 |
| Imagens: Comité Organizador. Montagem: O Marchador |
A edição nº 31 do Grande Prémio Internacional de Rio Maior, o mais importante evento da especialidade realizado em Portugal e um dos que fazem parte do restrito grupo de provas incluídas na categoria GOLD da World Athletics Race Walking Tour, uma iniciativa da World Athletics, vai ter lugar nas artérias principais de Rio Maior no dia de amanhã (11/5) com a presença de 50 atletas, provenientes de 11 países, nas principais provas de 20 km do programa.
No evento deste ano vão ser integrados os Campeonatos Nacionais de Marcha na distância de 20 km, com o tiro de partida a ser dado às 18:00 horas, nos masculinos, e às 18:12 horas, nos femininos, estando ainda previstas provas de 10 km para o escalão Sub-20, a realizar à mesma hora das provas de seniores, e ainda provas promocionais, de 2 km (15:30), denominada “Marcha Jovem de Promoção” e de 5 km (16:00), Légua de Marcha de Promoção, destinadas aos restantes escalões etários, todas elas a realizarem-se num circuito de 1.000 metros, nas principais artérias da cidade de Rio Maior, estando inscritos, no total, 118 atletas.
Este ano, como em anos anteriores, teremos a presença de grandes nomes da marcha atlética mundial, destacando-se, no setor feminino, a peruana Kimberly García, bicampeã mundial de 2022 e que a 21 de abril, no Campeonato Mundial de Seleções de Marcha, em Antália, conquistou a medalha de ouro na prova dos 20 km, sendo claramente a grande candidata à vitória. Uma das sérias candidatas a medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, Kimberly, medalhada de prata nos Mundiais de Budapeste e que triunfou nas edições de 2017 e 2022, tem um recorde pessoal (e do seu país), de 1:26:40.
Outra das competidoras de referência mundial em Rio Maior é a brasileira Erica Sena, 7ª nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A experiente atleta do país irmão vem de uma saborosa medalha de bronze obtida nos recentes Mundiais de Seleções e apresenta-se com um recorde pessoal e do Brasil de 1:26:59.
No plano masculino, sem dúvida que, de entre todos, é o equatoriano Brian Pintado quem se apresenta em Rio Maior com maiores pergaminhos, esperando reeditar a vitória em 2023, então com o tempo de 1:19:05. Nos Mundiais do ano passado conquistou a medalha de prata nos 35 km e estabeleceu um novo recorde pessoal na prova dos 20 km, com o tempo de 1:18:26.
Entre os portugueses, e no setor masculino, João Vieira, um “produto” de Rio Maior, volta a ser o grande favorito ao título nacional. O “Bragado” cá do sítio, o famoso espanhol que colocou um ponto final na sua atividade competitiva em 2021, com 52 anos de idade, Vieira, que conquistou duas medalhas de bronze em Mundiais, uma de prata e outra de bronze em Europeus, 5º nos Jogos Olímpicos de Tóquio, é bem merecedor de uma homenagem pública por parte da FPA, que tem desaproveitado as grandes estrelas da marcha atlética portuguesa, que além de João Vieira, devem ainda englobar-se José Pinto, José Urbano, Hélder Oliveira, Susana Feitor, Inês Henriques e Vera Santos, para a promoção da disciplina em escolas e em sessões públicas.
João Vieira, recordista nacional (1:20:09), o mais titulado na distância, já conta com o impressionante número de 30 vitórias. Decisiva será a sua prestação na prova de amanhã, que dá um importante número de pontos para os Jogos Olímpicos, que poderão fazer-lhe muito jeito para ultrapassar 14 atletas que estão à sua frente na lista de 48 para Paris.
Ainda no setor masculino, referências especiais para a participação de Rui Coelho (1:25:20), campeão em 2022, para o jovem Tiago Ramos (20 anos), que procurará bater o seu recorde pessoal, alcançado a 6 de abril do corrente ano, na cidade checa de Podebrady, com o tempo de 1:27:45, e Hélder Santos (1:25:56).
No plano feminino, Vitória Oliveira é favoritíssima a conquistar aquele que poderá ser o seu inédito título na competição, ela que tem dominado em todos os eventos nacionais em que tem participado este ano e que poderá aproveitar ainda para consolidar a sua posição no “Road to Paris” (44ª atualmente), este ano marcado pela ausência das lides competitivas de Ana Cabecinha (com mínimos olímpicos), por belíssimas razões, refira-se – se ainda não foi mãe, pela primeira vez, está quase… ela que é campeã nacional de modo consecutivo de 2017 para cá.
Outros nomes nacionais a ter em atenção para os lugares do pódio feminino dos campeonatos são Carolina Costa (1:34:38), Inês Mendes, Sub-23 (1:35:33), Bruna Marques (1:37:49) e Adriana Viveiros (1:37:57).
Para a competição de Rio Maior a World Athletics nomeou para Delegado Técnico o espanhol Sergio Solana. Os juízes internacionais que intervirão no evento serão o português José Dias (juiz-chefe), a lituana Kristina Saltanovic, a inglesa Verity Snook, o eslovaco Martin Skarba, o espanhol Sergio Moreno, o suíço Frédéric Bianchi e o português Vasco Guedes, com o secretariado a ser coordenado pelo também internacional, o português José Ganso, completando a equipa André Brito e Mário Mendes e na função adjuvante do Juiz-Chefe, António Caniço e Luís Dias.
Esta é uma organização do Município de Rio Maior, da Desmor e do Clube de Natação de Rio Maior, com o apoio da Federação Portuguesa de Atletismo e da Associação de Atletismo de Santarém.
Para terminar, queremos, aqui, registar palavras de grande apreço e admiração pelo extraordinário apoio da Câmara Municipal de Rio Maior num evento de primeiríssima água como o destes, em que teremos a presença do seu presidente, Filipe Santana Dias e que começou a ser germinado após a espetacular vitória de Susana Feitor nos Mundiais de Atletismo Sub-20, na cidade búlgara de Plovdiv, em 1990, tinha ela então 15 anos de idade. Treinada então por Jorge Miguel, que igualmente orientou outros marchadores de grande nível mundial, tais como o próprio João Vieira, Inês Henriques e Vera Santos, todos sediados em Rio Maior, muito justamente considerada a cidade do Desporto, albergando um notável complexo desportivo, um dos mais modernos e polivalentes complexos desportivos da Europa e utilizado frequentemente por atletas de alta competição de vários países, em variadas modalidades.
