Gianni Perricelli, Gaspare Pavei e Sandro Damilano. Fotos: O Marchador |
Sandro
Damilano, treinador de sucesso, orientou alguns dos melhores atletas
italianos sendo, desde há 6 anos, o responsável técnico da seleção chinesa de
marcha, treinando atualmente, um grupo de 12 atletas, com base no Centro de
Alto Rendimento de Saluzzo, em Itália.
Na
sua apresentação, subordinada ao tema “o ajuizamento da marcha do ponto de
vista do treinador”, recheada de imagens e vídeos, demonstrativos de exemplos
de boa e má técnica, Sandro Damilano acentuou a tónica na necessidade do atleta
ter um bom movimento da bacia sem a qual é impossível exibir uma boa técnica em
competição. Evidentemente, o estilo é fundamental. A passagem da perna, com o
nível do joelho elevado, é revelador para o juiz de marcha, que o atleta não
está bem.
Para
Sandro Damilano, um treinador de marcha deve saber quando o seu atleta estará em
boas condições técnicas para apresentá-lo em competição. Deve ser o
seu primeiro juiz, o mais rigoroso, reconhecendo os erros, e se algo
correr menos bem deverá encontrar as causas e fazer as devidas correções. Um
bom técnico é uma grande ajuda para o juiz mas, também, o atleta deverá estar
consciente da sua técnica e compreender os sinais recebidos (raquetas
amarelas/faltas), invertendo o sentido da sua técnica.
Dois
outros aspetos salientados por Sandro Damilano: um, o da necessidade do
treinador trabalhar bem tecnicamente os jovens pois antes da procura dos
resultados é necessário que adquirem uma boa técnica. Caso contrário, será
difícil que a partir dos 17/18 anos a situação se inverta. E os juízes têm um
papel importante a desempenhar nesta fase fazendo cumprir a regra. Outro, a
dificuldade que, hoje em dia, nas grandes competições, o juiz sente para
ajuizar, nomeadamente, na cabeça do pelotão, com um grupo numeroso marchando a
ritmos elevados, exigindo-lhe coragem, competência e poder de decisão.
A
este propósito citou JK Rowling, autora do best-seller Harry Potter para dizer
que “são as escolhas que fazemos que determinam as nossas capacidades.
Deveremos fazer não o que é fácil mas o que é certo”.
Gianni
Perricelli, antigo marchador internacional (medalha de
prata nos 50 km dos mundiais de Gotemburgo, em 1995), treinador de Eleonora
Anna Giorgi, recordista italiana dos 20 km marcha, e Gaspare
Pavei, estudante da Universidade de Milão, com trabalhos
científicos publicados, apresentaram o tema “A técnica e a biomecânica da
marcha: experiência prática, análise e confrontação de dados laboratoriais”.
O
estudo baseou-se na análise de atletas em grandes competições internacionais,
na frequência do ritmo, no ângulo da perna, entre outros aspetos significativos
da técnica da marcha atlética.
Por
fim, Alfio Giomi, presidente da FIDAL, no discurso de encerramento dos
trabalhos, elogiou a iniciativa e agradeceu os contributos dados.