domingo, 13 de outubro de 2019

Os Juízes de Marcha nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, em Doha

A equipa de juízes de marcha nos mundiais de Doha 2019.
Foto: facebook de Steve Taylor. Montagem: O Marchador

Os Campeonatos Mundiais de Atletismo, que se disputaram este ano na capital do Catar, registaram a presença nas quatro provas de marcha, realizadas em piso asfaltado, totalmente plano e com intensa luminosidade mas sob muito difíceis condições climatéricas, de 166 atletas, 45 nos 20 km femininos, 52 nos 20 km masculinos, 23 nos 50 km femininos e 46 nos 50 km masculinos.

Os oito juízes de marcha que atuaram nas competições de Doha (um outro exerceu as funções de Juiz-chefe), quatro da Europa, dois da América, dois da Ásia e uma da Oceânia, registaram 137 notas de desclassificação (RC), que passaremos a designar por faltas, sendo que destas 89 corresponderam a faltas por suspensão e 48 a faltas por flexão, no primeiro caso com incidência maior nas duas provas de 20 km (74) o que corresponde a 83% do total enquanto, no caso da flexão, a maior parte das faltas assinaladas verificou-se nas provas de 50 km, com 37 notas de desclassificação a corresponderam a 77% do total.

Foram desclassificados 12 atletas (com 4 faltas de outros tantos juízes) nas 4 provas de marcha, o que corresponde a cerca de 7% do total de participantes, enquanto 7 atletas foram parar à Zona de Penalização (2 minutos de paragem para 4 atletas, nos 20 km, e 5 minutos de espera para 3 atletas, nos 50 km) sendo que 9 dos desclassificados ainda visitaram a ZP. Sem qualquer falta houve 75 atletas, o que corresponde a cerca de 46% do total de participantes.

Um pouco mais pormenorizadamente, debruçamo-nos sobre cada um dos eventos:

20 km femininos: 38 faltas, 30 por suspensão e 8 por flexão. Foram desclassificadas 3 atletas. Sem qualquer falta houve 20 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas (YP) houve 4 atletas – Glenda Morejón (Equador), Antigoni Drisbioti (Grécia), Antonella Palmisano (Itália) e Ana Cabecinha (Portugal).

20 km masculinos: 58 faltas, 45 por suspensão e 13 por flexão. Foram desclassificados 5 atletas. Sem qualquer falta houve 21 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas houve apenas 2 atletas, ambos da França – Gabriel Bordier e Kevin Campion.

50 km femininos: 4 faltas, 1 por suspensão e 3 por flexão. Nenhuma atleta foi desclassificada. Sem qualquer falta houve 19 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas houve 4 atletas – Rui Liang (China), Faying Ma (China), Júlia Takács (Espanha) e Angeliki Makri (Grécia).

50 km masculinos: 37 faltas, 13 por suspensão e 24 por flexão. Foram desclassificados 4 atletas. Sem qualquer falta houve 19 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas houve 11 atletas – Dzmitry Dziubin (Bielorrússia), que desistiu, Evan Dunfee (Canadá), José Ignácio Díaz (Espanha), que desistiu, Carl Dohmann (Alemanha), Brendan Boyce (Irlanda), Hayato Katsuki (Japão), Artur Mastianica (Lituânia), João Vieira (Portugal), Narcis Stefan Mihaila (Roménia), Marc Mundell (África do Sul) e Matej Tóth (Eslováquia, que desistiu.

Sobre Daniel Michaud, o juiz-chefe, com peça própria no blogue «O Marchador [aqui], não usou a prorrogativa da regra 230.4(a), que lhe dava direito, se assim o entendesse, desclassificar diretamente um atleta nos últimos 100 metros da prova, independentemente do número de faltas que o mesmo tivesse eventualmente registado.

Aqui registamos os nomes dos juízes (foto acima, da esquerda para a direita): Chinatamy Suppiah (Malásia), Assistente do JC, Kirsten Crocker (Austrália), Anne Fröberg (Finlândia), Noel Carmody (Grã-Bretanha), Secretário, Dolores Rojas (Espanha), Steve Taylor (Grã-Bretanha), Yukio Seki (Japão), um dos três Delegados Técnicos da IAAF, José Dias (Portugal), Yang Zhongmin (China), Wang Tak Fung (Hong Kong), Maryanne Daniel (EUA), Daniel Michaud (juiz-chefe) e Ho Weng Hong (Macau), Assistente do JC.