A partida dos 20 km, os 3 primeiros e a cerimónia colectiva. Fotos: Philipp Pohle – Racewalk Pictures Montagem: O Marchador |
Numa fase mais fresca do dia em
que Múrcia acolheu a 11.ª Taça da Europa de Marcha, Miguel Ángel López impôs o
favoritismo e a condição de jogar «em casa» e venceu a prova dos 20 km
masculinos, creditando-se com 1.19.52 h, prevalecendo sobre o eslovaco Matej
Tóth, segundo, com 1.20.21 h, e o francês Yohann Diniz, terceiro, com 1.20.37
h.
Com uma partida bem rápida a
tentar surpreender a concorrência, Yohann Diniz destacou-se a meio da primeira
volta de mil metros, que completou em 3.59 m, com quase 40 metros de avanço o
grupo liderado pelos compatriotas Kevin Campion e Antonin Boyez, os russos
Aleksandr Ivanov e Denis Strelkov, Miguel López, o ucraniano Ihor Hlavan e
demais pelotão.
Com andamento claramente abaixo
de quatro minutos por quilómetro, Yohann Diniz manteve-se no comando nas
primeiras voltas, com a perseguição a ser intensificada por López, Ivanov e
Strelkov a partir dos três quilómetros, que completaram com a 17 segundos de
atraso em relação ao francês.
Denotando já alguma quebra de
ritmo, Diniz cumpriria a primeira légua em 19.55 m, sendo pouco depois
alcançado pelo espanhol e por Ivanov, que entretanto tinham deixado Denis
Trelkov para trás. Nesta fase, Rússia, Ucrânia e França lideravam em termos
colectivos, seguidos de Espanha e Alemanha.
Próximo de meio da prova,
Aleksandr Ivanov, com duas notas de desclassificação, cedeu ligeiramente em
relação a Miguel López, encontrando-se Diniz a uns 30 metros.
Com a definição mais clara das
posições dos grupos que se iam desfazendo e com alguma quebra que já se notava
entre franceses e espanhóis, a Alemanha subia ao terceiro lugar colectivo a
meio da competição, ainda com Ivanov junto de López, seguidos de Diniz, a seis
segundos. Mais atrás, um trio com Matej Tóth, o bielorrusso Dzianis Simanovich
e o ucraniano Ihor Hlavan, a pouco mais de vinte segundos do líder.
A vitória individual nestes 20 km
ficou decidida logo a seguir, quando o espanhol campeão europeu partiu isolado
rumo a um sucesso de que só por momentos de duvidou com aquela tirada inicial do
francês recordista europeu da distância. Francês que viria a decair na
classificação até ao quinto posto, para recuperar posições nas voltas finais e
atingir o pódio.
Já com Ivanov desclassificado a
seguir aos 15 km, Matej Tóth surgiu então na segunda posição, seguido de
Simanovich e de Diniz. A Rússia ficava com a vitória colectiva
irremediavelmente comprometida, surgindo nesta fase uma Alemanha com uma equipa
equilibrada, a concluir com os elementos posicionados entre o sétimo lugar de
Christopher Linke e o 13.º de Carl Dohmann (Hagen Pohle foi 12.º).
Imparável na sua marcha rumo à
meta, Miguel López seria o único abaixo da hora e vinte, mantendo quase o mesmo
ritmo de início a fim. Tóth garantia o segundo lugar enquanto Diniz aproveitou
um momento de menor à-vontade de Simanovich para passar o bielorrusso na luta
pelo último lugar no pódio.
Colectivamente, a Alemanha
sagrou-se campeã pela primeira vez nas competições de seniores das taças da
Europa de marcha. Antes, vencera em Eisenhüttenstadt-2000 nos 10 km juniores
masculinos (2.º, Jan Albrecht; 3.º, Andre Katzinski; 8.º, Frank Werner).
Terminando no 21.º lugar, Miguel
Carvalho foi o primeiro e único português na meta, averbando um novo recorde
pessoal, com 1.25.40 h. O atleta de Rio Maior chegou imediatamente à frente do
segundo espanhol, Luís Alberto Amezcua, e do francês Kevin Campion, que de
início chegou a andar nos primeiros lugares.
Os irmãos Sérgio e João Vieira
abandonaram a competição antes de atingida a meia prova.
