domingo, 17 de maio de 2015

Alemanha surpreende em dia de Miguel López

A partida dos 20 km, os 3 primeiros e a cerimónia colectiva.
Fotos: Philipp Pohle – Racewalk Pictures
Montagem: O Marchador
Numa fase mais fresca do dia em que Múrcia acolheu a 11.ª Taça da Europa de Marcha, Miguel Ángel López impôs o favoritismo e a condição de jogar «em casa» e venceu a prova dos 20 km masculinos, creditando-se com 1.19.52 h, prevalecendo sobre o eslovaco Matej Tóth, segundo, com 1.20.21 h, e o francês Yohann Diniz, terceiro, com 1.20.37 h.

Com uma partida bem rápida a tentar surpreender a concorrência, Yohann Diniz destacou-se a meio da primeira volta de mil metros, que completou em 3.59 m, com quase 40 metros de avanço o grupo liderado pelos compatriotas Kevin Campion e Antonin Boyez, os russos Aleksandr Ivanov e Denis Strelkov, Miguel López, o ucraniano Ihor Hlavan e demais pelotão.

Com andamento claramente abaixo de quatro minutos por quilómetro, Yohann Diniz manteve-se no comando nas primeiras voltas, com a perseguição a ser intensificada por López, Ivanov e Strelkov a partir dos três quilómetros, que completaram com a 17 segundos de atraso em relação ao francês.

Denotando já alguma quebra de ritmo, Diniz cumpriria a primeira légua em 19.55 m, sendo pouco depois alcançado pelo espanhol e por Ivanov, que entretanto tinham deixado Denis Trelkov para trás. Nesta fase, Rússia, Ucrânia e França lideravam em termos colectivos, seguidos de Espanha e Alemanha.

Próximo de meio da prova, Aleksandr Ivanov, com duas notas de desclassificação, cedeu ligeiramente em relação a Miguel López, encontrando-se Diniz a uns 30 metros.

Com a definição mais clara das posições dos grupos que se iam desfazendo e com alguma quebra que já se notava entre franceses e espanhóis, a Alemanha subia ao terceiro lugar colectivo a meio da competição, ainda com Ivanov junto de López, seguidos de Diniz, a seis segundos. Mais atrás, um trio com Matej Tóth, o bielorrusso Dzianis Simanovich e o ucraniano Ihor Hlavan, a pouco mais de vinte segundos do líder.

A vitória individual nestes 20 km ficou decidida logo a seguir, quando o espanhol campeão europeu partiu isolado rumo a um sucesso de que só por momentos de duvidou com aquela tirada inicial do francês recordista europeu da distância. Francês que viria a decair na classificação até ao quinto posto, para recuperar posições nas voltas finais e atingir o pódio.

Já com Ivanov desclassificado a seguir aos 15 km, Matej Tóth surgiu então na segunda posição, seguido de Simanovich e de Diniz. A Rússia ficava com a vitória colectiva irremediavelmente comprometida, surgindo nesta fase uma Alemanha com uma equipa equilibrada, a concluir com os elementos posicionados entre o sétimo lugar de Christopher Linke e o 13.º de Carl Dohmann (Hagen Pohle foi 12.º).

Imparável na sua marcha rumo à meta, Miguel López seria o único abaixo da hora e vinte, mantendo quase o mesmo ritmo de início a fim. Tóth garantia o segundo lugar enquanto Diniz aproveitou um momento de menor à-vontade de Simanovich para passar o bielorrusso na luta pelo último lugar no pódio.

Colectivamente, a Alemanha sagrou-se campeã pela primeira vez nas competições de seniores das taças da Europa de marcha. Antes, vencera em Eisenhüttenstadt-2000 nos 10 km juniores masculinos (2.º, Jan Albrecht; 3.º, Andre Katzinski; 8.º, Frank Werner).

Terminando no 21.º lugar, Miguel Carvalho foi o primeiro e único português na meta, averbando um novo recorde pessoal, com 1.25.40 h. O atleta de Rio Maior chegou imediatamente à frente do segundo espanhol, Luís Alberto Amezcua, e do francês Kevin Campion, que de início chegou a andar nos primeiros lugares.

Os irmãos Sérgio e João Vieira abandonaram a competição antes de atingida a meia prova.

