Luís Gil em Quarteira-2014. Foto: Atleta-Digital |
LUÍS GIL (50 km)
Clube: Grupo
Desportivo do Estreito - Madeira
Treinador: José
Magalhães
Recorde pessoal:
4.07.46 (2012)
Títulos
conquistados nos 50 km: 2
(Montijo-2013 e
Quarteira-2014)
Outros lugares do
pódio de 50 km: 5
(3.º - Viseu-2001,
3.º - Valongo-2002, 3.º - Canidelo/Gaia-2009, 3.º - Olhão-2010 e 3.º -
Pontevedra-2012)
Número de
internacionalizações em 50 km: 7
TE - Dudince 2001,
TM - Turim 2002, TE - Cheboksary 2003, TM - Naumburg 2004, TM - Chihuahua 2010,
TM - Saransk 2012 e TE – Dudince 2013.
Em Cheboksary (Rússia), nos 50 km marcha da Taça da
Europa de Marcha de 2003, contribuiu para a brilhante prestação de Portugal, ao
obter, com os seus companheiros de equipa, Pedro Martins, Jorge Costa e Mário
Contreiras, a medalha de bronze coletiva, apenas atrás da Rússia e da Espanha,
e à frente de seleções com muita tradição no panorama da marcha atlética
mundial.
“Foi um momento que jamais esquecerei e que guardo
como a maior alegria na minha carreira desportiva. O espírito de entreajuda foi
formidável, e o apoio da multidão foi fantástico. Lembro-me do Pedro Martins,
ao passar por mim, dobrando-me, numa fase já adiantada da competição, ter-me
dito que estava com as forças em baixo. Eu, então, animei-o e, inclusivamente,
cheguei a puxar por ele, uns instantes”.
Luís Gil, bicampeão nacional dos 50 km marcha,
iniciou-se pela prática da marcha atlética tendo como referências os campeões
José Magalhães, José Pinto e José Urbano. Nos treinos falava-se muito da prova
de 50 km, no orgulho que representava para cada um dos seus companheiros de
estrada, chegar ao fim, e mentalizou-se que um dia haveria de seguir os
seus bons exemplos.
“Foi com todo o prazer que participei em provas de 50
km. Por vezes, circunstâncias relacionadas com o circuito ou com as condições
atmosféricas determinavam atuações diferentes mas foi sempre gratificante
palmilhar quilómetros e quilómetros com o Pedro Martins e o Jorge Costa, as
grandes referências da especialidade dos últimos tempos.
Nos últimos tempos tenho andado um pouco desanimado.
Desde a entrada em funções do técnico nacional de marcha, prof. Carlos Carmino,
que as dificuldades aumentaram. Havia pouca interligação com a estrutura
federativa, ninguém sabia de nada, e era sempre difícil o contacto com o TNM.
Se queria ir a estágios nacionais ou a competições internacionais, em
representação da seleção do meu país, teria de usar os meus períodos de
férias”.
O atleta nortenho conclui, dizendo-se surpreendido com
a decisão tomada pela FPA em acabar com os campeonatos nacionais de 50 km.
“A mágoa é grande. Espanta-me que decisões desta natureza sejam tomadas de ânimo leve, sem que ninguém dê a cara, sem que se saiba quem são os responsáveis por tais medidas nem o porquê delas. Assim, o futuro da especialidade no nosso país não se apresenta risonho. Sei que havia jovens atletas com potencial, interessados em participar nos 50 km e agora, naturalmente, sentir-se-ão desmotivados”.
“A mágoa é grande. Espanta-me que decisões desta natureza sejam tomadas de ânimo leve, sem que ninguém dê a cara, sem que se saiba quem são os responsáveis por tais medidas nem o porquê delas. Assim, o futuro da especialidade no nosso país não se apresenta risonho. Sei que havia jovens atletas com potencial, interessados em participar nos 50 km e agora, naturalmente, sentir-se-ão desmotivados”.