domingo, 30 de novembro de 2014

Barrondo conquista o ouro nos 50 km dos Jogos de Veracruz

O pódio dos 50km marcha e os participantes na prova em fase inicial.
Fotos: mmdeportes.telediario e organização local.
Montagem: O Marchador
O guatemalteco Erick Barrondo, desta vez sem qualquer falta assinalada por juízes de marcha, venceu os 50 quilómetros marcha dos Jogos da América Central e Caraíbas, que teve lugar no dia de ontem, com a marca de 3.49.40 h, o que constitui um novo recorde da competição.

Numa prova marcada por um nível competitivo elevado, as medalhas de prata e bronze foram para dois mexicanos, Omar Zepeda, com 3.52.45 h, e Christian Berdeja, com 3.53.39. Ambos registaram melhores marcas que o recorde da competição, estabelecido na edição de Ponce, Porto Rico, em 1993, pelo cubano Edel Oliva, com 3.55.20 h, sendo a primeira vez que tal acontece na história dos Jogos.

Barrondo, que fora desclassificado na prova de 20 km, dedicou o triunfo a todos os emigrantes que trabalham nos EUA, assegurando que tudo fará para alcançar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Zepeda estava, igualmente, feliz com a medalha de prata que, para ele, era como se tivesse sido de ouro pois, como salientou, Barrondo esteve a um nível muito bom, beneficiando com o elevado ritmo imposto pelo grupo da dianteira, na primeira fase da competição, que depois manteve até final.

Classificações
50 km masculinos
1.º, Erick Bernabé Barrondo García, 1991 (Guatemala), 3.49.40
2.º, Omar Zepeda de Leòn, 1977 (México), 3.52.45
3.º, David Cristian Berdeja Villavicencio, 1987 (México), 3.53.39
4.º, Jaime Daniel Quiyuch Castañeda, 1988 (Guatemala), 3.55.42
5.º, Jorge Armando Ruiz Fajardo, 1989 (Colômbia), 3.59.45
6.º, Luis Angel Lopez, 1991 (Porto Rico), 4.16.00
7.º, Yerenman Salazar, 1978 (Venezuela), 4.31.46
Desistentes: James Aurelio Rendon Villegas, 1985 (Colômbia) e Allan Segura Medina, 1980 (Costa Rica).

sábado, 29 de novembro de 2014

Maratona de Lisboa... a marchar

António Gonçalves e a sua maratona ... a marchar.
Foto: fb GDS Domingos. Montagem: O Marchador
Do nosso amigo António Gonçalves, treinador do Grupo de Amigos de Casais do Vento, recebemos o texto que, com gosto, se publica de seguida, descrevendo a participação como marchador na recente Rock'n'Roll Maratona de Lisboa.

Quando, no ano passado, na Meia-maratona e Rock'n'Roll Maratona, estava à espera de um atleta amigo, vi chegar um atleta da maratona não a correr mas a marchar. Não o conhecia, hoje sei que não era português, mas logo pensei: boa ideia! Porque não fazer a maratona a marchar?

Como sempre fui de "ou tudo ou nada" e como o meu amigo e atleta veterano do GACV Paulo Pontes queria fazer a sua primeira maratona, logo lhe disse: tu vais a correr e eu a marchar. E assim foi. Este ano lá estávamos nós na partida em Cascais.

Os meus treinos basearam-se em fazer quilómetros em estrada com subidas, vários tipos de percursos, reforço muscular e alongamentos, nada de treinos específicos.

Tinha com objectivo fazer 4.45 h, ia bem, sem me esforçar, pois o que importava era chegar ao fim e estar bem.

Acabei por fazer 5.00.19 h, pois o percurso não é muito favorável para marcha: tem zonas irregulares, com muita calçada, o que dificulta o andamento.

Durante o percurso tive oportunidade para breves conversas com atletas e falar-lhes sobre marcha. Penso que não convenci ninguém, mas alguns até mostraram curiosidade. Vamos ver se para o ano temos mais atletas a marchar na Rock'n Roll Maratona de Lisboa...

Já me ia esquecendo: é que em Caxias encontrei como espectador um grande marchador. Foi um grande cumprimento, como calculam. Um abraço, Pedro Isidro!

Por aqui me fico. Passem a palavra. Vamos lá, veteranos, toca a marchar, pois marchar é fixe.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Torneio Ibérico de Marcha em Quarteira 2015

Numa iniciativa da Associação de Atletismo do Algarve e da Associação Nacional de Atletismo Veterano, em organização conjunta, disputar-se-á em Quarteira, no fim-de-semana de 21/22 de Fevereiro do próximo ano, um Torneio Ibérico de Marcha Atlética. A vertente da corrida em corta mato será igualmente contemplada, tendo como palco Albufeira.

Trata-se de um projecto que se prevê venha a concretizar-se anualmente e de forma alternada em Portugal e Espanha, e que se espera tenha sucesso. Lembra-se o fim de outra iniciativa de âmbito similar que envolveu o campeonato nacional de marcha de 50 km, em Pontevedra-2012 e Montijo-2013, com a edição realizada em Portugal a desmerecer o que a Espanha magnificamente fizera um ano antes.

Se bem que ainda não sejam conhecidos detalhes do evento programado para Quarteira, nomeadamente o dia concreto das provas de marcha, as distâncias a utilizar, se em pista ou estrada, etc., um senão poderá ser a data pelo envolvimento de atletas veteranos em outros eventos de pista coberta, nomeadamente no campeonato nacional de clubes das primeira e segunda divisões e em outra organização da própria ANAV, o Campeonato Nacional de Masters.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Juiz de marcha sofre ameaças de morte nos Jogos Centro-americanos

A conferência de imprensa e a chegada dos 20 km.
Fotos: ElGolfo.Info e Comité Olímpico Guatemalteco.
Montagem: O Marchador
O juiz da Guatemala, Carlos Barrios, deu a conhecer publicamente que recebeu ameaças de morte, após a realização da prova de 20 km marcha dos Jogos Centro-americanos e do Caribe, que decorrem na cidade de Veracruz, no México.

Naquela competição, recorde-se, o vice-campeão olímpico, o guatemalteco Erick Barrondo, foi desclassificado a cerca de uma vintena de metros da meta, possibilitando a vitória ao mexicano Horacio Nava. Na qualidade de juiz-chefe, Carlos Barrios mostrou a raqueta vermelha ao seu compatriota, cumprindo a decisão de colegas seus, juízes de diferentes nacionalidades, na sequência de quatro faltas assinaladas, duas por suspensão e duas por flexão, nos últimos dezanove minutos de prova.