Classificações
20 km masculinos
1.º, Miguel Ángel López, 1988 (Espanha), 1.19.52
2.º, Matej Tóth, 1983 (Eslováquia), 1.20.21
3.º, Yohann Diniz, 1978 (França), 1.20.37
4.º, Dzianis Simanovich, 1987 (Bielorrússia), 1.21.11
5.º, Ihor Hlavan, 1990 (Ucrânia), 1.21.24
6.º, Andrey Krivov, 1985 (Rússia), 1.22.05
7.º, Christopher Linke, 1988 (Alemanha), 1.22.06
8.º, Perseus Karlström, 1990 (Suécia), 1.22.44
9.º, Denis Strelkov, 1990 (Rússia), 1.22.47
10.º, Ato Ibáñez, 1985 (Suécia), 1.22.48
11.º, Giorgio Rubino, 1986 (Itália), 1.22.55
12.º, Hagen Pohle, 1992 (Alemanha), 1.23.07
13.º, Carl Dohmann, 1990 (Alemanha), 1.23.16
14.º, Andriy Kovenko, 1973 (Ucrânia), 1.23.21
15.º, Alex Wright, 1990 (Irlanda), 1.23.35
16.º, Tom Bosworth, 1990 (Grã-Bretanha), 1.23.54
17.º, Rafal Augustyn, 1984 (Polónia), 1.23.59
18.º, Nazar Kovalenko, 1987 (Ucrânia), 1.24.03
19.º, Erik Tysse, 1980 (Noruega), 1.24.34
20.º, Pyotr Trofimov, 1983 (Rússia), 1.25.22
21.º, Miguel Carvalho, 1994 (Portugal), 1.25.40
22.º, Kevin Campion, 1988 (França), 1.25.49
23.º, Luís Alberto Amezcua, 1992 (Espanha), 1.25.49
24.º, Jarkko Kinnunen, 1984 (Finlândia), 1.26.03
25.º, Arnis Rumbenieks, 1988 (Letónia), 1.26.32
26.º, Veli-Matti Partanen, 1991 (Finlândia), 1.26.40
27.º, Brendan Boyce, 1986 (Irlanda), 1.26.47
28.º, Antón Kucmín, 1984 (Eslováquia), 1.26.53
29.º, Francesco Fortunato, 1994 (Itália), 1.27.04
30.º, Aleksi Ojala, 1992 (Finlândia), 1.27.13
31.º, Leonardo Dei Tos, 1992 (Itália), 1.27.34
32.º, Antonin Boyez, 1984 (França), 1.28.15
33.º, Michele Antonelli, 1994 (Itália), 1.28.17
34.º, Alvaro Martin, 1994 (Espanha), 1.28.45
35.º, Matias Korpela, 1989 (Finlândia), 1.29.30
36.º, Rafal Sikora, 1987 (Polónia), 1.30.31
37.º, Dušan Majdán, 1987 (Eslováquia), 1.30.31
38.º, Adrian Dragomir, 1994 (Roménia), 1.30.32
39.º, Patrik Spevák, 1994 (Eslováquia), 1.31.48
40.º, Ruslan Dmytrenko, 1986 (Ucrânia), 1.32.38
41.º, José Igancio Díaz, 1979 (Espanha), 1.32.46
42.º, Sahin Senoduncu, 1994 (Turquia), 1.34.06
43.º, Bruno Erent, 1990 (Croácia), 1.38.00
44.º, Lauri Lelumees, 1978 (Estónia), 1.39.11
Desistentes: Dzmitry Dziubin, 1990 (Bielorrússia), Dietmar Hirschmugl, 1968 (Áustria), Serkan Dogan, 1992 (Turquia), Genadij Kozlovskij, 1991 (Lituânia), Recep Çelik, 1983 (Turquia), Ersin Tacir, 1985 (Turquia), Sérgio Vieira, 1976 (Portugal) e João Vieira, 1976 (Portugal).
Desclassificados: Håvard Haukenes, 1990 (Noruega), Aleksandr Ivanov, 1993 (Rússia), Margus Luik, 1980 (Estónia), Lukasz Nowak, 1988 (Polónia), Joakim Sælen, 1993 (Noruega), Florin Alin Stirbu, 1992 (Roménia) e Catalin Vasile Suhani, 1991 (Roménia).

Classificação colectiva
1.ª, Alemanha, 32 pontos
2.ª, Rússia, 35
3.ª, Ucrânia, 37
4.ª, Espanha, 57
5.ª, França, 58
6.ª, Eslováquia, 68
7.ª, Itália, 71
8.º, Finlândia, 80 pontos