Arranca domingo a 11.ª
edição da Taça da Europa de Marcha, com a presença dos mais destacados
marchadores do continente europeu, e uma qualidade de altíssimo nível mundial.
A prova terá lugar em Múrcia, cidade habituada a grandes eventos de marcha
atlética, tendo organizado, em 2008, a final do Challenge Mundial de Marcha da
Federação Internacional de Atletismo.
19 anos depois da edição
inaugural, na Corunha (1996), a Espanha volta a organizar um evento desta
natureza, estando inscritos 239 atletas em representação de 29 países. Múrcia é
uma região de grandes marchadores (quatro integram o selecionado espanhol),
destacando-se Miguel Ángel López, o atual campeão europeu, e Benjamín Sanchez.
O evento, que esteve para
ser realizado em Ivano-Frankivsk, na Ucrânia, mas a instabilidade vivida naquele
país do leste europeu, forçou a que a Associação Europeia de Atletismo
procurasse alternativas. Apesar do pouco tempo disponível para a preparação do
evento é, no entanto, convicção generalizada que a organização estará em muito
bom nível. Um fator de dificuldade para os atletas poderá ser a alta
temperatura que se faz sentir na região.
Disputada de dois em dois
anos, em anos ímpares, e alternando com as Taças do Mundo, a prova já passou
por Dudince (1998, 2001, e 2013), Eisenhuttenstadt (2000), Cheboksary (2003),
Miskolc (2005), Leamington (2007), Metz (2009) e Olhão (2011).
A Rússia é o país que tem
dominado a competição de cariz fundamentalmente colectivo, tendo vencido 27 das
46 provas por equipas ao longo das dez edições realizadas. Os outros países que
já saborearam o triunfo coletivo foram a Espanha e a Itália, em seis ocasiões,
a Bielorrússia, em três vezes, e a França, Alemanha, Ucrânia e Portugal, por
uma vez.
De Portugal, cuja equipa
feminina triunfou em 2005, com Susana Feitor, Vera Santos, Maribel Gonçalves, e
Inês Henriques, e em 2013 obteve a medalha de prata, com o mesmo quarteto que
domingo competirá em Múrcia (Cabecinha, Inês, Vera e Susana), espera-se a
presença no pódio, restando saber em que patamar. Note-se, também, que nos 50
km marcha a seleção portuguesa já fez história ao alcançar a medalha de bronze
na edição de 2003, com Pedro Martins, Jorge Costa, Luís Gil e Mário Contreiras,
estando agora esta distância olímpica votada ao abandono pelo Sector de Marcha
da FPA.
Curioso notar que os
portugueses Pedro Martins e João Vieira são os marchadores presentes em Múrcia
que participaram em todas as 10 edições do evento. De acordo com o mesmo
critério, lideram o sector feminino, mas com 9 participações, Susana Feitor,
Inês Henriques e a lituana Kristina Saltanovic.
Ainda a propósito da seleção
portuguesa, ver aqui a notícia de «O Marchador» publicada em 21 de Abril
passado.
A equipa de juízes
internacionais de marcha, nomeada para Múrcia, é composta por Janusz Krynicki
(Polónia), juiz-chefe, José Júlio Dias (Portugal), Anne Fröberg (Finlândia),
Jens Grünberg (Alemanha), Silvia Hanusova (Eslováquia), Sergio Solana
(Espanha), e Cathering Telling (Grã-Bretanha). Alicia Ruano é a assistente do
juiz-chefe, Dolores Rojas é a secretária, coadjuvada por Montse Poch. Frédéric
Bianchi (Suíça) é o delegado técnico, e Vadim Zelichenov (Rússia) é o delegado
da Associação Europeia de Atletismo.
O programa-horário de Múrcia
é o seguinte (horas de Portugal continental):
7h00 - 50 km
8h00 - 10 km juniores
masculinos
9h30 - 20 km femininos
15h00 - 10 km juniores
femininos
16h15 - 20 km masculinos
Os interessados poderão
acompanhar aqui o desenrolar das provas em transmissão directa na
internet através da página da RFEA.