Na conferência de imprensa, César Moreno, membro honorário da federação internacional de atletismo, explicou os procedimentos no sistema de ajuizamento de provas de marcha, referindo que o juiz guatemalteco, membro do painel internacional, atuou em conformidade com os regulamentos, dando-lhe o seu total apoio.

Por sua vez, Carlos Barrios, que estava acompanhado de um representante do Comité Olímpico da Guatemala, referiu que ele ou outro juiz de marcha, têm que atuar imparcialmente, não importando a nacionalidade dos atletas, referindo que “algumas pessoas, no calor da emoção, terão proferido afirmações que não correspondem á verdade”.

Em comunicado, o presidente da Comissão Pan-americana de Marcha Atlética, da Associação Pan-americana de Atletismo, Rúben Aguilera, lamentou e repudiou o sucedido, afirmando que este é um caso evidente de desconhecimento das regras, fazendo crer que o juiz guatemalteco é responsável pela desclassificação de Barrondo.

“Conhecedores da idoneidade técnica e moral de Carlos Barrios Casasola, e de todos os integrantes da equipa de juízes de marcha, rejeitamos as acções intimidatórias contra o juiz guatemalteco e solidarizamo-nos perante circunstâncias menos felizes que o mesmo estará a passar”, conclui Aguilera.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Doha-2019 planeia realizar a marcha em horário nocturno

Doha, o palco dos mundiais de atletismo em 2019. Foto: Getty Qatar
Doha, capital do Qatar, foi a cidade escolhida para a realização dos Campeonatos do Mundo de Atletismo de Pista que terão lugar em 2019, em resultado da votação dos membros do conselho da IAAF na reunião levada a efeito no passado dia 19, no Mónaco. Eugene (EUA), e Barcelona (Espanha), foram as outras cidades candidatas.

O período previsto para a realização dos campeonatos é de 28 de Setembro a 6 de Outubro, o que não trará, segundo a candidatura vencedora, significativo problema em termos de temperatura na região, referindo que não será diferente dos valores que têm sido registados em recentes campeonatos. Note-se que as temperaturas em Doha, nessa época do ano, rondam os 35 graus Celsius de manhã e os 30 graus à noite!

Por esse facto, e não só, são esperadas inovações no cenário dos campeonatos, os primeiros no Médio Oriente, de entre os quais, a realização à noite das provas da maratona e de marcha, estas sobre as tradicionais distâncias olímpicas de 20 km e 50 km masculinos e 20 km femininos.

Nesta medida, a organização do evento prevê que potentes focos de iluminação sejam apontados aos circuitos das referidas competições, à semelhança do que acontece com os grandes prémios de Fórmula 1.

Recorde-se que as duas próximas edições dos campeonatos terão lugar em Pequim, de 22 a 30 de Agosto de 2015, em Londres, de 5 a 13 de Agosto de 2017.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

IAAF aprova a regra do «Pit Lane» na marcha para categorias jovens

A área de «Pit Lane» em Nanjing-2014.
O Conselho da Federação Internacional de Atletismo aprovou a introdução da “Regra do Pit Lane” nas provas de marcha atlética, destinadas aos escalões de juvenis e juniores, recomendando a aplicação de tal regra nas competições organizadas pelas federações nacionais de atletismo.

O sistema, que foi amplamente explanado no recente seminário destinado aos juízes internacionais de marcha, que teve lugar em Londres, e no qual o juiz-chefe da prova-teste dos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjing-2014, o malaio Khoo Chong Beng, relatou as incidências ocorridas na competição, consiste na aplicação de uma penalização de tempo aos atletas, logo que sejam notificados pelo juiz-chefe ou pelo seu assistente, de modo a que eles permaneçam, durante 60 ou 120 segundos, dependendo da distância da prova, numa área para o efeito reservada.

As marcas finais serão sempre consideradas válidas. Até agora o atleta que sofresse três faltas, de três diferentes juízes, seria imediatamente desclassificado. No sistema agora a implementar, essas três faltas corresponderão a uma penalização de 60 segundos, em competições até 5.000 metros, e de 120 segundos, em competições acima dessa distância e até 10.000 metros.

A finalidade é a de, pelo menos, reduzir as desclassificações na especialidade, nos escalões mais jovens. É de notar que se um atleta receber uma quarta falta de um diferente juiz, durante a competição, será desclassificado. O sistema pressupõe uma equipa de 6 juízes de marcha (incluindo o juiz-chefe) a avaliar a progressão dos concorrentes.

A Real Federação Espanhola de Atletismo decidiu aplicar a “Regra do Pit Lane” em 2015, em cinco competições nacionais de infantis a juvenis, cujo comunicado (208/2014 de 13 Nov.) se publica aqui. Refere a intenção de abranger o escalão de juniores à nova regra a partir do ano de 2016.

A IAAF vai aplicar a referida regra no próximo ano, nos Campeonatos Mundiais de Juvenis, que terão lugar em Cali, na Colômbia, e em 2016, nas provas de juniores do Campeonato do Mundo de Marcha por Selecções, e nos Campeonatos Mundiais de Juniores, em Kazan, na Rússia. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Ortiz e Nava venceram 20 km marcha dos Jogos Centro-americanos

Mirna Ortiz corta a meta triunfadora e o pódio masculino com
Eider Arevalo (2.º), Horacio Nava (1.º) e Jose Montaña (3.º).
Fotos: «site» da organização local. Montagem: O Marchador
Abrindo a jornada inaugural do atletismo nos XXII Jogos Centro-americanos, os 20 km marcha, masculinos e femininos, disputaram-se no dia de ontem, sob temperaturas na ordem dos 27 graus centígrados e uma humidade de 90 por cento.

Na prova feminina, a nota de maior destaque vai para a guatemalteca Mirna Ortiz que cortou a meta na primeira posição, com a marca de 1.35.43 h (parciais por cada 5 km, 23.40 - 24.11 - 24.01 - 23.50), superiorizando-se à colombiana Sandra Arenas (1.36.29 h). Ortiz conquistou a primeira medalha de ouro para a Guatemala, obtendo um novo recorde do evento. Outra colombiana, Ingrid Hernandez assegurou a terceira posição do pódio com o tempo de 1.37.11 h.

Na competição masculina, com alguma surpresa, o mexicano Horacio Nava, treinado pelo campeão olímpico de Los Angeles, Raúl González, assegurou para o seu país a medalha de ouro, com a marca de 1.25.05 h (21.10 - 21.36 - 21.44 - 20.34 em cada 5 km). Sendo um especialista de 50 km, Nava, ainda assim, comandou isoladamente a prova até aos 5 quilómetros, momento em que foi alcançado por Erick Barrondo (Guatemala) e Éider Arévalo (Colômbia), este vindo a atrasar-se ao quilómetro 16, ainda assim assegurando a medalha de prata, com 1.26.03 h. A medalha de bronze foi para outro colombiano, José Montaña (1.27.30 h), agora treinado por Rigoberto Medina.

