Samuel Gathimba e Emily Ngii. Fotos: Steph Chambers - AFP e Capital Sport Montagem: O Marchador |
A poucos dias do início dos Campeonatos Mundiais de Atletismo, com as provas de 20 km marcha a realizarem-se nos dois primeiros dias, a 19 a prova masculina e a 20 a feminina, com o dia 24 reservado aos 35 km masculinos e femininos, o continente africano vai estar representado por 3 marchadores, os campeões africanos Emily Ngii e Samuel Gathimba, ambos quenianos, nos 20 km, e o sul-africano Wayne Snyman nos 35 km.
O Quénia, que na especialidade registou um acentuado desenvolvimento nos últimos anos, principalmente nos escalões jovens, onde conquistou medalhas em grandes eventos internacionais, esteve muito perto de chegar à medalha de bronze nos últimos Mundiais, em Eugene (EUA), através de Gathimba, que se classificou na quarta posição a apenas 7 segundos do sueco Perseus Karlström mantendo-se assim, para o historial do evento, a única medalha conquistada por um representante africano, nos 20 km de Osaca, em 2007, pelo tunisino Hatem Ghoula.
Samuel Gathimba, de 35 anos de idade, que carimbou o passaporte para Budapeste nos últimos Mundiais com o tempo de 1:19:25, prepara-se para fazer boa figura novamente nestes, mas reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer na marcha atlética no seu país apesar de se estar no bom caminho com evidentes progressos, lamentando que uma parte dos recursos não seja canalizada para a marcha atlética ao contrário de outras disciplinas, nomeadamente, no treino especializado, nas instalações e no equipamento.
“Um longo caminho foi percorrido e agora temos capturado a atenção dos fans e dos media. No entanto, o escasso número de provas do calendário de eventos da WA no nosso país tem afetado negativamente a nossa preparação que não pode ser testada num número suficiente de competições”, disse Gathimba ao jornal matutino The Star.
“Precisamos que a Federação nos leve a eventos fora do nosso país onde poderíamos estagiar e competir, melhorando a nossa condição física e técnica. No Quénia também não possuímos juízes internacionais no número necessário para a homologação dos resultados e mesmo que façamos mínimos para Mundiais ou Jogos Olímpicos, as marcas não poderiam ser homologadas e precisaríamos de tê-los, pelo menos nos nossos campeonatos nacionais”.
Gathimba, que partiu para Budapeste com o objetivo de melhorar o seu recorde pessoal de 1:18:23, tempo obtido no Quénia, a 13 de março de 2021, referiu ainda que aprendeu bastante com os Mundiais de Eugene e que vai lutar por um lugar no pódio, procurando não cometer o mesmo erro estratégico quando relaxou e desacelerou no último quilómetro perdendo então a medalha de bronze. Classificar-se para os Jogos Olímpicos de Paris (mínimos: 1:20:10) é outro dos seus grandes objetivos.
Fonte: The Star.