Juízes internacionais de marcha e outros oficiais em Rio Maior-2014. Foto: O Marchador |
O gesto da exibição da raqueta amarela a um atleta deverá ser realizado de
modo a que este se aperceba claramente que tal intenção lhe é dirigida. Se um
juiz tiver dificuldades em avisar um atleta, porque este está no meio do grupo
ou por qualquer outra razão, o melhor é esperar por nova oportunidade, caso,
evidentemente, se mantenha a situação observável no momento anterior.
Note-se que, salvo casos isolados, os marchadores não violam
intencionalmente a regra. Muitas vezes, a pressão da competição, o querer
atingir-se rapidamente os objetivos, sem se estar preparado tecnicamente para o
efeito, e a fadiga, conduzem à desclassificação do atleta. Aqui, o papel do
treinador assume particular relevância, principalmente nos escalões etários
jovens, na medida em que deve ser incutido, primeiro que tudo, o espírito de se
marchar bem e, só depois, pensar na velocidade.
A folha de registo e controlo dos juízes de marcha é, certamente, um
importante instrumento de análise técnica, já que nela estão registadas todas
as advertências e notas de desclassificação (faltas), assinaladas pelos juízes
de marcha, incluindo o registo das horas (os relógios dos juízes são previamente
acertados) e o motivo (suspensão ou flexão) das mesmas.
O juiz de marcha deve transmitir uma imagem de seriedade e profissionalismo,
pautando a sua atuação por critérios de imparcialidade, rigor, justiça e
competência.
Para se atingir um elevado grau de qualidade, alicerçado em vários dos
fatores atrás expostos, a experiência é fundamental, vendo e analisando
competições de marcha, acompanhando treinos de atletas através de vídeo, e
assistindo a competições, “atuando por fora”.
Não é absolutamente necessário que, para a aquisição de experiência ao mais
alto nível, o juiz integre sempre o corpo de juízes de competições de âmbito
nacional, as mais exigentes do ponto de vista quantitativo e qualitativo, e que
requerem a presença de juízes dos painéis nacionais e internacionais. Poderá,
no entanto autoavaliar as suas capacidades de julgamento nesta área do
atletismo, “atuando por fora”. As avaliações quadrianuais são importantes mas não
são, por si só, suficientes.