A parte final revelou-se dramática para Barrondo que, com duas faltas, visualizadas pelo atleta no quadro de faltas, viria a sofrer uma terceira, já na etapa final do seu percurso e, consequentemente, com a raqueta vermelha a ser-lhe mostrada a apenas 25 metros da linha de chegada, ironicamente, pelo seu compatriota, Carlos Barrios, juiz-chefe da competição, neste caso, funcionando como porta-voz dos seus colegas, juízes de marcha. Em Taicang, nos 20 km da Taça do Mundo, já sofrera igual dissabor ao ser desclassificado nos últimos dois quilómetros.

No final das provas, enquanto Barrondo lamentava-se da atuação dos juízes de marcha, Horacio Nava reconhecia a dificuldade da vitória perante Barrondo e Arévalo. “Foi a única forma de conseguir algo de grandioso”, disse ao referir-se à ousada estratégia de acelerar na primeira parte da prova, consciente do desgaste que isso causaria aos seus adversários, mais rápidos que ele. Mirna Ortiz referiu que “trabalhei arduamente para aqui chegar e vencer, e ainda bater o recorde dos jogos, apesar das condições climáticas, muito difíceis”, concluindo que a felicidade apenas não se mostrou completa dada a desclassificação do seu marido, Erick.

Classificações
20 km femininos
1.ª, Mirna Sucely Ortiz Flores, 1987 (Guatemala), 1.35.43 (recorde dos jogos)
2.ª, Sandra Lorena Arenas Campuzano, 1993 (Colômbia), 1.36.29
3.ª, Ingrid Jhoana Hernandez Castillo, 1988 (Colômbia), 1.37.11
4.ª, Monica Equihua Solorzano, 1982 (México), 1.38.07
5.ª, Mayra Carolina Herrera Pérez, 1988 (Guatemala), 1.40.51
6.ª, Yanelli Caballero García, 1993 (México), 1.40.54
7.ª, Cristina Esmeralda Lopez, 1982 (El Salvador), 1.57.00
Desistente: Glenda Lucelia Ubeda Blandon, 1987 (Nicarágua).

20 km masculinos
1.º, Horacio Nava Reza, 1982 (México), 1.25.05
2.º, Eider Orlando Arevalo Truque, 1993 (Colômbia), 1.26.03
3.º, Jose Leonardo Montaña Arevalo, 1992 (Colômbia), 1.27.30
4.º, Richard Vargas, 1994 (Venezuela), 1.32.13
5.º, Gabriel Mauricio Calvo Aguilar, 1991 (Costa Rica), 1.32.57
6.º, Pedro Daniel Gomez Cruz, 1990 (México), 1.40.45
7.º, Eduardo Paau Anibal, 1987 (Guatemala), 1.50.26
Desclassificado: Erick Bernabé Barrondo García, 1991 (Guatemala).

domingo, 23 de novembro de 2014

Viktor Kolesnikov punido com quatro anos de suspensão

Viktor Kolesnikov. Foto Getty Images
O director do Centro Olímpico de Treino de Marcha Atlética da República da Mordóvia, Viktor Kolesnikov, foi suspenso por quatro anos da actividade que exercia enquanto dirigente desportivo. A decisão da Agência Russa Antidopagem (Rusada) tem efeito desde 21 de Agosto passado, dia em que Kolesnikov foi suspenso preventivamente na sequência da investigação leva a cabo pela Rusada envolvendo o centro de treino do conhecido técnico Viktor Chyogin.

De acordo com a Rusada, a investigação desenvolvida permitiu detectar produtos dopantes na posse do ex-director do centro de treino, bem assim como vários materiais utilizados em métodos de dopagem seguidos sob a responsabilidade de Viktor Kolesnikov. Ainda segundo a Agência Russa Antidopagem, há indícios que apontam para um esquema de dopagem sistemática envolvendo as principais figuras daquele centro de treino.

A investigação da Rusada teve na base a grande quantidade de desclassificações e suspensões aplicadas a numerosos marchadores russos pelos autoridades internacionais e nacionais do atletismo, pondo em causa a credibilidade do sucesso da grande escola de marcha atlética da Rússia, a principal potência mundial da modalidade.
Numa entrevista concedida no final de Outubro a uma revista «on-line», o ministro russo do Desporto, Vitaliy Mutko, defendeu o investimento que tem vindo a ser feito no Centro Olímpico de Treino de Saransk e garantiu que esse investimento vai continuar.

Na ocasião, aproveitou para referir-se em concreto aos casos de dopagem envolvendo atletas do centro: «Os atletas apanhados no 'doping' já foram castigados. Mais alguns serão ainda descobertos. Mas em relação à comissão que se encontra a trabalhar no centro de treino, isso é outra coisa. O seu trabalho está relacionado com possíveis alterações no sistema de gestão do centro. Aquela tem sido a forja dos nossos quadros, são milhares de marchadores e não podem ser 10 ou 15 casos a lançar um véu de dúvida sobre todo o resto.»

Na mesma entrevista, o ministro fez questão de defender o treinador Viktor Chyogin, garantindo que este não sabia de nada em relação ao «doping» e que está a ser punido pelas acções de outros treinadores. «Considero Viktor Mikhailovich Chyogin um homem cheio de talento», concluiu Vitaliy Mutko, cujos comentários davam a entender que o problema não estava nos métodos mas na competência com que esses métodos eram usados.

Referindo-se esta terça-feira ao processo de investigação em curso e à suspensão de Viktor Kolesnikov, o responsável governativo pelo desporto russo adiantou que a investigação chegou ao fim, não mencionando qualquer nome além do de Kolesnikov. Quanto a Viktor Chyogin, em relação a quem existem suspeitas de envolvimento directo nos casos de dopagem de marchadores por ele orientados, não é ainda certo que vá ser alvo de qualquer acusação. No entanto, falando sobre o assunto à agência R-Sport, o presidente da Federação Russa de Atletismo, Valentin Balakhnichyov, garantiu que as investigações prosseguem.

São já 17 os casos de suspensão por dopagem de atletas do Centro Olímpico de Treino Viktor Chyogin, em Saransk, capital da República da Mordóvia (república autónoma da Federação Russa). O mais recente desses casos foi o de Andrei Ruzavin, no mês passado, por desvios anormais nos valores sanguíneos detectados no passaporte biológico.

sábado, 22 de novembro de 2014

Jogos Centro-americanos em Veracruz, México

A vigésima segunda edição dos Jogos Centro-americanos e do Caribe iniciaram-se em Veracruz, no México, no dia 14 e prolongam-se até ao dia 30 do corrente mês, com o atletismo a entrar em cena amanhã, com a realização dos 20 km marcha masculinos e femininos. Os 50 km masculinos terão lugar no dia 29.

