.
Susana Feitor que, entretanto, colocou um ponto final na sua (longa)
atividade competitiva, é a atleta com o maior número de presenças no evento –
11 participações – a primeira das quais em Monterrey, no México, em 1983, que
marcou a estreia da seleção feminina em Taças do Mundo, classificando-se a
atleta rio-maiorense no 8.º lugar.
Vera Santos que recentemente foi mãe é a atleta que no plano mundial
mais posições de relevo conquistou na competição, principalmente se atendermos
ao facto de ter entrado em dois lugares do pódio, em 2008, na edição de
Cheboksary, onde foi terceira com uma marca de 1:28:17, e em 2010, em
Chihuahua, com o segundo lugar. Na edição de 2014, em Taicang, registou o tempo
de 1:28:02, recorde pessoal. Tem 9 participações.
Inês Henriques, com 9 presenças, vai na edição deste ano participar na
prova dos 50 km marcha, que regista um número muitíssimo interessante de
inscrições, e onde a atleta ribatejana apostará na medalha de ouro e na
obtenção de um novo recorde do Mundo, que já lhe pertence. A sua melhor
classificação no evento é de Chihuahua-2010, onde alcançou a medalha de bronze
na prova dos 20 km.
Ana Cabecinha é a melhor atleta portuguesa nos 20 km marcha, muito
consistente nas principais competições mundiais, classificando-se em posições
de “finalista”, isto desde 2008 quando nos Jogos Olímpicos de Pequim obteve,
com o seu 8.º lugar, o atual recorde nacional de 1:27:46 faltando-lhe,
porventura, para colocar a cereja no topo do bolo, uma medalha que ficou perto
nos mundiais de 2015 quando foi quarta. Regista 9 presenças no evento.
A Seleção de Portugal foi campeã mundial em 2010 (Chihuahua, México)
com Susana Feitor, Vera Santos, Inês Henriques e Ana Cabecinha (na foto). Em
2008 (Cheboksary, Rússia), alcançou a medalha de prata, também com Vera Santos,
Susana Feitor, Ana Cabecinha e Inês Henriques, e em 2014 (Saransk, Rússia), de
novo com Susana Feitor, Inês Henriques, Vera Santos e Ana Cabecinha, o
selecionado luso foi ao pódio ao obter a medalha de bronze. Prestações
assinaláveis da equipa portuguesa, foram as quartas posições coletivas
alcançadas em 2006, em 2012 (neste ano a apenas 1 ponto da China) e em 2016.
O ciclo dourado fechou-se e urge a tomada de medidas – se é que já não
deveriam ter sido delineadas - no sentido de uma renovação de valores que pode
passar por se incluir (ou reincluir) nas competições do programa da FPA para os
mais jovens a disciplina da marcha atlética, a exemplo do que se faz com outras
disciplinas, no caso, os Megas ou o Olímpico Jovem…