Caio Bonfim, Eider Arévalo e Sergei Shirobokov. Foto: Reuters |
O
colombiano Eider Arévalo conquistou este domingo a medalha de ouro na prova de
20 km marcha em Londres, durante a jornada final da 16.ª edição dos mundiais de
atletismo. Arévalo, com 1.18.53 h (recorde da Colômbia), impôs-se ao
russo-neutro Sergei Shirobokov (1.18.55) e ao brasileiro Caio Bonfim (1.19.04,
recorde do Brasil).
Os
primeiros quilómetros da prova masculina, que teve início quando os termómetros
já chegavam aos 20ºC, não primaram pela velocidade, com os participantes num
grupo quase compacto a terminar a primeira volta (2 km) em 8.00 m. Liderava
então o britânico Tom Bosworth, assumindo uma técnica tão ostensivamente
irregular que não foi surpresa a sua desclassificação, ocorrida perto da
passagem aos 12 quilómetros.
Mas
antes disso, no final da primeira légua, era o francês Kevin Campion quem
marcava o ritmo, passando nessa fase em 19.55 m, à frente de um grupo que ainda
se compunha de cerca de vinte unidades.
Até
meio da competição, cumprido em 39.48 m pelo pelotão da dianteira ainda com 14
atletas, seriam o chinês Kaihua Wang e o japonês Isamu Fujisawa a impor leis,
marcando um ritmo que acabaria por diminuir um pouco mais o grupo. Pontificavam
então o russo Sergei Shirobokov, o brasileiro Caio Bonfim, o espanhol Álvaro
Martín, o alemão Christopher Linke, o australiano Dane Bird-Smith e o
colombiano Eider Arévalo, além dos dois asiáticos.
Passados
os 15 quilómetros entrou-se na fase de maior incerteza, com atletas da frente a
atrasar-se (Martín, Bird-Smith) e com o aparecimento surpreendente do
sul-africano Lebogang Shange, que, parecendo surgir do nada, acabou por ajudar
a esfrangalhar o grupo da frente e assumindo mesmo a liderança.
Tão
depressa cedeu na frente como lá tinha chegado, mas conseguiu não se atrasar mais
do que o quarto lugar final, enquanto Arévalo, Shirobokov e Caio Bonfim
decidiam no quilómetro final que medalha levava cada um.
Prevaleceria
o colombiano, que a cerca de 400 metros da meta conseguiu desenvencilhar-se de
Shirobokov para substituir o espanhol Miguel Ángel López como campeão do mundo,
enquanto Bonfim se contentava com a medalha de bronze, adornada ainda por um
recorde nacional. Com 1.19.18 h, Lebogang Shange pode não ter recebido uma
medalha pelo seu quarto lugar, mas levou para casa também um novo recorde
sul-africano.
Légua
a légua, foram os seguintes os parciais do novo campeão do mundo: 19.56, 19.54,
19.43 e 19.20 m.
Classificações
20 km masculinos
1.º, Eider Arévalo
(Colômbia), 1.18.53
2.º, Sergei
Shirobokov (neutro), 1.18.55
3.º, Caio Bonfim
(Brasil), 1.19.04
4.º, Lebogang
Shange (África do Sul), 1.19.18
5.º, Christopher Linke (Alemanha), 1.19.21
6.º, Dane Bird-Smith (Austrália), 1.19.28
7.º, Kaihua Wang
(China), 1.19.30
8.º, Álvaro Martín
(Espanha), 1.19.41
9.º, Alberto
Amezcua (Espanha), 1.19.46
10.º, Miguel Ángel
López (Espanha), 1.19.57
11.º, Isamu Fujisawa
(Japão), 1.20.04
12.º, Artur
Brzozowski (Polónia), 1.20.33
13.º, Diego García
(Espanha), 1.20.34
14.º, Eiki
Takahashi (Japão), 1.20.36
15.º, Nils
Brembach (Alemanha), 1.20.42
16.º, Giorgio
Rubino (Itália), 1.20.47
17.º, Hagen Pohle (Alemanha), 1.20.53
18.º, Brian Pintado (Equador), 1.21.17
19.º, Xiangqian Jin (China), 1.21.24
20.º, Damian Blocki (Polónia), 1.21.29
21.º, Erick Barrondo (Guatemala), 1.21.34
22.º, Aliaksandr Liakhovich (Bielorrússia), 1.21.39
23.º, Irfan Kolothum Thodi (Índia), 1.21.40
24.º, Kevin
Campion (França), 1.21.46
25.º, Francesco
Fortunato (Itália), 1.22.01
26.º, Hyunsub Kim
(Coreia do Sul), 1.22.08
27.º, Ruslan
Dmytrenko (Ucrânia), 1.22.26
28.º, Mauricio
Arteaga (Equador), 1.22.28
29.º, Marius
Žiukas (Lituânia), 1.22.38
30.º, Samuel Ireri
Gathimba (Quénia), 1.22.52
31.º, Byeongkwang
Choe (Coreia do Sul), 1.22.54
32.º, Ivan Losev
(Ucrânia), 1.23.03
33.º, César
Augusto Rodríguez (Peru), 1.23.05
34.º, Rui Wang
(China), 1.23.09
35.º, Jesús Tadeo
Vega (México), 1.23.10
36.º, Georgiy
Sheiko (Casaquistão), 1.23.11
37.º, Perseus
Karlström (Suécia), 1.23.36
38.º, Daisuke
Matsunaga (Japão), 1.23.39
39.º, Yerko Araya
(Chile), 1.23.46
40.º, José
Alejandro Barrondo (Guatemala), 1.23.47
41.º, Callum
Wilkinson (Grã-Bretanha), 1.23.54
42.º, Aléxandros
Papamichaíl (Grécia), 1.23.56
43.º, Pedro Daniel
Gómez (México), 1.24.11
44.º, Anatole Ibañez (Suécia), 1.24.23
45.º, Ersin Tacir (Turquia), 1.24.43
46.º, Juan Manuel Cano (Argentina), 1.24.49
47.º, Manuel
Esteban Soto (Colômbia), 1.24.56
48.º, Matteo
Giupponi (Itália), 1.25.20
49.º, Dzmitry
Dziubin (Bielorrússia), 1.25.41
50.º, Singh
Devender (Índia), 1.25.47
51.º, Benjamin
Thorne (Canadá), 1.26.56
52.º, José María
Raymundo (Guatemala), 1.27.09
53.º, Jakub
Jelonek (Polónia), 1.27.43
54.º, Ganapathi
Krishnan (Índia), 1.28.32
55.º, Serhiy Budza
(Ucrânia), 1.29.25
56.º, Rhydian
Cowley (Austrália), 1.30.40
57.º, Daeho Kim
(Coreia do Sul), 1.30.41
58.º, Mert Atli
(Turquia), 1.31.26
Desistente: Salih Korkmaz (Turquia), Eder Sánchez (México) e Simon
Wachira (Quénia).
Desclassificados: Tom Bosworth (Grã-Bretanha), Alex Wright (Irlanda) e
Richard Vargas (Venezuela).