Numa versão regional dos Jogos Olímpicos, regista-se a participação de cerca de 6.000 atletas em representação de 31 países, que competirão em 36 modalidades desportivas.

O México, que organizou a primeira edição, em 1926, apresentar-se-á nas provas de marcha com os seus melhores atletas. Constam ainda representantes da Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Porto Rico e Venezuela. No entanto, a figura de maior prestígio no evento será o guatemalteco Erick Barrondo, medalha de prata nos 20 km marcha dos Jogos Olímpicos de 2012, e que se apresta para competir nos 20 e 50 quilómetros.

Para Barrondo, desde que começou a treinar às ordens do treinador polaco Bohdan Bulakowski, que substituiu este ano Rigoberto Medina, o método de treino mudou significativamente, priviligiando-se a técnica, com resultados satisfatórios. “Sinto que me encontro num dos meus melhores momentos e gostaria de terminar a época com duas medalhas de ouro”, declarou o atleta da Guatemala, de 23 anos de idade.

Em outubro, Barrondo e outros marchadores do grupo da seleção nacional realizaram um estágio de altitude, na província de Quetzaltenango, a 2.500 metros acima do nível do mar, com a duração de três semanas, preparando-se para a competição.

Atletas inscritos:

20 km femininos
Sandra Lorena Arenas Campuzano, 1993 (Colômbia)
Ingrid Jhoana Hernandez Castillo, 1988 (Colômbia)
Cristina Esmeralda Lopez, 1982 (El Salvador)
Mayra Carolina Herrera Pérez, 1988 (Guatemala)
Mirna Sucely Ortiz Flores, 1987 (Guatemala)
Yanelli Caballero García, 1993 (México)
Monica Equihua Solorzano, 1982 (México)
Glenda Lucelia Ubeda Blandon, 1987 (Nicarágua)

20 km masculinos
Eider Orlando Arevalo Truque, 1993 (Colômbia)
Jose Leonardo Montaña Arevalo, 1992 (Colômbia)
Gabriel Mauricio Calvo Aguilar, 1991 (Costa Rica)
Erick Bernabé Barrondo García, 1991 (Guatemala)
Eduardo Paau Anibal, 1987 (Guatemala)
Pedro Daniel Gomez Cruz, 1990 (México)
Horacio Nava Reza, 1982 (México)
Richard Vargas, 1994 (Venezuela)

50 km masculinos
James Aurelio Rendon Villegas, 1985 (Colômbia)
Jorge Armando Ruiz Fajardo, 1989 (Colômbia)
Allan Segura Medina, 1980 (Costa Rica)
Erick Bernabé Barrondo García, 1991 (Guatemala)
Jaime Daniel Quiyuch Castañeda, 1988 (Guatemala)
David Cristian Berdeja Villavicencio, 1987 (México)
Omar Zepeda de Leòn, 1977 (México)
Luis Angel Lopez, 1991 (Porto Rico)
Yerenman Salazar, 1978 (Venezuela)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Painel internacional de juízes de marcha com dois portugueses

Os participantes na certificação de Londres.
Foto: Carlo de Angeli
A Federação Internacional de Atletismo anunciou a constituição do novo painel de juízes internacionais de marcha, a vigorar para o quadriénio de 2015 a 2018, na sequência dos exames realizados em Londres, no fim-de-semana de 25 e 26 de outubro.

O painel internacional é composto por vinte e seis juízes, sendo que dezoito transitaram do anterior painel, de 31 elementos. Seguir-se-á a nomeação para os seguintes eventos internacionais: Campeonatos Mundiais de Juvenis, em Cali, na Colômbia, Campeonatos Mundiais de Atletismo, em Pequim, na China, ambos em 2015, Campeonato do Mundo de Marcha por Selecções (tradução não oficial), em Cheboksary, na Rússia, Campeonatos Mundiais de Juniores, em Kazan, na Rússia, e os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, no Brasil, estes em 2016.
 
São nove os juízes que, desde a primeira certificação, em 1998, passando pelas de 2002, 2006, 2010, e 2014, garantiram a continuidade no painel internacional do nível mais elevado da federação internacional: Anne Fröberg (Finlândia), Rolf Müller (Alemanha), Jordi Estruch (Espanha), Nicola Maggio (Itália),  Daniel Michaud (Canadá), José Dias (Portugal), Khoo Chong Beng (Malásia), Jean-Pierre-Dahm (França), e Hans van der Knaap (Holanda).

É a seguinte a constituição do painel de juízes internacionais de marcha:

Europa (14)
Anne Fröberg (Finlândia)
Dolores Rojas (Espanha)
Frédéric Bianchi (Suíça)
Hans van der Knaap (Holanda)
Jean-Pierre Dahm (França)
Joaquim Graça (Portugal)
José Dias (Portugal)
Jordi Estruch (Espanha)
Luis Saladie (Espanha)
Nicola Maggio (Itália)
Noel Carmody (Grã-Bretanha)
Pierce O’Callaghan (Irlanda)
Steve Taylor (Grã-Bretanha)
Rolf Müller (Alemanha)

África (1)
Jola Moonkess (Ilhas Maurícias)

Ásia (4)
Fei Jian “Colin” (China)
Fung Wang Tak (Hong-Kong)
Khoo Chong Beng (Malásia)
Yeung Man Chun “Echo” (Hong-Kong)

NACAC (América do Norte, América do Centro e Caraíbas) (5)
Cándido Velez (Porto Rico)
Carlos Barrios (Guatemala)
Daniel Michaud (Canadá)
Maryanne Daniel (EUA)
Reginald Weissglas (EUA)

Oceania (2)
Kristen Crocker (Austrália)
Zoe Eastwood-Bryson (Austrália)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Susana Feitor em reunião da Agenda Olímpica 2020

A reunião de trabalho dirigida por Thomas Bach, presidente do COI.
Foto: Comité Olímpico Internacional
A marchadora portuguesa Susana Feitor foi uma dos onze desportistas participantes, esta segunda-feira, na reunião levada a efeito pelo Comité Olímpico Internacional (COI), no Museu Olímpico de Lausana. O encontro, uma mesa-redonda dirigida pelo próprio presidente do COI, Thomas Bach, serviu para discutir a Agenda Olímpica 2020, uma espécie de roteiro para o futuro do movimento olímpico, com um total de 40 propostas (20+20) entretanto apresentadas publicamente.