Classificações
20 km masculinos
1.º, Miguel Ángel López, 1988
(Espanha), 1.19.52
2.º, Matej Tóth, 1983
(Eslováquia), 1.20.21
3.º, Yohann Diniz, 1978 (França),
1.20.37
4.º, Dzianis Simanovich, 1987
(Bielorrússia), 1.21.11
5.º, Ihor Hlavan, 1990 (Ucrânia),
1.21.24
6.º, Andrey Krivov, 1985
(Rússia), 1.22.05
7.º, Christopher Linke, 1988
(Alemanha), 1.22.06
8.º, Perseus Karlström, 1990
(Suécia), 1.22.44
9.º, Denis Strelkov, 1990
(Rússia), 1.22.47
10.º, Ato Ibáñez, 1985 (Suécia),
1.22.48
11.º, Giorgio Rubino, 1986 (Itália),
1.22.55
12.º, Hagen Pohle, 1992
(Alemanha), 1.23.07
13.º, Carl Dohmann, 1990
(Alemanha), 1.23.16
14.º, Andriy Kovenko, 1973
(Ucrânia), 1.23.21
15.º, Alex Wright, 1990
(Irlanda), 1.23.35
16.º, Tom Bosworth, 1990
(Grã-Bretanha), 1.23.54
17.º, Rafal Augustyn, 1984
(Polónia), 1.23.59
18.º, Nazar Kovalenko, 1987
(Ucrânia), 1.24.03
19.º, Erik Tysse, 1980 (Noruega),
1.24.34
20.º, Pyotr Trofimov, 1983
(Rússia), 1.25.22
21.º, Miguel Carvalho, 1994
(Portugal), 1.25.40
22.º, Kevin Campion, 1988
(França), 1.25.49
23.º, Luís Alberto Amezcua, 1992
(Espanha), 1.25.49
24.º, Jarkko Kinnunen, 1984
(Finlândia), 1.26.03
25.º, Arnis Rumbenieks, 1988
(Letónia), 1.26.32
26.º,
Veli-Matti Partanen, 1991 (Finlândia), 1.26.40
27.º, Brendan Boyce, 1986
(Irlanda), 1.26.47
28.º, Antón Kucmín, 1984
(Eslováquia), 1.26.53
29.º, Francesco Fortunato, 1994
(Itália), 1.27.04
30.º, Aleksi Ojala, 1992
(Finlândia), 1.27.13
31.º, Leonardo Dei Tos, 1992
(Itália), 1.27.34
32.º, Antonin
Boyez, 1984 (França), 1.28.15
33.º, Michele
Antonelli, 1994 (Itália), 1.28.17
34.º, Alvaro Martin, 1994
(Espanha), 1.28.45
35.º, Matias Korpela, 1989
(Finlândia), 1.29.30
36.º, Rafal Sikora, 1987
(Polónia), 1.30.31
37.º, Dušan Majdán, 1987
(Eslováquia), 1.30.31
38.º, Adrian Dragomir, 1994
(Roménia), 1.30.32
39.º, Patrik Spevák, 1994
(Eslováquia), 1.31.48
40.º, Ruslan Dmytrenko, 1986
(Ucrânia), 1.32.38
41.º, José Igancio Díaz, 1979
(Espanha), 1.32.46
42.º, Sahin Senoduncu, 1994
(Turquia), 1.34.06
43.º, Bruno Erent, 1990
(Croácia), 1.38.00
44.º, Lauri Lelumees, 1978
(Estónia), 1.39.11
Desistentes: Dzmitry Dziubin,
1990 (Bielorrússia), Dietmar Hirschmugl, 1968 (Áustria), Serkan Dogan, 1992
(Turquia), Genadij Kozlovskij, 1991 (Lituânia), Recep Çelik, 1983 (Turquia),
Ersin Tacir, 1985 (Turquia), Sérgio Vieira, 1976 (Portugal) e João Vieira, 1976
(Portugal).
Desclassificados: Håvard
Haukenes, 1990 (Noruega), Aleksandr Ivanov, 1993 (Rússia), Margus Luik, 1980
(Estónia), Lukasz Nowak, 1988 (Polónia), Joakim Sælen, 1993 (Noruega), Florin
Alin Stirbu, 1992 (Roménia) e Catalin Vasile Suhani, 1991 (Roménia).
Classificação colectiva
1.ª, Alemanha, 32 pontos
2.ª, Rússia, 35
3.ª, Ucrânia, 37
4.ª, Espanha, 57
5.ª, França, 58
6.ª, Eslováquia, 68
7.ª, Itália, 71
8.º, Finlândia, 80 pontos