sábado, 23 de fevereiro de 2019

Peter Marlow demite-se do Comité de Marcha da IAAF

Peter Marlow. Foto (arquivo): East Anglian Daily Times.

O britânico Peter Marlow, figura de grande prestígio da marcha atlética internacional e atleta olímpico em Munique 1972, apresentou a sua demissão do cargo que ocupava, desde há 43 anos, no Comité de Marcha da IAAF em protesto contra as recentes decisões deste orgão.

A equipa do blogue «O Marchador» lamenta a saída de Peter Marlow mas compreende as circunstâncias que motivaram a sua posição, homenageando-o pelo trabalho desenvolvido ao longo de tantos anos e pelo elevadíssimo contributo prestado ao desenvolvimento mundial da marcha atlética.

Recorde-se que o Comité de Marcha esteve reunido no Mónaco no fim-de-semana 2/3 de fevereiro e, de entre as recomendações propostas [ver peça, aqui], decidiu na alteração das principais distâncias das competições para seniores que deverão passar dos atuais 20 km e 50 km para 10 km e 30 km a partir dos mundiais de 2023 (os 50 km deixarão de se realizar já nos mundiais de 2021).

Enquanto se aguarda pelas decisões em definitivo na matéria, a serem produzidas pelo Conselho da IAAF na sua próxima reunião (10/11 de março), são vários os atletas (treinadores, dirigentes, etc.) que assumem publicamente a defesa da continuidade das tradicionais distâncias de 20 km e 50 km, nomeadamente o francês Yohann Diniz, campeão e recordista mundial, e o eslovaco Matej Toth, campeão olímpico [aqui].

Se, por um lado, as recomendações são entendidas como uma necessidade de desenvolvimento e adaptação aos tempos modernos, por outro, evidenciam um corte radical com a identidade e tradição da marcha atlética, podendo significar, em futuro mais ou menos próximo, o seu fim como disciplina do atletismo.