As recomendações são centradas em três temas principais: sustentabilidade, credibilidade e juventude. Entre as propostas mais significativas contam-se a alteração dos procedimentos de candidatura para a organização de Jogos Olímpicos (por adopção do princípio do convite às cidades com possibilidades de organização do evento para apresentarem projectos que correspondam às suas necessidades desportivas, económicas, sociais e ambientais a longo prazo); a passagem de um programa baseado nos desportos para um programa centrado nas provas (incluindo a limitação das acreditações para atletas, treinadores e demais membros das delegações, ao mesmo tempo que deixa de se impor o limite de 28 desportos no programa); ou ainda a criação de um canal de televisão olímpica (entrando em pleno na era digital e criando por essa via uma plataforma mundial de divulgação dos valores associados ao olimpismo, sobretudo entre os jovens).

Naturalmente, será importante ir analisando com atenção os desenvolvimentos sobretudo da recomendação número 10, sobre a transferência do centro do programa olímpico dos desportos para as provas, sobretudo pelo que isso pode implicar de perda da solidariedade entre provas da mesma modalidade desportiva. Esta questão é tanto mais importante para a marcha atlética quanto essa foi uma questão decisiva no momento em que, há menos de dez anos, o COI discutiu uma proposta que previa a exclusão da marcha atlética do programa olímpico. Então prevaleceu o princípio de um programa solidário, ou seja, a filosofia de que as modalidades se incorporam no programa olímpico pela sua globalidade e não pela força de alguns dos respectivos sectores em detrimento de outros. É assim que, por exemplo, a natação mantém as variantes de natação pura, saltos para a água, pólo aquático e natação sincronizada. E essa é também uma das razões (mas não necessariamente a mais importante) pelas quais o hóquei em patins (especialidade da modalidade mais abrangente que é a patinagem) nunca entrou para o programa olímpico – para não arrastar consigo as corridas de patins e a patinagem artística sobre rodas.

A versão final da proposta de Agenda Olímpica 2020 resulta de um ano de funcionamento de grupos de trabalho que incluíram membros do movimento olímpico e especialistas oriundos de outras áreas de actividade, nomeadamente de organizações significativas como as Nações Unidas, a Google/YouTube, a Transparency International, a Fundação Clinton e o Banco Mundial.

Entre os atletas presentes na reunião de Lausana contavam-se a esgrimista alemã Claudia Bokel, vice-campeã olímpica nos Jogos de Atenas de 2004 e presidente da Comissão de Atletas do COI, e o japonês Koji Murofushi, campeão (Atenas-2004) e vice-campeão olímpico (Londres-2012) de lançamento do martelo, director desportivo do comité organizador dos Jogos de Tóquio de 2020.

As 40 propostas que compõem a Agenda Olímpica 2020 serão discutidas e votadas pelos membros do COI na 127ª Sessão do COI, que terá lugar a 8 e 9 de Dezembro, no Mónaco.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

João Vieira, o recordista nacional dos 50 km marcha

João Vieira nos campeonatos de 50 km em Beja-2004
quando do seu 1.º título e também recorde nacional.
Foto: Juventude Desportiva das Neves
JOÃO VIEIRA (50 km)
Clube: Sporting Clube de Portugal (Lisboa)
Treinador: o próprio

Recorde pessoal e nacional: 3.45.17 (2012)

Títulos conquistados nos 50 km: 3
(Beja-2004, Mealhada-2008 e Pontevedra-2012)

Participações em campeonatos de 50 km: 10
(Ponte de Sor-2000, Viseu-2001, Valongo-2002, São João da Madeira-2003, Beja-2004, Baixa da Banheira-2005, Viana do Castelo-2006, Ferreira do Alentejo-2007, Mealhada-2008 e Pontevedra-2012)

Número de internacionalizações em 50 km: 1
JO – Londres 2012. 

João Vieira, o melhor marchador português de todos os tempos, nasceu em Portimão, a 20 de fevereiro de 1976. Mudou-se para Rio Maior aos dois anos de idade, com os seus pais e o seu irmão gémeo, Sérgio Vieira.

Em 1990 iniciou-se na especialidade, ingressando no Clube de Natação de Rio Maior, onde passou a ser treinado por Jorge Miguel. Porém, desde há alguns anos faz, ele próprio, a gestão do seu treino e do da sua companheira, a internacional Vera Santos, ambos representando atualmente o Sporting Clube de Portugal.

É recordista nacional dos 50 km marcha, em consequência do excelente tempo de 3.45.17 horas, obtido nos campeonatos conjuntos de Portugal e Espanha, realizados na cidade galega de Pontevedra, em 2012.

No plano internacional, destacou-se nos Europeus de Atletismo de Gotemburgo, em 2006, onde obteve a medalha de bronze, com 1.20.09 h, e nos de Barcelona, em 2010, onde foi vice-campeão, com a marca de 1.20.49 h, surpreendendo ainda, muito positivamente, com o 4.º lugar nos 20 km dos Mundiais de Moscovo, em 2013, com o tempo de 1.22.05 h.

A convite do blogue «O Marchador» João Vieira respondeu às seguintes questões:

Que motivo leva um grande especialista de 20 km a decidir-se competir também nos 50 km? 
«O motivo de participar nos 50 km é um modo de preparar futuras competições de 20 km e uma forma de fazer a transição futura de 20 km para 50 km.»

Qual a recordação mais marcante das participações em nacionais de 50 km?
«A recordação mais marcante dos nacionais de 50 km foi o nacional realizado em Pontevedra, juntos com os espanhóis, numa competição muito bem realizada, excelente circuito e onde recuperei o recorde nacional que já tinha sido meu e com uma marca de categoria internacional, onde marchei muitos km com uns dos ícones a nível mundial dos 50 km, Jesus Garcia Bragado.»

Por que razão a opção pelos 50 km nunca se tornou definitiva?
«A opção dos 50 km não passou definitiva por não conseguir fazer a transição de 20 km para 50 km, devido a problemas físicos e ao calendário de marcha em Portugal.»

O treino para 50 km é mais difícil que o treino para 20 km?
«O treino de 50 km não é mais difícil do que o treino de 20 km, são treinos que diferem no volume e intensidade. No treino de 50 km será necessário muito volume de km e menos intensidade e nos 20 km mais intensidade e menos volume do que nos 50 kms.»

Qual a opinião sobre a decisão da FPA de extinguir os campeonatos nacionais de 50 km?
«A decisão da FPA de extinguir o nacional de 50 km foi uma decisão lamentável. Sendo esta uma distância olímpica, do qual no passado teve excelentes resultados em Taça do Mundo, Taça da Europa e Jogos Olímpicos.»

