Os campeões de 2016, Inês Henriques e Pedro Isidro (47), Sérgio Vieira (2.º campeonato) e Erik Tysse na partida, o 1.º a cortar a meta. Fotos: Roberto Raposo. Montagem: O Marchador |
Inês Henriques, do CN Rio Maior, e
Pedro Isidro, do SL Benfica, conquistaram os títulos nacionais de 20 km de
estrada por ocasião dos campeonatos disputados ontem, sábado (27 Fev.) na
Batalha, em condições atmosféricas adversas, especialmente pela chuva (com
granizo) e pelo frio, cujas provas tiveram um incompreensível programa horário
definido pela FPA que levou a que todos os concorrentes terminassem, como
esperado, já de noite. Lamentável!
Nos 20 km femininos, Inês Henriques,
com 1.30.52, obteve o seu quarto título na distância depois de 2006, 2009 e 2011,
assumindo o controlo ainda antes dos 10 km, na ocasião à frente da grande
favorita, Ana Cabecinha, que chegou a liderar isolada. Contudo, um infeliz
acidente ainda antes da prova se iniciar (queda a descer escadas) levou que a
atleta do CO Pechão desistisse cerca dos 15 km, tendo sido assistida no local
pelos bombeiros e posteriormente pelo INEM que a transportou ao hospital de
Leiria tendo-lhe sido diagnosticado um traumatismo torácico. Mais de três
minutos depois de Inês Henriques finalizavam as atletas do Leiria MA, que
venceu coletivamente, Susana Feitor, com 1.33.34, e pouco depois, Daniela Stoffel
Cardoso, com 1.33.46, recorde pessoal (antes 1.34.13) e que assim, agora de
forma válida, junta-se às atletas com marcas de qualificação para o Rio 2016.
Mara Ribeiro, do SL Benfica, foi a 5.ª da geral e a 1.ª sub-23 com 1.39.30,
recorde pessoal por 3 segundos. Antes, na 4.ª posição, cortava a meta a
primeira benfiquista, a lituana Kristina Saltanovic, com 1.36.16.
Nos 20 km masculinos, Pedro Isidro,
com 1.25.08, ganhou o seu 1.º título nacional sénior e obteve a sua 2.ª melhor
marca de sempre, desta vez superiorizando-se, na parte final, e por três
segundos, ao campeão de 2015, Sérgio Vieira (1.25.11) também do SL Benfica,
clube que venceria coletivamente os campeonatos de seniores. Miguel Rodrigues,
do CN Rio Maior, com 1.31.39, fechou o pódio absoluto nacional e alcançou o
título sub-23. Esta prova contou com a presença de atletas estrangeiros, a
competirem extra campeonatos, nomeadamente o norueguês Erik Tysse, o primeiro a
cortar a meta, com 1.24.21, o seu compatriota Haavard Haukenes (4.º na geral,
1.26.19) e o italiano Teodorico Caporaso (5.º, 1.28.02).
Nas provas de 10 km para sub-20, em
simultâneo com os 20 km, venceram individualmente Carolina Costa (CO Pechão,
52.04 em estreia na distância) e Vítor Ramos (SL Benfica, 47.02). Não houve
qualquer equipa classificada.
Nas provas para sub-18, de 5 km
femininos e 10 km masculinos, os registos dos vencedores, Inês Reis, do Penta
CC, com 25.00, e Paulo Martins, do Sporting CP, com 47.35, constituem recordes
pessoais e os esperados mínimos de participação para os europeus da categoria
em Tbilisi, na Geórgia no próximo mês de julho (25.00/48.00). Referência ainda
para Rodrigo Marques (CO Pechão), a 1 segundo do mínimo (48.01), e para Rúben
Santos (CO Oliveira Douro, 48.32), também com melhores marcas pessoais. Os
clubes do Algarve, CO Pechão em femininos e CA Tunes em masculinos, obtiveram
os títulos coletivos.
Finalmente nas provas para
veteranos, Sandra Silva (W40, GRECAS), com 24.42 nos 5 km femininos, e Augusto
Cardoso (M45, ACR Senhora do Desterro), com 47.03 nos 10 km masculinos, foram
os vencedores absolutos e campeões nas suas categorias etárias. Outros títulos
obtidos: W35, Felicidade Rosa (CAG, 27.29), W45, Anabela Moreira (COP, 27.36),
W60, Maria Orlete Mendes (CAG, 30.20), W55, Helena Rodrigues (CATunes, 33.47) e
W50, Maria José Dias (GDPCD, 34.13) nos femininos, M55, Francisco Reis (CAG,
50.13), M50, Henrique Santos (GDD, 52.52), M40, Luís Bidarra (CAS, 54.37), W60,
José Magalhães (ACA,54.40) e M35, Carlos Pereira (GDPCD, 1.16.34) nos
masculinos. Coletivamente o Centro de Atletismo das Galinheiras, colectividade
de Lisboa, venceu em masculinos e femininos, neste último caso com o mesmo
número de pontos que o GDP Chão Duro (Setúbal).
Sendo verdade que difíceis condições
atmosféricas complicam a organização de um evento, contudo, não é compreensível
que num campeonato nacional de marcha continuem a acontecer problemas de vária
ordem, como por exemplo, a chegada noturna dos atletas de 20 km dificultando a
avaliação regulamentar dos juízes de marcha, os atrasos no início das provas e também
muito consideráveis nas premiações, etc., finalizando-se o programa com a total
ausência de resultados (desta vez até houve «chips»), apenas disponíveis via internet
e no dia seguinte. A menos que não se queira reconhecer, urge repensar as
organizações federativas, e em particular das provas de marcha.
As classificações completas (ainda com algumas incorrecções) podem ser consultadas aqui.