García Bragado. Foto: IAAF |
A Real Federação Espanhola de
Atletismo selecionou, a título excecional, García Bragado para os Jogos
Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, na distância dos 50 km marcha referindo,
no comunicado difundido, que o motivo da decisão tomada conjuntamente pelo
diretor-técnico da RFEA, Ramon Cid, e pelo técnico nacional de marcha, Santiago
Pérez, baseia-se na sua magnífica trajetória desportiva e no alto rendimento
conseguido nos campeonatos mundiais de Pequim.
Recorde-se que o excelente marchador
espanhol, de 46 anos de idade, classificou-se na 9.ª posição nos 50 km de
Pequim, naqueles que foram os seus décimos segundos mundiais consecutivos (um
recorde mundial de participações no evento), com três medalhas no seu rico
currículo, ouro em 1993, prata em 1997 e bronze em 2009.
Com García Bragado também Miguel
Ángel López (a única medalha de ouro – 20 km marcha - da delegação espanhola
aos mundiais de Pequim) tem o passaporte garantido para o Rio de Janeiro, e
ambos estão automaticamente selecionados para a Taça do Mundo de Nações, que
terá lugar em maio do próximo ano em Cheboksary, na Rússia, com a presença
entre a equipa de juízes internacionais de marcha, do português Joaquim Graça.
“Chuso” García Bragado, que
participou nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sidney
(2000), Atenas (2004), Pequim (2008), e Londres (2012) é o desportista espanhol
com mais participações olímpicas e apresta-se para ser o atleta masculino em
todo o mundo com maior número de presenças no evento e igualando, a nível
absoluto, a velocista jamaicana Marlene Ottey (1996/2004), que representou a Eslovénia
na sua última presença olímpica.
Entre nós temos casos de atletas que
se sagraram campeões de Portugal nos 50 km marcha, já na casa dos 40 anos de
idade, exemplos de Pedro Martins, Jorge Costa e José Magalhães, e que
produziram excelentes resultados na distância.
Por outro lado, Ana Cabecinha, a
melhor marchadora portuguesa da atualidade e a atleta feminina com a melhor
prestação nos campeonatos mundiais de atletismo, às portas de uma medalha (4.º
lugar), deveria, a nosso ver, ser-lhe reservada pela FPA, desde já, lugar
cativo nos Jogos Olímpicos de 2016, eliminando-se a condição de
“pré-selecionada”.