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Campeonatos da Nova Zelândia em Ngataringa Bay

Alana Barber (20 km), Graeme Jones (50 km) e uma partida
conjunta de várias provas. Foto: fb Racewalking Auckland.
Montagem: O Marchador
Alana Barber (20 km femininos) e Graeme Jones (50 km masculinos) foram os principais triunfadores, sob condições atmosféricas bem adversas (vento forte), dos campeonatos de marcha atlética da Nova Zelândia nas distâncias mais longas que se disputaram em Ngataringa Bay, Devonport, sábado passado (15 de Novembro).

Alana Barber, representando o Racewalking Auckland, com 1.39.01 h, registou um novo recorde pessoal por larga margem e pela primeira vez abaixo da 1h 40 minutos. Tinha como melhor anterior 1.43.46 estabelecida em York, no norte de Inglaterra em Junho passado. Roseanne Robinson (Otago, 1.54.39) e Corinne Smith (Athletics Whangarei, 2.00.19) completaram o pódio.

Graeme Jones, veterano da categoria de 40-44 anos representando o Hastings, o único dos três participantes nos campeonatos a concluir a distância maior com a marca de 5.11.11 h, conseguiu o seu 4.º título nacional. Detém como melhor registo pessoal 4.30.44 h nos campeonatos de 2010 onde fora segundo classificado. O melhor extra-campeonato foi o australiano do Victorian RW Club, John Kilmartin, com 5.51.25.

Outros títulos foram obtidos pelos juniores Jonathan Lord (20 km, 1.45.40) e Samantha Parkinson (10 km, 1.13.19) e pelo sub-18 Jared Free (10 km, 48.51 recorde pessoal).

Classificações
50 km masculinos
1.º, Graeme Jones, 1973 (Hastings), 5.11.11
Desistentes: Mike Moressey, 1970 (Taranaki) e Mike Parker, 1953 (Calliope).
Participação extra: John Kilmartin (Australia, 5.51.25), Cliff Harrison (5.56.56), Terri Grimmett (Scottish, 6.14.53) e Mark Gray (Tauranga, 6.41.22).

20 km sub-20 masculinos
1.º, Jonathon Lord, 1996 (South Canterbury), 1.45.40

10 km sub-18 masculinos
1.º, Jared Free, 1997 (Waitakere), 48.51

20 km femininos
1.ª, Alana Barber, 1987 (Racewalking Auckland), 1.39.01
2.ª, Roseanne Robinson, 1990 (Otago), 1.54.39
3.ª, Corinne Smith, 1966 (Athletics Whangarei), 2.00.19
Desclassificada: Courtney Ruske, 1994 (Christchurch Avon).

10 km sub-20 femininos
1.ª, Samantha Parkinson (Waitakere), 1.13.19

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Há 30 anos Gaia realizou a primeira prova de marcha atlética

Fernando Ribeiro entrega prémio a Vítor Taveira,
promissor marchador do A.N.A. (Porto).
Foto: arquivo O Marchador
Em 21 de Outubro de 1984 (domingo), por iniciativa do Clube Atlântico da Madalena, apoiado pela Câmara Municipal de Gaia, teve lugar o I Grande Prémio de Gaia em marcha atlética. Ocasião para homenagear, na véspera, o ilustre olímpico de Lisboa, José Pinto, em cerimónia presidida pelo vereador do Turismo da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

As competições decorreram junto do Jardim do Morro e tiveram em José Pinto (CF Belenenses, 21.30 aos 5 km) e Paula Gracioso (C Oriental Lisboa, 15.23 aos 3 km) os vencedores das provas absolutas, com 25 masculinos e 26 femininos. Só de Lisboa descolou-se uma delegação de 42 atletas e 8 treinadores e dirigentes. Além de especialistas da região do Porto, onde pontificava uma jovem campeã, Gracinda Pinto, competindo pelo clube organizador, marcaram igualmente presença atletas de Viseu, Aveiro, Guarda e Algarve.

A jornada, que se iniciara, no sábado, com uma sessão cultural e lúdica, foi marcada por uma sessão de informação técnica em que intervieram Luís Dias e Aires Denis, do Clube Português de Marcha Atlética, e José Luís Ribeiro, treinador do clube organizador e que, mais tarde, desempenhou funções de relevo na arbitragem nacional.

Era a primeira edição de um grande prémio que durou alguns anos e deixou saudades.

domingo, 16 de novembro de 2014

Kristina Saltanovic e Pedro Isidro triunfam nas Galinheiras

Pedro Isidro e Kristina Saltanovic na liderança das suas provas.
Fotos: Blogue O Marchador
Teve pouca história a luta pela vitória nos 5000 m femininos do 22.º Grande Prémio (14.ª Légua) de Marcha Atlética das Galinheiras, realizado este sábado na Pista de Atletismo Prof. Mário Moniz Pereira, na Alta de Lisboa. Com a lituana Kristina Saltanovic a destacar-se logo ao tiro de partida, definindo-se nesse momento quem iria vencer a prova, ficava a emoção reservada para a luta pelos lugares seguintes, onde se posicionavam  Sofia Avoila (JO Monte Abraão, veterana I), Daniela Cardoso (Leiria MA, sénior), Mara Ribeiro (CN Rio Maior, júnior), Alexandra Lamas (C Condeixa, veterana II) e Mariana Mota (SL Benfica, júnior). Ainda no primeiro quilómetro, Daniela Cardoso viria a isolar-se na perseguição a Kristina Saltanovic, ganhando vantagem crescente sobre as concorrentes directas mas não deixando de ver crescer até perto de 90 metros a distância para a lituana.

Pouco depois, Mara Ribeiro isolou-se na terceira posição, que não mais perderia até final, garantindo também o primeiro lugar nas juniores, com 24.37,2 m. Era o momento em que as seis primeiras ficavam todas separadas, com Mariana Mota adiante de Alexandra Lamas e de Sofia Avoila. No entanto, a marchadora do Benfica acabaria por revelar uma segunda parte menos boa, terminando em 25.26,0 m e passada pelas duas veteranas. Destas, a atleta agora regressada ao Clube de Condeixa terminou com uma marca (24.55,5) que andará a rondar o recorde pessoal, enquanto a antiga campeã europeia de juniores, mesmo terminando acima dos 25 minutos (25.24,5), patenteou um nível de desempenho que há muito não se lhe via.

Mais para trás, Maria Orlete Mendes (CA Galinheiras) era sétima da general e primeira das veteranas IV, com 30.41,2 m, e Teresa Mendes (Clube de Veteranos), a recuperar de grave acidente de trabalho, impunha-se nas veteranas III, com 33.24,0 m, que correspondeu ao 11.º lugar da classificação conjunta.

