A partida dos 50 km em Santa Maria da Feira-1991. Foto: arquivo O Marchador |
A primeira
edição teve lugar em Lisboa, em 1985, na zona de Belém (Junqueira), junto ao
rio Tejo, num dia ensolarado, e contou com a participação de 11 atletas. Na
preparação do evento, com a instalação dos meios materiais essenciais à
organização da competição, o próprio prof. Fernando Mota, então diretor-técnico
nacional da Federação Portuguesa de Atletismo, colaborou nos trabalhos,
comungando do entusiasmo das gentes da marcha naquele histórico dia 22 de
fevereiro.
José Pinto,
do Clube de Futebol “Os Belenenses”, era o melhor especialista na distância,
tendo reinado por um longo período temporal, iniciado em 1982, na primeira vez
que a prova se disputou no nosso país. Fez história ao inscrever o seu nome,
pela primeira vez, no rol dos campeões nacionais. Paulo Alves foi o
vice-campeão. Mais tarde enveredaria pela modalidade do triatlo, vindo a ocupar
posições de destaque na estrutura técnica e diretiva daquela federação. José
Dias foi o terceiro classificado, hoje juiz internacional de marcha, cargo que
ocupa desde 1994.
Alguns dos
campeonatos realizados tiveram grande qualidade competitiva. Na edição visiense
de 1989, José Pinto estabeleceu um recorde nacional de 3.52.43 h, que perduraria
vários anos. João Vieira, por duas vezes, estabeleceu novos recordes
de Portugal. Em 2004, na edição de Beja, com 3.52.00 h, e em 2012, nos
campeonatos ibéricos de Pontevedra, em 2012, com a marca de 3.45.17 h, um tempo
de verdadeira dimensão internacional.
Outro dos
vários momentos marcantes dos 50 km foram os registados na edição do Montijo,
em 1988, por muitos considerada a melhor organização de quantas já se levaram a
efeito, e que contou com a presença de atletas franceses e gregos. De tons
respigados de emotividade foram as edições de Rio Maior, em 1992, com José
Urbano a superiorizar-se a José Pinto, e de Viseu, em 2001, com Pedro Martins a
levar a melhor sobre Jorge Costa, na estreia deste, em ambos os casos, nos mais
apertados triunfos dos campeões no historial dos campeonatos, por apenas 20
segundos. Irrepetível foi a edição de Ponte de Sôr, em 2000, com a presença da
forte seleção polaca, comandada por Robert Korzeniowski, tetracampeão
olímpico, que venceu com a marca de 3.41.50, até hoje o melhor registo feito em
território nacional.
José Pinto
(1985-1995), José Magalhães (1990-2000), Jorge Costa (2001-2010), e Pedro
Martins (1998-2014), são grandes campeões que, só á sua conta, e entre os anos
referenciados entre parêntesis, conquistaram 18 dos 30 títulos nacionais na
distância, e 40 posições nos pódios.