O logo do evento e os irmãos gémeos Araya, do Chile. Foto: Comité organizador local. Montagem: O Marchador |
Atletas de 15 países participarão, este fim-de-semana, em Arica, no Chile,
“a cidade da eterna Primavera”, na XVII Taça Pan-americana de Marcha Atlética,
certame que apurará, de forma automática, para os Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro, em 2016, o vencedor de cada uma das provas de 20 km masculinos e
femininos, e dos 50 km masculinos,
O evento, que reunirá a presença de 151 marchadores, incluindo o
guatemalteco Erick Barrondo, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2012, tem
nos EUA (20 atletas), Colômbia (19) e Equador (19) as delegações mais
numerosas. O circuito, de 2 km, está situado junto à praia Chinchorro daquela
cidade, bem a norte do Chile e a escassos 18 quilómetros da fronteira sul do
Perú.
Amanhã, pelas 8.00 horas (hora local), será dada a partida da prova dos 20
km masculinos, seguindo-se, pelas 10.00 horas, os 10 km juniores femininos. Da
parte da tarde, às 15.00 horas, será a vez de partirem os juniores masculinos
(10 km). A primeira jornada será finalizada com a prova dos 20 km femininos,
agendada para as 16.00 horas.
No domingo (8.00 horas), será dada a partida para a prova dos 50 km marcha
masculinos. A competição será aberta à participação feminina, com a realização,
pela primeira vez, dos campeonatos do NACAC (Associação de Atletismo da América
do Norte, Central e do Caribe), para a qual estão inscritas quatro atletas
norte-americanas.
Os irmãos Yerko e Edward, de apelido Araya, são figuras de primeiríssimo
plano na marcha atlética do Chile. Muito dedicados á especialidade, envolvendo
a família de ambos na prática deste desporto, têm representado a selecção
nacional nos principais eventos desportivos. Este ano, em Chihuahua, Edward
obteve na prova de 50 km a marca de 4.00.56, que possibilitou-lhe obter, com
confortável margem, os mínimos para os mundiais de Pequim e para os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro.
Os marchadores mexicanos têm manifestado grande superioridade no evento.
Nos 50 km o domínio é absoluto, tendo os atletas aztecas vencido em todas as
edições. Nos 20 km masculinos, triunfaram em nove das dezasseis edições, e nos
20 km femininos em oito edições. O Brasil registou triunfos em dois eventos,
ambos na edição de 2009, com Caio Bonfim, nos 10 km juniores, e Tânia Splinder,
nos 20 km.
São recordistas da competição, nos 20 km masculinos, Rolando Saquipay
(Equador), com 1.19.21 (2005), nos 20 km femininos, Cristina Lopez (El Salvador), com 1.30.55 (2005), nos 50 km, Miguel Ángel Rodriguez (México), com
3.43.52 (2000), nos 10 km juniores masculinos, Eider Arévalo (Colômbia), com
40.40 (2011), e nos 10 km juniores femininos, Yanelli Caballero (México), com
47.23 (2011).
Rubén Pedro Aguilera (Argentina), presidente da Comissão Panamericana de
Marcha, é o delegado técnico da competição. É da sua autoria o excelente livro
“Historia de las Copas Panamericanas de Marcha Atlética”. Com 123 páginas e
prefácio de Amadeo Francis, foi concluído após a edição de 2007, e aborda,
muito detalhadamente, e com ilustrações de fotos de inegável interesse
histórico, toda a vivência dos acontecimentos, desde a edição inaugural de 1984,
em Bucaramanga, na Colômbia.
O próprio Rubén foi um dos participantes na reunião preparatória da Taça
Pan-americana, em 1983, por ocasião da realização dos Jogos Pan-americanos de
Atletismo, que tiveram lugar em Caracas, sob o impulso do dinamarquês Palle
Lassen, que era o juiz-chefe das provas de marcha, e que exercia, então, a
presidência do Comité de Marcha da IAAF.
A equipa de juízes internacionais de marcha em Arica será composta por
Cándido Velez (Porto Rico), Maryanne Daniel (EUA), Nilton Ferst (Brasil), María
Caisabanda (Equador), Raomir Hernández (Venezuela) e Guillermo Pera
(Argentina).