A prova masculina da mesma distância acabou por ser um pouco mais emotiva, com Pedro Isidro (SL Benfica), Miguel Carvalho (CN Rio Maior) e o norte-americano John Cody Risch (CA Galinheiras) a formarem um trio isolado durante quase todo o primeiro quilómetro. Após os mil metros de prova, os dois portugueses descolaram o norte-americano, que, ainda assim, foi capaz de conservar o terceiro posto até à meta. Quanto à vitória, ficou a pender para o benfiquista (20.36,2) pouco antes dos 2000 metros, momento em que Pedro Isidro impôs um ritmo mais forte. Miguel Carvalho (20.48,5) manteve o ritmo que imprimira nas voltas iniciais e geriu o esforço para concluir no segundo lugar.

Na mesma fase em que Isidro se isolava na frente, um quarteto mantinha-se em conjunto atrás dos três primeiros. Hélder Santos (Gira Sol, júnior) e os serranos Pedro Marcelo Santos, Pedro Martins e Rui Coelho, todos do C.A. Seia, mantinham animado despique, com os dois últimos a largarem os companheiros cerca de meio da prova. Já no quilómetro final, Pedro Martins jogou a carta decisiva e reservou para si o quarto posto (21.40,0), ao passo que Pedro Marcelo Santos (21.41,7) reagia e passava a título definitivo o colega de equipa Rui Coelho (21.45,2).

Entretanto, Hélder Santos abandonava, deixando o primeiro lugar dos juniores para o rio-maiorense Miguel Rodrigues (22.48,4), que até aí estivera sempre a par do colega do Gira Sol ou pouco atrás dele.

Nos veteranos, com uma miríade de subescalões, nota ainda para as vitórias de Paulo Ramos (CA Galinheiras, 27.30,8) no escalão II, de Leonardo Toro (CA Extremadura, 22.25,0) no escalão III, de Francisco Reis (CA Galinheiras, 24.29,0) no escalão IV e do «dono do jogo» José Henriques (CA Galinheiras, 27.40,5) no escalão VI (3000 metros).

Entre os mais novos, Catarina Anastácio (LAFM - Learntogether, 28.04,0) triunfou nos 5000 m para juvenis femininos, enquanto, no mesmo escalão, Vítor Ramos (SL Benfica, 25.08,8) triunfava nos 5000 masculinos. Júlio Teran (LAFM - Learntogether, 14.41,0) e Inês Reis (GCA Donas, 16.39,1) ganharam nos 3000 m iniciados, o mesmo fazendo Catarina Santos (ACR Mealhada, 10.29,4) e Émile Salier (ADEC Tunes, 12.10,0) nos 2000 m dos infantis. Nos 1000 metros para benjamins ganharam Ruben Pina (ACR Mealhada, 6.37,0 subescalão A), Nádia Silva (ADEC Tunes, 6.47,0, subescalão A), Leandro Francisco (CA Galinheiras, 5.19,0, subescalão B) e Catarina Torres (LAFM - Learntogether, 4.57,0, subescalão B).

No desporto especial, com provas de 2000 metros, houve curiosas variações em relação a 2013. Nos femininos, as duas primeiras de há um ano trocaram de posição, com Ana Borgas (APPACDM-Santarém, 14.24,4) desta vez a impor-se a Maria Adelaide Mata (APPACDM-Santarém, 16.05,0), enquanto Laura Sousa (GD São Domingos, 18.10,9) repetia o terceiro lugar de há um ano; já nos masculinos, Bruno Leitão (APPACDM-Santarém, 14.02,0) passou de segundo a primeiro, seguido dos colegas de equipa André Silva (15.29,0) e Rogério Lopes (16.21,0). Terminaram ainda Paula Silva (GDS Domingos, 19.22,0) e Miquelina Paulo (APPACDM-Santarém, 19.34,0), nos femininos, e João Pedro Matos (APPACDM-Santarém, 19.13,0), nos masculinos.

O Grande Prémio de Marcha Atlética das Galinheiras, que teve 161 atletas participantes, em representação de 30 formações, foi este ano designado Troféu Alexandra Lamas, em homenagem a uma das atletas do clube que mais se notabilizaram nos últimos anos, com vários títulos conquistados no escalão de veteranos em campeonatos europeus e mundiais.

Pela negativa, registe-se os problemas, e foram vários, relacionados com a contagem de voltas e tempos de chegadas em várias provas, situação recorrente que, pese embora a colaboração dos juízes presentes, manchou o evento, com responsabilidades a serem atribuídas por inteiro à Associação de Atletismo de Lisboa e ao seu Conselho de Arbitragem pela mais do que deficiente gestão na matéria (o resultado está bem à vista)!

Classificações
5.000 m juniores, seniores e veteranos masculinos
1.º, Pedro Isidro, 1985 (SL Benfica), 20.36,2 - 1.º, sénior
2.º, Miguel Carvalho, 1994 (CN Rio Maior), 20.48,5 - 2.º, sénior
3.º, John Cody Risch, 1990 (CA Galinheiras), 21.24,1 - 3.º, sénior
4.º, Pedro Martins, 1968 (CA Seia), 21.40,0 - 4.º, sénior
5.º, Pedro Marcelo Santos, 1986 (CA Seia), 21.41,7 - 5.º, sénior
6.º, Rui Coelho, 1994 (CA Seia), 21.45,2 - 6.º, sénior
7.º, Leonardo Toro, 1967 (CA Extremadura - Espanha), 22.25,0 - 1.º, vet.III
8.º, Leo Romero Iria, 1983 (CA Galinheiras), 22.26,9 - 7.º, sénior
9.º, Amaro Teixeira, 1989 (SC Braga), 22.42,3 - 8.º, sénior
10.º, Miguel Rodrigues, 1996 (CN Rio Maior), 22.48,4 - 1.º, júnior
11.º, Samuel Pereira, 1993 (CA Seia), 23.18,3 - 9.º, sénior
12.º, Pedro Santos, 1992 (J Vidigalense), 23.29,4 - 10.º, sénior
13.º, Luís Pássaro, 1994 (GCA Donas), 23.55,3 - 11.º, sénior
14.º, Francisco Reis, 1960 (CA Galinheiras), 24.29,0 - 1.º, vet.IV
15.º, Paulo Cunha, 1969 (CA Galinheiras), s/t - 2.º, vet.III
16.º, Paulo Afonso, 1995 (Sporting CP), 25.56,6 - 2.º, júnior
17.º, Carlos Paiva, 1969 (CA Galinheiras), 26.21,9 - 3.º, vet.III
18.º, Henrique dos Santos, 1965 (GD Diana), 26.39,0 - 4.º, vet.III
19.º, Paulo Ramos, 1969 (CA Galinheiras), 27.30,8 - 1.º, vet.II
20.º, Peter Gomez, 1996 (CA Galinheiras), 29.09,9 - 3.º, júnior
21.º, João Rodrigues, 1959 (ADEC Tunes), 30.06,5 - 2.º, vet.IV
22.º, Joaquim Leitão, 1956 (GDS Domingos), 30.55,2 - 3.º, vet.IV
23.º, Antonio Márquez, 1961 (CA Extremadura - Espanha), 31.43,2 - 4.º, vet.IV
24.º, José Duarte, 1972 (CD Quarteira), 37.19,1 - 2.º, vet.II
Desistentes: Miguel Periáñez, 1962 (CA Extremadura - Espanha), vet.IV; e Hélder Santos, 1996 (Gira Sol), júnior.

