domingo, 14 de fevereiro de 2016

ITÁLIA – Convenção sobre o ajuizamento – IV

Gianni Perricelli, Gaspare Pavei e Sandro Damilano.
Fotos: O Marchador
Sandro Damilano, treinador de sucesso, orientou alguns dos melhores atletas italianos sendo, desde há 6 anos, o responsável técnico da seleção chinesa de marcha, treinando atualmente, um grupo de 12 atletas, com base no Centro de Alto Rendimento de Saluzzo, em Itália.

Na sua apresentação, subordinada ao tema “o ajuizamento da marcha do ponto de vista do treinador”, recheada de imagens e vídeos, demonstrativos de exemplos de boa e má técnica, Sandro Damilano acentuou a tónica na necessidade do atleta ter um bom movimento da bacia sem a qual é impossível exibir uma boa técnica em competição. Evidentemente, o estilo é fundamental. A passagem da perna, com o nível do joelho elevado, é revelador para o juiz de marcha, que o atleta não está bem.

Para Sandro Damilano, um treinador de marcha deve saber quando o seu atleta estará em boas condições técnicas para apresentá-lo em competição. Deve ser  o seu primeiro juiz, o mais rigoroso, reconhecendo os erros,  e se algo correr menos bem deverá encontrar as causas e fazer as devidas correções. Um bom técnico é uma grande ajuda para o juiz mas, também, o atleta deverá estar consciente da sua técnica e compreender os sinais recebidos (raquetas amarelas/faltas), invertendo o sentido da sua técnica.

Dois outros aspetos salientados por Sandro Damilano: um, o da necessidade do treinador trabalhar bem tecnicamente os jovens pois antes da procura dos resultados é necessário que adquirem uma boa técnica. Caso contrário, será difícil que a partir dos 17/18 anos a situação se inverta. E os juízes têm um papel importante a desempenhar nesta fase fazendo cumprir a regra. Outro, a dificuldade que, hoje em dia, nas grandes competições, o juiz sente para ajuizar, nomeadamente, na cabeça do pelotão, com um grupo numeroso marchando a ritmos elevados, exigindo-lhe coragem, competência e poder de decisão.

A este propósito citou JK Rowling, autora do best-seller Harry Potter para dizer que “são as escolhas que fazemos que determinam as nossas capacidades. Deveremos fazer não o que é fácil mas o que é certo”.

Gianni Perricelli, antigo marchador internacional (medalha de prata nos 50 km dos mundiais de Gotemburgo, em 1995), treinador de Eleonora Anna Giorgi, recordista italiana dos 20 km marcha,  e Gaspare Pavei, estudante da Universidade de Milão, com  trabalhos científicos publicados, apresentaram o tema “A técnica e a biomecânica da marcha: experiência prática, análise e confrontação de dados laboratoriais”.

O estudo baseou-se na análise de atletas em grandes competições internacionais, na frequência do ritmo, no ângulo da perna, entre outros aspetos significativos da técnica da marcha atlética.

Por fim, Alfio Giomi, presidente da FIDAL, no discurso de encerramento dos trabalhos, elogiou a iniciativa e agradeceu os contributos dados.