segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Shirobokov, o novo rosto russo na ribalta da marcha

Shirobokov e a sua medalha de prata nos mundiais de Londres.
Foto: Escola de Preparação Olímpica
Sergey Shirobokov, de apenas 18 anos de idade, conseguiu uma medalha, a de prata, nos 20 km marcha dos recentes Campeonatos do Mundo de Atletismo em Londres, sempre batalhando no grupo da frente e apenas cedendo na parte final para o colombiano Arévalo.

Uma medalha de prata que sabe a ouro…

Sem poder representar o seu país, a Rússia, pois competiu nos campeonatos na qualidade de atleta neutro, foi recebido como herói em Saransk.

Oriundo de Udmurtia, região bem esquecida da Rússia, nasceu numa aldeia com 70 habitantes e desde cedo se habituou à vida dura pois os pais são agricultores. A escola ficava a 5 quilómetros, trajeto que Sergey percorria diariamente sem qualquer problema, não esquecendo depois as lides domésticas.

Para outras coisas não tinha tempo, mas quando na escola organizaram jogos de atletismo o professor sugeriu-lhe experimentar a marcha, já que caminhava muito todos os dias. E assim começou…

Entrou na escola profissional em Izhevsk, a capital de Udmurtia, e ficou descoberto um talento para marcha. Logo no primeiro ano ganhou os Campeonatos da Rússia de sub-18, tendo sido convidado para um estágio em Saransk. Gostou do ambiente e profissionalismo e por lá ficou.

Após a restruturação e mudanças no Centro de Saransk, também mudou e agora tem vários treinadores no apoio técnico. Mas não tem parceiros de treino, treina sozinho, isto porque as suas sessões são bem mais exigentes.

Não gosta de perguntas sobre doping e tenta não ligar muito a isso… Deseja apenas treinar e competir, esperando ganhar pelo menos 2 ou 3 medalhas olímpicas. Adorava fazer uma «dobradinha» nos 20 e 50 quilómetros nuns mesmos Jogos Olímpicos, se houver alguns dias de diferença entre as provas.

Durante a sua prova em Londres referiu estar preocupado com a técnica e que tentou manter-se discreto, pois ficara afetado com a desclassificação da sua colega Klavdiya na prova feminina de 20 km que antecedeu a sua.

Acrescentou ainda que o seu pensamento esteve em outros marchadores russos, que seria bom que a marcha russa voltasse aos grandes palcos internacionais, e que sabia ter de sofrer para provar que marcha russa continua viva…

Fonte: Escola de Preparação Olímpica

Colaboração: Kristina Saltanovic