Fotos: «site» gpmarchariomaior.desmor.pt Montagem: O Marchador |
A primeira
edição realizou-se em 1985, em Lisboa, na zona de Belém, com a ideia,
fundamentalmente, de se proporcionar aos marchadores portugueses uma
experiência na distância dos 50 km, que tinha em José Pinto, atleta do
Clube de Futebol “Os Belenenses”, a maior referência nacional da especialidade.
Este ano, pela primeira vez, e com as peripécias já conhecidas, a prova,
disputou-se separadamente, em Castelo Branco, a 15 de março, proporcionando ao
internacional e olímpico Pedro Martins, do Centro de Atletismo de Seia, o
atleta mais prestigiado do distrito da Guarda, a conquista do seu 8.º título
nacional da sua já longa carreira.
É a segunda vez
que Rio Maior recebe os campeonatos de Portugal de marcha atlética em estrada.
Em 1992, a organização suspendeu a realização do grande prémio para
acolher a edição n.º 8 da competição, e este ano, organiza-a em parceria com a
Federação Portuguesa de Atletismo. Espera-se que se atinjam níveis
quantitativos e qualitativos dos maiores de sempre, com a inscrição de atletas
vindos de, praticamente, todas as regiões do continente e ilhas.
De facto, a
presença de destacadas figuras mundiais da marcha atlética, com vários
medalhados mundiais e olímpicos a competirem nas provas de 20 km marcha,
constituindo-se quase como que um mini-campeonato mundial, é um importante
sinal de alegria e motivação para os jovens atletas que tomarão parte nos
campeonatos nacionais de juvenis e juniores, e no Torneio Nacional “Marchador
Jovem”, que, desta vez, e ao contrário do que é habitual há vários anos, a FPA
não associou a esta prova o nome de qualquer atleta com pergaminhos na
especialidade. E Rio Maior, neste aspeto, está recheado de ilustres figuras da
marcha atlética. Enfim...
No entanto, as
exigências da competição, sob o ponto de vista organizativo, requerem
importantes recursos humanos e materiais. É certo que a utilização de “chips”
pode resolver muita coisa mas há que ter em atenção aspetos relacionados com a
contagem de voltas e a cronometragem. Face ao número de concorrentes que
participarão nas duas últimas provas do programa, as internacionais, é de crer
que algumas dificuldades surgirão, nomeadamente num dos pontos mais críticos, o
da viragem na reta da Rua Almirante Cândido dos Reis.
Com vários
atletas, alguns medalhados olímpicos, e outros, procurando alcançar, já em Rio
Maior, mínimos que lhes assegurem a presença nos campeonatos mundiais de
Pequim, este ano, e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a par
dos atletas nacionais, um ou outro, provavelmente, sem mínimos, ao fim de
algumas voltas já haverá concorrentes a serem dobrados, o que implica atenção
redobrada das equipas de juízes da FPA e da AAS. Note-se que, durante largo
período das competições internacionais, quase centena e meia de atletas estarão
a competir simultaneamente, quase o triplo dos concorrentes que alinharam em
2014.
Outro dos
fatores importantes neste tipo de organização e que, às vezes, é menos
valorizado pelos responsáveis organizativos, é o da locução. No caso de Rio
Maior, a organização tem sabido cuidar do assunto, com assinalável êxito. Os
dois locutores, que têm exercido essas funções no decorrer dos vários grandes
prémios já realizados, têm pautado as suas intervenções com elevado grau de
eficiência.
O regulamento completo e o horário do evento podem ser consultados aqui,
sendo as listas de inscritos disponibilizadas aqui.
Estão inscritos 330 atletas, sendo que, abrangidos pelo regulamento dos
eventos nacionais e com direito aos títulos individuais e colectivos em disputa,
116 participarão no Torneio Marchador Jovem (infantis e iniciados) e 132 no
Campeonato Nacional destinado aos escalões de juvenis, juniores, seniores e
veteranos, oriundos de 16 associações distritais.
As provas de 20 km assumem particular relevo pela sua inclusão no Challenge
da IAAF, com 67 atletas masculinos e 36 femininos, de 21 países.