5.000 m juniores, seniores e veteranos femininos
1.ª, Kristina Saltanovic, 1975 (Lituânia), 22.56,7 - 1.ª, sénior
2.ª, Daniela Cardoso, 1991 (Leiria Marcha Atlética), 23.19,3 - 2.ª, sénior
3.ª, Mara Ribeiro, 1995 (CN Rio Maior), 24.37,2 - 1.ª, júnior
4.ª, Alexandra Lamas, 1972 (Clube de Condeixa), 24.55,5 - 1.ª, vet.II
5.ª, Sofia Avoila, 1976 (JO Monte Abraão), 25.24,5 - 1.ª, vet.I
6.ª, Mariana Mota, 1995 (SL Benfica), 25.26,0 - 2.ª, júnior
7.ª, Maria Orlete Mendes, 1951 (CA Galinheiras), 30.41,2 - 1.ª, vet.IV
8.ª, Susan Mota, 1970 (C Benfica Abrantes), 32.03,3 - 2.ª, vet.II
9.ª, Rute Lourenço, 1974 (CP Corroios), 32.25,8 - 3.ª, vet.II
10.ª, Teresa Sousa, 1974 (GDS Domingos), 32.58,9 - 2.ª, vet.I
11.ª, Teresa Mendes, 1964 (Clube Vet. Coimbra), 33.24,0 - 1.ª, vet.III
12.ª, Maria José Dias, 1965 (GDS Domingos), 33.50,0 - 2.ª, vet.III
13.ª, Felicidade Rosa, 1979 (CA Galinheiras), 34.00,7 - 3.ª, vet.I
14.ª, Helena Rodrigues, 1960 (ADEC Tunes), 34.07,1 - 3.ª, vet.III
15.ª, Sandra Silva, 1972 (CA Galinheiras), 35.16,5 - 4.ª, vet.II

Pódios de outros escalões
1.000 m benjamins A masculinos
1.º, Ruben Pina, 2005 (ACR Mealhada), 6.37,0
2.º, Maksim Todyrynchuk, 2008 (ADEC Tunes), 9.14,0

1.000 m benjamins A femininos
1.ª, Nádia Silva, 2005 (ADEC Tunes), 6.47,0
2.ª, Mariana Pardal, 2006 (CD Quarteira), 6.58,0
3.ª, Beatriz Monteiro, 2006 (CA Galinheiras), 7.01,0

1.000 m benjamins B masculinos
1.º, Leandro Francisco, 2003 (CA Galinheiras), 5.19,0
2.º, Xavier Bolotinha, 2003 (CD Quarteira), 5.40,0
3.º, Guilherme Rodrigues, 2004 (Casa Concelho Almeida), 6.01,0

1.000 m benjamins B femininos
1.ª, Catarina Torres, 2003 (LAFM - Learntogether - Ass.), 4.57,0
2.ª, Inês Mendes, 2003 (CN Rio Maior), 5.18,0
3.ª, Jessica Santiago, 2003 (LAFM - Learntogether - Ass.), 5.54,0

2.000 m infantis masculinos
1.º, Emile Salier, 2002 (ADEC Tunes), 12.10,0
2.º, Artur Baran, 2001 (ADEC Tunes), 12.12,0
3.º, Edgar Gregório, 2002 (SC Reboleira/Damaia), 12.13,0

2.000 m infantis femininos
1.ª, Catarina Santos, 2001 (ACR Mealhada), 10.29,4
2.ª, Ana Azevedo, 2001 (LAFM - Learntogether - Ass.), 10.46,5
3.ª, Inês Pinto, 2001 (SC Reboleira/Damaia), 12.04,6

3.000 m iniciados masculinos
1.º, Júlio Teran, 1999 (LAFM - Learntogether - Ass.), 14.41,0
2.º, Sidney Santos, 1999 (CA Galinheiras), 15.16,0
3.º, Ricardo Bernardino, 1999 (CP Corroios), 15.37,1

3.000 m iniciados femininos
1.ª, Inês Reis, 1999 (GCA Donas), 16.39,1
2.ª, Renata Barry, 1999 (LAFM - Learntogether - Ass.), 17.09,2
3.ª, Catarina Santos, 2000 (CP Corroios), 17.18,2

5.000 m juvenis masculinos
1.º, Vítor Ramos, 1997 (SL Benfica), 25.08,8
2.º, Rodrigo Rodrigues, 1998 (Casa Concelho Almeida), 26.53,4
3.º, André Antunes, 1997 (CP Corroios), 27.30,3

5.000 m juvenis femininos
1.ª, Catarina Anastácio, 1997 (LAFM - Learntogether - Ass.), 28.04,0
2.ª, Mafalda Marques, 1997 (CP Corroios), 30.15,7
3.ª, Rafaela Sancadas, 1998 (CD Quarteira), 32.24,1

3.000 m veteranos VI masculinos
1.º, José Henriques, 1939 (CA Galinheiras), 27.40,5

2.000 m desporto especial masculinos
1.º, Bruno Leitão, 1980 (APPACDM - Santarém), 14.02,0
2.º, André Silva, 1983 (APPACDM - Santarém), 15.29,0
3.º, Rogério Lopes, 1966 (APPACDM - Santarém), 16.21,0

2.000 m desporto especial femininos
1.ª, Ana Borgas, 1976 (APPACDM - Santarém), 14.24,4
2.ª, Maria Adelaide Mata, 1966 (APPACDM - Santarém), 16.05,0
3.ª, Laura Sousa, 1997 (GDS Domingos), 18.10,9


Classificação colectiva
1.ª, CA Galinheiras, 145 pontos
2.ª, ADEC Tunes, 94
3.ª, LA F. Mariano - Learntogether, 85
4.ª, CD Quarteira, 65
5.ª, GD São Domingos, 54
6.ª, CN Rio Maior, 43
7.ª, CP Corroios, 41
8.ª, ACR Mealhada, 39
9.ª, SL Benfica, 29
10.ª, CA Extremadura - Espanha, 23
30 equipas participantes

Classificações completas aqui.